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Os Jogos Olímpicos na Televisão Brasileira: Atlanta 1996, introdução



Por Felipe Santos Souza

Já estava claro para todo mundo: a questão da transmissão dos Jogos Olímpicos pela televisão ganhara mais um impacto, com as inovações tecnológicas vistas em Barcelona-1992. E haveria outro salto em Atlanta. Novamente, uma edição sediada nos Estados Unidos se notabilizaria como um marco olímpico, no tocante ao valor dos direitos de transmissão: se em Los Angeles-1984, edição vista como fundamental na transformação dos Jogos como evento atraente à iniciativa privada e à televisão, o preço da exibição deles na telinha custava “módicos” US$ 287 milhões, em Atlanta-1996 o valor dos direitos saltara para US$ 898 milhões. Desse montante, só a NBC (National Broadcasting Company) se responsabilizou por US$ 459 milhões, ganhando o direito de transmiti-los com exclusividade para o território norte-americano. Por outro lado, caberia à ABC (American Broadcasting Company) a responsabilidade de gerar as imagens das disputas em Atlanta para todo o mundo.

Se era assim nos principais mercados televisivos do mundo, claro que também seria assim na América Latina. A OTI (Organização de Televisão Iberoamericana) pagou vultosa quantia à NBC para obter os direitos de transmissão para a América Latina. Então, ocorreria o mesmo esquema vigente desde Moscou-1980: a emissora brasileira (ou de qualquer outro país filiado à OTI) que desejasse exibir a Copa do Mundo de futebol em 1998, teria de comprar e exibir os Jogos Olímpicos, dois anos antes. Era a última vez que a obtenção dos direitos seria assim. Mas como nenhuma emissora brasileira fazia ideia disso, ainda, cinco canais abertos e dois por assinatura mantiveram as anuidades em dia, e se cotizaram para o pagamento à OTI: por US$ 2 milhões pagos por cada um à entidade latinoamericana de tevê, todos ganharam o direito de exibirem os Jogos Olímpicos de 1996.

Mais do que isso: os investimentos na cobertura de cada um seriam generosos, como se poderá ler nos textos dedicados a cada cobertura. Nunca a televisão aberta brasileira teria tanta variedade de opções para acompanhar as disputas em Atlanta e cidades vizinhas do estado norte-americano da Geórgia, entre 19 de julho e 4 de agosto de 1996: cinco canais mostrariam os Jogos, com mais ou menos espaço dentro da grade de programação, havendo destaque para a volta da Record às transmissões olímpicas, após a experiência do pool com o SBT em Los Angeles-1984. Já na televisão por assinatura, com presença ainda restrita dentro dos lares brasileiros, o SporTV ganhara uma concorrente para chamar de sua: em junho de 1995, a TVA Esportes se converteu na ESPN Brasil, graças a uma parceria entre o Grupo Abril (dono da concessão da TVA) e a matriz norte-americana da ESPN. Tanto o canal da Globosat quanto o da TVA estariam em Atlanta.

E a cobertura de cada canal seria conforme esmiuçado nos textos abaixo. Um cenário plural. Pouca gente sabia, mas nunca mais seria assim na televisão brasileira, dali por diante.

Televisão aberta







Canais por assinatura


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