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Mundial de Judô 2017 - Dia 5

A primeira mulher brasileira bicampeã mundial de judô. Mayra Aguiar entrou para a história do esporte brasileiro nesta sexta-feira, ao vencer a categoria -78kg do mundial da modalidade em Budapeste, repetindo o título de 2014. Gaúcha de Porto Alegre e formada no Sogipa, Mayra se iguala a João Derly, também porto-alegrense e formado no mesmo clube, como os únicos judocas brasileiros com dois títulos mundiais na carreira.


Na campanha para chegar ao ouro, Mayra precisou provar que é uma das maiores judocas da atualidade, derrotando adversárias duríssimas no caminho. Primeiro, venceu a jovem Klara Apotekar da Eslovênia por um ippon, de forma bem rápida e consistente. Em seguida, enfrentou a perigosa Bernadette Graf, austriaca que até o ano passado lutava na -70kg, também por ippon.

Nas quartas de final, uma velha conhecida de Mayra a enfrentou na Laszlo Papp Arena. Audrey Tchemeo, que havia vencido Mayra na semifinal olímpica no Rio assim como perdido para a brasileira na final mundial em 2014, prometia um já tradicional difícil duelo. Na luta, Mayra levou dois shiddos, mas conseguiu pontuar com um wazari e depois imobilizar a francesa para vencer por ippon.

Assim como já havia feito nas categorias -48kg e -52kg, o Japão novamente trouxe duas japonesas para essa categoria, e as duas estariam no caminho de Mayra rumo ao ouro. Enquando no outro tatame Mami Umeki vencia a holandesa Marhinde Verkerk na semifinal, Mayra travava um duelo disputadíssimo contra Ruika Sato. Ambas levaram dois shidos e ficaram a beira de uma eliminação por interferência da arbitragem, porém, a um minuto do fim, Mayra projetou Sato e aplicou um wazari, segurando a luta para vencer no fim.

A final contra Umeki foi o confronto das duas últimas campeãs mundiais da disputa, um verdadeiro tira teima. Umeki tomou duas punições logo no início da luta, por falta de combatividade, e começou a reagir até fazer com que Mayra também fosse punida. Em luta empatada, ambas se enfrentaram no Golden Score, que não durou sequer 10 segundos, pois Mayra aplicou um wazari e ficou com o ouro.

Essa foi a quinta medalha de Mayra em mundiais, somando ao ouro de 2014, a prata de 2010 e aos bronzes de 2011 e 2013. Mayra é ainda, a única mulher brasileira a ter duas medalhas olímpicas em esportes individuais. Nas disputados do bronze, Sato, japonesa que perdeu para Mayra, não demonstrou muita fome de luta e perdeu para a cubana Kaliema Antomarchi, por um wazari. Na outra disputa, vitória por ippon da britânica Nathalie Powel sobre a holandesa Marhinde Verkerk. O Brasil ainda teve Samanta Soares nos tatames por esta categoria, mas logo na sua estreia em mundias encarou a finalista Mami Umeki, perdendo por ippon.

Maria Portela foi outra brasileira que esteve nos tatames húngaros nesta sexta-feira e mesmo sem medalha, fez uma ótima competição terminando no sétimo lugar. Na primeira luta, venceu por dois wazaris contra um a coreana Jeong Jie-hym avançando para também vencer a britânica Gemma Howell no Golden Score. Após empatarem em duas punições cada no tempo normal, Portela aplicou um wazari no início do tempo desempate para avançar na chave.

Nas quartas de final, enfrentou a japonesa Chizuru Arai, em uma luta muito equilibrada e sem golpes. A vitória para a japonesa foi por punições no golden score, quando Portela foi desclassificada por falta de combatividade. Na disputa da repescagem, enfrentou a fortíssima espanhola María Bernabeu, não resistindo à força da atleta e perdendo por wazari, terminando assim em sétimo lugar.

Duas algozes de Portela saíram vitoriosas em suas disputas. Chizuru Arai, venceu de forma rápida por ippon a final da categoria, conquistando o sexto ouro para o Japão até agora, em vitória sobre a surpresa portorriquenha María Perez. Já Bernabeu bateu a marroquina Assmaa Niang por ippon e ficou com uma das medalhas de bronze. O outro terceiro lugar ficou com a tricampeã mundial e favorita da categoria Yuri Alvear, da Colômbia. Após perder para Arai nas semis, a sul americana voltou para buscar mais uma medalha para seu vitorioso currículo ao vencer a francesa Marie Gahie por ippon.

A outra categoria do dia, a - 90kg masculino, não contou nem com a presença brasileira, muito menos com os finalistas olímpicos do Rio, o japonês campeão Mashu Baker e o vice Varlan Liparteliani, da Geórgia. A única final masculina do dia foi disputada entre dois jovens atletas de países da antiga Iugoslávia, o esloveno Mihael Zgank e o sérvio Nemanja Majdov. A luta foi bem equilibrada, decidida por punições no Golden Score, com o título terminando com o jovem Majdov, de apenas 21 anos. Compatriota de Majdov, o sérvio lider do ranking mundial Aleksandar Kukojy acabou saindo sem medalha ao perder a disputa do bronze para o georgiano Ushangi Margiani, por dois wazaris. Campeão mundial em 2015 e único dos medalhistas olímpicos da categoria no Rio presentes em Budapeste, o coreano Gwak Dong-han conquistou o bronze ao calar a torcida local com vitória sobre o húngaro Krisztian Toth por ippon. Toth era uma das grandes esperanças do país sede de subir ao pódio, o que ainda não aconteceu.

Neste sábado quatro brasileiros entram em ação para o último dia de disputas individuais desde mundial. Campeão há dez anos, o experiente Luciano Corrêa tentará o bicampeonato na categoria -100kg em estreia contra o britânico Benjamin Fletcher. Pela +78kg feminina, a duas vezes vice campeã mundial Maria Suelen Altheman tenta mais uma medalha para sua carreira em estreia contra a argelina Sonia Asselah. Caso vença, pode enfrentar já na segunda rodada Yu Song, chinesa atual campeã mundial e bronze no Rio 2016.

 Pela +100kg, David Moura e Rafael Silva tentarão as primeiras medalhas masculinas neste mundial para o Brasil. David pegará o vencedor da luta entre o sérvio Zarlo Culum e o australiano Liam Park, já Rafael, duas vezes bronze olímpico, enfrentará na primeira rodada o azeri Ushangi Koumari. Se chegarem em suas quartas de final, a tendência é que enfrentem pedreiras no caminho ao ouro. David, que está na chave A, pode duelar contra o japonês vice campeão olímpico no Rio, Hisayoshi Harasawa, enquanto Rafael, que está na chave D, pode encarar ninguém menos que Teddy Riner, o astro francês do judô mundial que não perde uma luta desde 2008 pela categoria.

Fotos: IJF e CBJ



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