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Ministra admite possibilidade de adiamento dos Jogos Olímpicos para o fim de 2020


Seiko Hashimoto, ministra olímpica do Japão, admitiu nesta terça-feira, 03, que os Jogos Olímpicos de 2020 poderão ser adiados caso o surto epidêmico do novo coronavírus não seja controlado até julho. A ex-patinadora disse que a mudança só poderá ocorrer para datas dentro de 2020, uma vez que o contrato não permite que os Jogos sejam realizados em um ano "não-olímpico". A Olimpíada tem previsão para ocorrer entre 24 de julho e 9 de agosto.

"O COI tem o direito de cancelar os Jogos apenas se não forem realizados em 2020", disse Hashimoto ao parlamento. "Isso pode ser interpretado como significando que os Jogos podem ser adiados desde que sejam realizados durante o ano civil", completou.

A declaração da ministra surge como um ponto de desencontro sobre todos os discursos dos comitês executivos e líderes do COI sobre a possibilidade de adiamento da Olimpíada. Até então, os dirigentes declaram uma "preparação normal" para a organização do evento, tomando todos os cuidados necessários para a realização deste.

Já foram confirmadas seis mortes e 274 casos de infectados pelo coronavírus no País, sendo o quinto com mais relatos no mundo. O temor é crescente entre os amantes do esporte e a população local.

O membro mais antigo do COI, Dick Pound, foi o primeiro a ligar o alerta sobre uma possível não realização dos Jogos. Ele disse que a organização teria até maio para contabilizar os prejuízos e verificar a possibilidade da realização da Olimpíada.

Ainda assim, Thomas Bach, o presidente do COI, disse em entrevista coletiva para a mídia japonesa na semana passada que se recusa a "alimentar as chamas da especulação" sobre possíveis adiamentos ou um cancelamento do maior evento esportivo do planeta.

Na história olímpica de mais de 124 anos, os Jogos foram cancelados apenas três vezes, e todas por motivos de guerra. Em 1916, em decorrência da Primeira Guerra Mundial e em 1940 e 1944 devido à Segunda Grande Guerra.

Diversos eventos esportivos já foram modificados durante o ano de 2020 e a qualificação olímpica de diversas modalidades foi afetada pelo Covid-19, como badminton, basquete, beisebol, boxe, futebol, handebol, ginástica artística, luta olímpica, pentatlo moderno, polo aquático, remotaekwondo e vela.

No Japão, alguns campeonatos locais estão parados, como a J-League, a primeira divisão do futebol. Os jogos liga de beisebol japonesa estão acontecendo com portões fechados, numa tentativa de evitar a proliferação do vírus. A tradicional Maratona de Tóquio, realizada no último final de semana, teve que ser cancelada para os amadores e foi disputada apenas entre os profissionais, afetando cerca de 30 mil competidores.

Tóquio tem cerca de 17 eventos-testes programados para receber até o início de maio. Todos devem ocorrer sem problemas, já que não são competições de grande porte. O mais significativo é um torneio de ginástica artística, que trará atletas de diversos países, a ocorrer entre 6 e 9 de abril.


Em reunião, COI reafirma que não existe plano B

Também nesta terça-feira, 03, o comitê executivo do COI se reuniu para discutir o futuro dos Jogos Olímpicos de 2020 em relação ao Covid-19. E, mais uma vez, o discurso se manteve o mesmo. O COI reafirmou que a Olimpíada ocorrerá normalmente, conforme o planejado, entre 24 de julho e 9 de agosto.

"Uma força-tarefa conjunta já foi criada em meados de fevereiro, envolvendo o COI, Tóquio 2020, a cidade de Tóquio, o governo do Japão e a Organização Mundial da Saúde (OMS). O comitê executivo do COI aprecia e apoia as medidas que estão sendo tomadas, que constituem uma parte importante dos planos de Tóquio de sediar Jogos seguros e protegidos", disse a entidade em nota.

O COI ainda agradeceu à OMS e disse que continuará seguindo todas as recomendações dadas pela organização, a fim de que conseguir uma boa realização dos Jogos.

"O comitê executivo do COI incentiva todos os atletas a continuarem se preparando para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. O COI continuará apoiando os atletas, fornecendo as informações e desenvolvimentos mais recentes", finalizou a entidade.

Foto: Eugene Hoshiko/AP

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