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Quatro anos da Rio 2016: Isaquias Queiroz, de três medalhas olímpicas para a confiança ao ouro em Tóquio


Seguimos revirando nossos arquivos digitais. Em quase 10 anos de existência e mais de 40 mil matérias produzidas, fica fácil falarmos de grandes nomes do esporte brasileiro. Neste domingo (16/08), há 4 anos, o Brasil começava a ganhar um novo herói do esporte. A Lagoa Rodrigo de Freitas era o cenário perfeito para Isaquias Queiroz começar sua saga de medalhas e iniciar um novo ciclo, contado neste texto.

"Entrar para a história" ou "fazer história" eram frases frequentemente usadas para falar do baiano Isaquias. Convenhamos que não foi surpresa alguma, já que o talento dele o credenciava para sair do Rio sendo o único atleta olímpico brasileiro a conquistar três medalhas em uma mesma edição.

A primeira medalha, uma prata, veio no C1-1000m. Como Marcos Antônio contou em matéria na época, "Isaquias tinha um adversário duro pelo ouro". Tratava-se de Sebastian Brendel, o principal adversário dele.

Dois dias depois, na prova rápida de 200m, Isaquias disse sentir-se decepcionado após largar mal na final e recuperar nos metros finais para sair com o bronze. A chegada foi com emoção, decidida no photo finish. A essa altura, Queiroz já estava entre grandes nomes do esporte, com duas medalhas no Rio. Confira a segunda medalha do Isaquias aqui.

A terceira conquista veio com seu parceiro de dupla Erlon Souza, na canoa 1000m. Na época com 22 anos, Isaquias liderou seu parceiro para dominarem a prova. O ouro ficou no quase, já que a dupla alemã - com presença de Sebastian Brendel - arrancou nos metros finais para levar a dourada. Mais uma prata para Isaquias e primeira conquista olímpica de Erlon, que ajudou seu amigo a deixar seu nome registrado na história.

Cenário perfeito para o COB convidar Isaquias para levar a bandeira na Cerimônia de Encerramento, como contou o Surto Olímpico.

Dias depois do fim da Rio 2016, uma notícia não agradou em nada Isaquias Queiroz. Foi anunciada a retirada da prova dos 200m do calendário olímpico e a princípio ele sairia da dupla de C2 1.000m, o que acabou não acontecendo. Nós contamos aqui.

Infelizmente, não era a pior notícia que Isaquias teria até o final de 2016. Morlán descobriu um tumor no cérebro e passou por uma cirurgia para retirada no Rio de Janeiro. A canoagem brasileira sentiu bastante, já que o comandante sempre se mostrou ser um grande pai para os atletas, principalmente seu pupilo Isaquias Queiroz.

Jesus Morlán em foto para o COmitê Olímpico Brasileiro
Jesus Morlán foi técnico da canoagem brasileira por 5 anos - Foto: Divulgação/COB

Estratégia de competições pontuais
Iniciando 2017, o atleta foi coroado o melhor atleta brasileiro ao lado de Rafaela Silva. O Prêmio Brasil Olímpico dado ao atleta foi para marcar o ano de 2016. O Surto Olímpico esteve presente no evento e contou como foi.

O Campeonato Mundial Júnior e Sub-23 levou Isaquias a mais medalhas. Ele se sagrou campeão nas provas de 1000 e 200m, em maio. Na verdade, segundo o próprio canoísta disse em entrevista, a competição serviu para pegar ritmo por conta da proximidade ao Mundial adulto. Regys Silva foi quem publicou a informação em 2017.

Três meses depois, foi a vez do bronze no C1-1000m em mais um Mundial, seguido de um grande período de treinamentos em Lagoa Santa (MG), base da canoagem brasileira.

O trágico ano de despedida do Morlán
Já em 2018, o brasileiro novamente voava pelas lagoas no mundo. Uma prata abriu a temporada do Isaquias em maio, nos 1000m da etapa de Duisburo (GER). No dia seguinte, novo segundo lugar na prova não olímpica dos 500m. Confira o post.

No Campeonato Mundial, disputado em Portugal, o baiano saiu com três medalhas. A primeira foi de ouro, no C1-500m, o terceiro título mundial nesta prova (ele havia ficado com ouro em 2013 e 2014). Dias depois, mais um bronze no C1-1000m. E no último dia outro ouro com seu sempre parceiro Erlon na prova de duplas em 500m (C2-500m).

Treinando mais no "QG" da canoagem e competindo em momentos oportunos desde 2017, Isaquias chega no momento correto para levar a medalha nas competições. É da mesma forma com Erlon, seu companheiro. Ambos seguem treinamentos de Morlan, que ainda está em tratamento do tumor no cérebro. Eles concederam uma entrevista exclusiva a Marcos Antônio, no desafio "Mano a Mano" na Lagoa Rodrigo de Freitas. Os detalhes da entrevista completa você encontra no link.

Mas quando tudo parecia perfeito para o ano pré-Olimpíadas, o baque foi gigantesco. Em novembro de 2018, Isaquias Queiroz e toda a canoagem brasileira perdeu Jesus Morlán, vítima do tumor no cérebro que tratava desde o fim de 2016. "Devo minha vida a ele", dizia Isaquias em entrevista após morte de Morlan.

O ano do atleta encerrou com mais prêmios, o de melhor brasileiro em eleição do Surto Olímpico e do Prêmio Brasil Olímpico.

Contratação pelo Flamengo e os ouros no Pan de Lima e Mundial
A página virou de ano e Isaquias ganhou reforço, sendo anunciado como atleta do Flamengo. Já como atleta do rubro-negro, o sprinter disputou as etapas da Polônia e Alemanha da Copa do Mundo no final de maio e início de junho. Ouro nas duas competições no C1-500m.

Nos Jogos Pan-Americanos de Lima, no Peru, mais medalhas e ouro no C1-1000m para Isaquias. Na competição em dupla, susto com Erlon Souza, que desmaiou na competição. O Surto Olímpico contou.

Isaquias Queiroz e Erlon Souza esbanjando medalha de bronze no Mundial de 2019 na canoagem
Mundial da Hungria em 2019 selou vaga dos brasileiros para Tóquio 2020 - Foto: Mateus Nagie/Surto Olímpico
No Mundial de Szeged, na Hungria, veio a classificação para Tóquio 2020. Bronze no C2-1000m com Erlon, assegurou o passaporte para o maior evento esportivo do planeta. Nosso enviado na Europa, Mateus Nagine, estava in loco e contou como foi a medalha. Já com vaga certa e sem pressão, foi a vez do Surto Olímpico contar o ouro inédito no C1-1000m, prova olímpica em que Isaquias foi prata na Rio 2016.

Para fechar 2019, Isaquias "comemorou" no Prêmio Brasil Olímpico, mesmo sem levar o título. Em entrevista ao Surto Olímpico o atleta contou o maravilhoso ano.

Isaquias vinha com treinamentos normais em Minas Gerais e, no geral, não diminuiu tanto o ritmo, mesmo com a pandemia tendo chegado ao mundo. Ele concedeu entrevista ao Surto Olímpico em julho e destacou a vantagem que teve em ter mantido seus treinamentos com foco no ouro em Tóquio 2020. A entrevista completa você confere aqui.

Foto: Alexandre Loureiro/Exemplus/COB

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