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Quatro anos da Rio 2016: Arthur Zanetti, o rei das argolas de pensamento coletivo


Há quatro anos, no dia 15/08/2016, o Brasil tinha um dia incrível no Rio de Janeiro. Entre as conquistas, lá estava o rei das argolas, novamente calmo, concentrado, técnico e esbanjando experiência ao segurar 28mm em cada mão a quase 3m de altura. O Surto Olímpico conta os detalhes do ciclo olímpico de Arthur Nabarrete Zanetti, ouro em Londres 2012 e prata na Rio 2016 na ginástica artística.

Essa medalha era quase certa. Todas as características citadas acima são de um campeão, um atleta exemplar, que está sempre entre os melhores do mundo. Esbanjando facilidade em um dos aparelhos mais difíceis da ginástica, Arthur Zanetti foi em busca da medalha de prata na Rio 2016, ao ser derrotado pelo grego Eleftherios Petrounias, que havia sido campeão mundial em 2015.

Logo após a Rio 2016, o ginasta passou por uma cirurgia no ombro esquerdo, com a expectativa de tirar um 2017 para um descanso maior do seu corpo. Sua volta às competições aconteceu em Koper, na Eslovênia, em maio de 2017, como o Surto relatou aqui. A nota de 14.850 foi suficiente para dar o ouro ao atleta em seu retorno. Dias depois, na Croácia, novo ouro - com 14.900 de nota.

Mas a nota de 14.900, tirada por Zanetti nos últimos meses, ainda era baixa para buscar uma medalha em Mundial. O atleta ainda se adaptava ao novo código de pontuação e terminou com a sétima posição nas argolas. Reveja aqui o dia da competição dele no Mundial de Montreal (CAN).


O ano do foco em equipe

Iniciando 2018, lá estava o rei das argolas no Centro de Treinando Time Brasil, treinando em janeiro com a seleção brasileira de ginástica. O Surto Olímpico relatou aqui.

A seleção brasileira, inclusive, passou a ser cada vez mais o foco do atleta. A ajuda para compor a equipe fez com que Zanetti treinasse mais o solo e o salto, como relatado ao Uol no Carnaval de 2018. O Surto Olímpico também deu destaque na entrevista em que o ginasta bateu o martelo: "é meu último ciclo olímpico".

Em março de 2018, Zanetti ajudou a equipe brasileira ficar com a prata no DTB Pokal Team Challenge, tradicional torneio por equipes da ginástica artística. Além das argolas, Zanetti teve boa atuação no solo e foi crucial para o país ficar a frente do Japão, uma das principais potências na modalidade.

Arthur Zanetti com a medalha de prata no pódio do Campeonato Mundial de Ginástica Artística em 2018
Zanetti retornou ao pódio após 4 anos fora - Foto: Ricardo Bufolin/CBG

Virando a página para o Mundial de Doha, Arthur fez uma bela apresentação nas argolas, elevou sua nota para 15.100 e ficou com a prata, voltando a medalhar em competições de alto nível. O ouro foi novamente para Eleftherios Petrounias, seu principal adversário nos últimos anos.

Para finalizar o grande ano de 2018, Zanetti concedeu uma entrevista ao Surto Olímpico. Para o Marcos Antônio, o baixinho de 1,56m celebrou sua volta ao pódio e falou novamente da importância da equipe para o Mundial de 2019. A entrevista completa você pode conferir aqui.

2019, o ano chave do ciclo olímpico

Iniciando 2019 forte, já em fevereiro o campeão olímpico estava em Melbourne (AUS) disputando uma etapa da Copa do Mundo. Mesmo fisicamente não estando em perfeitas condições, ele conquistou um bronze. Na sequência, o "Rei Arthur" ajudou a equipe brasileira no DTB Pokal Team Challenge, na Alemanha.

Meses depois, Zanetti disse estar treinando uma série nova, com novos elementos mais difíceis. A promessa era de apresentá-la no Pan. Entretanto, o rei das argolas foi surpreendido pelo mexicano Fabian de Luna, que conquistou o ouro. O brasileiro teve um erro grave e saiu com a prata já virando o foco para outubro, quando o Brasil buscaria a vaga em equipe para os Jogos de Tóquio.

O objetivo então veio, com uma décima posição no Mundial de Stuttgart e vaga assegurara em Tóquio 2020. Entretanto, na sua prova de especialista, Arthur Zanetti manteve um 14.725 de nota final e terminou com a 5ª posição na final. Seu principal adversário, o grego Petrounias, também não medalhou.


2020 com susto e mundo diferente

Zanetti já havia treinado no CT do Rio e embarcou para Baku, no Azerbaijão. Na primeira competição do ano e há poucos meses das Olimpíadas, Zanetti marcou 14.766 nas classificatórias das argolas, passando para a final com a quarta posição. A final nunca ocorreu, já que o novo coronavírus se espalhava pelo mundo e a Federação Internacional de Ginástica cancelou às pressas o campeonato. Os atletas que viajaram ficaram de quarentena, como relatamos aqui no Surto Olímpico.

A nota rotina foi um baque para todos os atletas, mas Zanetti tentou se adaptar e viver como se fosse um dia normal. Ele destacou sua rotina em uma live do Time Brasil, como vocês podem ver aqui. Semanas depois, em outra live - dessa vez com o Thiago Braz - o ginasta até evidenciou um lado bom da pandemia do Covid-19, estar ao lado da sua esposa em momento final da gestação. Arthur espera a chegada de Liam, seu primeiro filho.

A Missão Europa, programada pelo COB para levar atletas para treinarem em Portugal, contemplou Arthur Zanetti e a seleção de ginástica. Lá, o ginasta de São Bernardo do Campo retornou seus treinamentos em ginásio. 

Zanetti agora continua a trabalhar com o sonho de mais uma medalha em Olimpíadas, agora, adiada para 2021. Ele pretende levar sua esposa e seu filho para, provavelmente, assistirem a última medalha e competição oficial do papai. Arthur Nabarrete Zanetti não esconde seu desejo de aposentadoria, mas também não deixa passar sua vontade de estar no esporte. 

Ele, inclusive, está na lista dos pré-candidatos à Comissão dos Atletas da entidade. Após anos lutando para mostrar sua técnica e força nas argolas, parece que o rei Arthur quer se despedir com medalha e como exemplo fora das competições para um todo.

Foto: Fábio Motta/Estadão Conteúdo

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