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O ano histórico do tênis feminino do Brasil

Laura e Luisa seguram suas medalhas, enquanto erguem um buquê de flores com a outra mão no pódio dos Jogos Olímpicos de Tóquio

2021 foi um ano marcante para o tênis brasileiro, em especial para o feminino. Nos Jogos Olímpicos de Tóquio, Luisa Stefani e Laura Pigossi conquistaram a primeira medalha olímpica do Brasil na modalidade, com o bronze nas duplas femininas. A conquista das duas coroou um ano de bons resultados para o Brasil no tênis feminino.

A medalha de bronze de Luisa e Laura foi uma das mais imprevisíveis do Time Brasil em Tóquio 2020. As duas garantiram a vaga olímpica no limite das inscrições finais após a desistência de outras tenistas. 

Nos Jogos Olímpicos, as brasileiras estreiaram contra Sharon Fichman e Gabriela Dabrowski (parceira de Luisa em alguns torneios) com vitória por 2 a 0 (76- e 6-4). Nas oitavas e nas quartas de final foram duas viradas contra Karolina Plisikova e Markéta Vondroušová da Rep. Tcheca (2-6, 6-4 e 13-11) e contra Jessica Pegula e Bathek Mattek-Sands dos Estados Unidos (1-6, 6-3 e 10-6). 

Luisa e Laura se abraçam após jogo contra as tchecas em Tóquio
Luisa e Laura comemoram a vitória contra as tchecas - Foto: Gaspar Nóbrega/COB
Na semifinal, Luisa e Laura perderam para as suíças Belinda Bencic e Viktoria Gulobic por 2 sets a 0 (5-7 e 3-6). Mas o sonho da medalha ainda estava vivo e as brasileiras foram disputar a medalha de bronze contra as russas Elena Vesnina e Veronika Kudermetova.

Na disputa da medalha, as russas começaram melhor no jogo e venceram o primeiro set (6-4). Luisa e Laura tiveram um melhor desempenho no fim do primeiro set e embalaram para devolver os 6-4 no segundo. 

Luisa rebate a bola no lado esquerdo da imagem. Laura olha para o lance no outro lado
Luisa e Laura na disputa da medalha de bronze - Foto: Júlio César Guimarães/COB
Vesnina e Kudermetova abriram uma boa vantagem já no início do match tiebreak e chegaram ao ponto do jogo com 9 a 5 no placar. Mas as brasileiras salvaram quatro match points com maestria e venceram por 11 a 9, conquistando a medalha de bronze.
“O sentimento mais especial depois de conseguir a medalha é ver que realmente tudo que a gente investiu, tudo que a gente passou na vida, os sacrifícios meus e da minha família e todos os os passinhos, as decisões grandes que tiveram no caminho, valeram a pena. Eu acho que acreditar, eu sempre acreditava, mas era algo tão longe que parece que não é real” - Luísa Stefani
A expectativa é de que a medalha ajude a deixar um legado no tênis feminino do Brasil e ajude a incentivar jovens atletas da modalidade. “O que mais falta mesmo é visibilidade. Eu espero que essa medalha que a gente conquistou, realmente mude isso. A gente tem visto desde as Olimpíadas uma pequena mudança. Principalmente nos jogos da Lu de dupla, que antes dupla feminina nunca passavam na tv e agora já tem mais visibilidade”, comentou Laura Pigossi.

"Acho que isso é muito bom para as crianças. Para essa nova geração também ver e ver que é possível e ver como é o tênis lá fora. Acho que isso abre muito a cabeça delas e eu vejo como uma maneira muito positiva mesmo, de que vai melhorar" - Laura Pigossi

 

Luara e Luisa sentadas na quadra central de Tóquio. No chão estão os aros olímpicos e na parede a inscrição "Tokyo2020"
Laura e Luisa posam para foto com suas medalhas - Foto: Rafael Bello/COB
As brasileiras tiveram ótimos resultados após os Jogos Olímpicos de Tóquio. Luisa Stefani, competindo ao lado de Gabriela Dabrowski disputou duas finais de torenios WTA 1000, ficando com o vice-campeonato no Masters de Cincinatti e conquistando o título do Aberto do Canadá, em Montreal. As duas estavam em uma ótima campanha no US Open, que foi interrompidas após Luisa sofrer uma lesão durante a semifinal do torneio.

Luisa Stefani tira selfie, levantanto o braço e um dedo, fazendo sinal de numero 1. Gabriela Dabrowski está atrás dela
Luisa e Gabriela Dabrowski comemoram o título em Montreal - Foto: Tennis Canada
“Estou super positiva e otimista com a minha equipe e também sobre como o processo de recuperação está indo até agora. Mas obviamente tem que ter muita paciência, trabalho duro na fisioterapia. Não tem sido uma recuperação fácil, mas com certeza está encaminhando bem e eu não tenho nada a reclamar”, afirmou a tenista que deve voltar ao circuito mundial na metade de 2022.

Mesmo sem competir no final do ano, Luisa continuou fazendo história. Com descarte de resultados de outras atletas, Luisa Stafani se tornou a primeira tenista brasileira a entrar no top-10 do ranking da WTA, aparecendo em nono lugar no ranking de 1º de novembro. Atualmente, ela está na décima colocação da lista.

Laura Pigossi teve bons resultados no após Tóquio jogando nos torneios ITF. Em simples, ela ganhou o ITF de Guayaquil, no Equador e foi vice-campeão do Aberto de Medellín na Colômbia. Em duplas, Laura venceu três torneios: o Aberto de Medellín ao lado da colombiana Maria Herazo, no ITF de Lima com María Claré da Argentina e no ITF de Aparecida de Goiânia jogando com a tcheca Anna Siskova. 

Laura veste regata e shots-saia preto. Ela comemora no centro de uma quadra de saibro
Laura Pigossi após vencer o ITF de Guayaquil- Foto: Reprodução/Twitter @alejandrahl92
Com as boas campanhas, Laura conseguiu entrar pela primeira vez no top-200 do ranking de simples da WTA, sendo a atual número 191 do mundo. A posição garantiu uma vaga para a medalhista olímpica na qualificação do Australian Open 2022, o primeiro Grand Slam da temporada.

"Estou muito animada pra esse próximo ano. Tenho muitos sonhos e várias metas na cabeça. Mas como eu sempre digo, é um dia de cada vez, quero continuar jogando com muita intensidade, muita garra, muito coração que nem eu venho jogando desde a Olimpíada. Eu acho que é isso que vai me fazer chegar lá e não só ficar pensando no ganhar e no que eu quero atingir, mas pensar no dia a dia", afirmou Laura que deve jogar um torneio WTA 250 antes do qualifying do Australian Open.

Outros resultados importantes do tênis feminino do Brasil

Além da medalha olímpica, 2021 teve outros bons resultados no tênis feminino brasileiro. Beatriz Haddad Maia venceu cinco torneios ITF este ano: ITF Villa Maria e ITF Córdoba, na Argentina, o Aberto de Montemor, em Portugal, ITF Collonge-Bellerive e ITF Montreux na Suíça. 

Bia Haddad Maia sacando no jogo contra Karolina Pliskova - Foto: Reprodução/WTA 1000 de Indian Wells
Bia teve a principal vitória do Brasil em simples este ano no Masters de Indian Wells. Ela se tornou a primeira brasileira a vencer uma tenista top-3 do mundo, ao derrotar a tcheca Karolina Pliskova (cabeça de chave número 1 do torneio) por 2 sets a 0 (6-3 e 7-5). Ela termina o ano como a 83ª colocada no ranking da WTA e garantida na chave principal do Australian Open.

Quem também vai estar em Melbourne é Carolina Meligeni Alves. Carol teve um ótimo segundo semestre, onde venceu sete das oitos finais de duplas que disputou em torneios ITF. Em dezembro, ela conseguiu seus melhores rankings da carreira, com o 131º lugar nas duplas e 245º na lista de simplistas. Com os resultados, ela garantiu presença no qualifying do Australian Open.

Carol e Andrea Gamiz posam para foto segurando a placa de campeãs do ITF de Lima
Carol Meligeni Alves e Andrea Gamiz (VEN) após vencerem o ITF W25 de Lima - Foto:Reprodução/ Instagram Carolina Meligeni
Foto de capa: Wander Roberto/COB

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