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Quatro anos da Rio 2016: Mayra Aguiar, do segundo bronze olímpico à permanência no topo


Seguindo com os textos especiais que celebram a marca de quatro anos dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro de 2016 - já relembramos a Cerimônia de Abertura, além das trajetórias de Felipe Wu e de Rafaela Silva - hoje, 11 de agosto, é dia de resgatarmos o bronze e o ciclo de Mayra Aguiar, do judô.

Aos recém-completos 25 anos, Mayra chegava ao Rio de Janeiro como uma das grandes favoritas ao ouro na categoria até 78kg. Bronze em Londres 2012, campeã mundial em 2014 e prata no Pan de Toronto em 2015, a gaúcha de Porto Alegre entrou na competição “deixando claro às adversárias que brigaria pelo ouro”, como relatou Marcos Antônio aqui no Surto Olímpico.

Após passar com tranquilidade pela australiana Miranda Giambelli - ippon com 39 segundos de luta - e com paciência pela alemã Laura Malzahn - vitória por ter uma punição a menos - Mayra enfrentou a francesa Audrey Tcheuméo, adversária que derrotou na final do Mundial de 2014. Dessa vez, porém, a judoca europeia levou a melhor, com a brasileira tendo recebido um shidô a mais.

Restou à gaúcha brigar pelo bronze, tal qual em Londres. Extremamente focada na luta, Mayra não deu chances para a cubana Yalenis Castillo. O yuko no início do combate foi suficiente para garantir o segundo bronze olímpico de sua carreira, o que a tornou a primeira atleta na história do país a conquistar duas medalhas em provas individuais femininas.
Mayra celebrando o bronze olímpico no Rio (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

Logo após receber a medalha no pódio olímpico, Mayra Aguiar disse ao site Globoesporte.com que já tinha um novo objetivo traçado: “Agora tem Japão. Saindo daqui, começa um novo ciclo.”

Com a chave já virada para os próximos Jogos Olímpicos, a judoca foi ao Mundial de 2017, em Budapeste, na Hungria, disposta a fazer história novamente. De fato, conseguiu. Passando por adversárias duríssimas - incluindo a francesa Tcheuméo, que a derrotou no Rio, e duas japonesas - conquistou o bicampeonato mundial da categoria até 78kg. Esse feito colocou Mayra na posição de primeira mulher brasileira bicampeã mundial de judô. Relembre a campanha de Mayra com o texto que o Surto produziu na época.

Com a medalha na mala (uma das 21 do país nos Mundiais de 2017), a porto-alegrense retornou ao Brasil e foi reconhecida por sua conquista. A judoca foi indicada ao Prêmio Brasil Olímpico, que premiaria em 2018 os melhores atletas do esporte olímpico brasileiro no ano de 2017. Tendo Ana Marcela Cunha e Ana Sátila como concorrentes, Mayra levou a melhor e foi eleita a melhor esportista do ano entre as mulheres.

Após a cerimônia, Mayra falou ao Surto Olímpico, representado novamente no local por Marcos Antônio. A atleta destacou a superação de uma sequência de lesões no início da temporada, que a fez passar por uma cirurgia no ombro. Além disso, voltou a citar Tóquio 2020, comentando sobre suas expectativas para um torneio olímpico no berço de seu esporte.

“O Japão é a casa do judô. Eles têm muita gente boa, e os judocas japoneses que estiverem na Olimpíada serão muito bons, pode ter certeza”, afirmou na ocasião.

Mayra Aguiar ao lado do tenista Marcelo Melo. Ambos foram premiados como melhores atletas de 2017 no Prêmio Brasil Olímpico (Foto: Divulgação)

Se 2016 e 2017 foram anos gloriosos para Mayra, 2018 não está entre os melhores da sua carreira. A brasileira não teve um bom desempenho no Mundial, principal competição da temporada caindo na segunda luta para a chinesa Zhenzhao Ma e perdendo a oportunidade de defender o título. No geral, foi um Mundial bem abaixo das expectativas para toda a delegação brasileira. Relembre a campanha de Mayra com a cobertura de Daniel Barbosa.

Em entrevista exclusiva para o Surto Olímpico, em dezembro de 2018, Mayra contou ao repórter Juvenal Dias que seu desempenho “não foi o que esperava”. A judoca, porém, já deu indicativos de que 2019 seria diferente. “É um ano muito importante”, declarou.

Mayra começou a temporada assumindo a liderança do ranking mundial. Em agosto, dominou a disputa dos Jogos Pan-Americanos de 2019, em Lima, no Peru, conquistando seu primeiro ouro em quatro participações na competição. Na sequência, foi ao Mundial de Tóquio, sede olímpica, e deu a volta por cima, levando medalhas de bronze no individual e nas equipes mistas. Leia mais sobre a campanha de Mayra no Mundial clicando aqui (individual) e aqui (equipes).

Mayra conquistou o ouro no Pan de Lima após pratas em 2007 e 2015 e bronze em 2011 (Foto: Sérgio Moraes/Reuters)

Após as medalhas, um susto: a gaúcha sentiu uma lesão no joelho e ficou de fora do Grand Slam de Brasília. A ausência no torneio preocupou, pensando na preparação para as próximas disputas, mas a atleta conseguiu se recuperar.

A expectativa de Mayra para 2020 era competir nos Jogos Olímpicos, mas a pandemia de Covid-19 alterou profundamente o calendário. Participante da Missão Europa do Comitê Olímpico Brasileiro, que levou atletas do país para treinarem em Portugal, a atleta não perdeu o foco no maior objetivo do ciclo.

“Eu sei o quanto eu quero. A medalha de ouro olímpica é um objetivo na minha carreira, eu tenho objetivos, mas não é uma pressão que me corrói, é uma coisa que me motiva e eu fico mais forte, mais leve”, afirmou Mayra ao site Olimpíada Todo Dia.

Regular, Mayra soube se manter entre as melhores e vem forte para brigar por sua terceira medalha olímpica. Quem sabe, o primeiro ouro.


Foto de capa: Reuters/Toru Hanai

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