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Quatro anos da Rio 2016: Felipe Wu, da glória olímpica a um ciclo conturbado

A marca de quatro anos da abertura dos Jogos da XXXI Olimpíada, comemorada ontem, fez revirarmos o arquivo digital do Surto Olímpico - composto por 42.469 matérias, mais do que a quantidade de metros numa maratona! - para resgatar a trajetória de Felipe Wu, o primeiro medalhista brasileiro daquela edição.

O Surto Olimpíco esteve lá, no Centro Olímpico de Tiro Esportivo em Deodoro, com nosso saudoso repórter Rodrigo Huk que acompanhou Wu quebrar um jejum de 96 anos do Brasil sem medalha no tiro esportivo. Como ele contou ao leitor do Surto em matéria publicada em 06/08/2016, o destaque foi “a forma como os fatos se desenrolaram nos estandes”.

Nosso correspondente contou que “o público chinês tomou as arquibancadas da disputa feminina da carabina de ar 10 metros” pela manhã para assistir a primeira final a ser disputada - vencida por Virginia Thrasher -, mas a tarde viu “uma invasão brasileira no local de disputa”.  Releia a matéria completa aqui.

Huk relatou detalhes vivos sobre a experiência em acompanhar a disputa, como “o fato de apenas duas telas – de visibilidade limitada – exibirem os resultados no estande de qualificações adicionou uma dose extra de emoção”.

Como Marcos Antônio havia noticiado em julho de 2016, Felipe Wu era o número 1 do ranking da ISSF na pistola de ar 10m e acabou perdendo na final para o vietnamita Hoàng Xuân Vinh. 

O primeiro ouro da história olímpica do Vietnã veio apesar dos “brasileiros na arquibancada, que tentavam fazer pressão”, conforme escreveu Huk. Com o resultado definido, a torcida comemorou e passou a gritar o nome do medalhista. Wu ainda disse em entrevista que “foi profundamente tocante" e isso lhe ajudou. "Fez a diferença no meu desempenho".

Foi a primeira medalha olímpica do Brasil no tiro esportivo depois de 96 anos e a primeira nos Jogos do Rio, mas o novo ciclo olímpico foi esquecível para Wu, como podemos ver pelas matérias publicadas pelo Surto nos últimos quatro anos. 

Ainda em agosto, dia 24, o atleta revelava-se “preocupado com seu futuro no esporte” e apostava que “seria esquecido em breve”, em entrevista à Radio Jovem Pan, reportada por Marcos Antônio (clique aqui para ler a matéria).

Em fins de 2016, o atirador foi “confirmado na segunda posição do ranking mundial da Pistola de Ar 10m”, conforme escreveu Regys Silva nesta matéria de novembro

Logo após os Jogos do Rio, Wu ficou sem técnico e “voltou a treinar sozinho no Hebraica, sem a orientação de um técnico, e com apenas uma arma para competir”, como contou Marcos Antônio em abril de 2017 (leia em detalhes aqui). O medalhista voltou à faculdade de Engenharia Aeroespacial naquele ano.

Em maio de 2017, Regys Silva, Marcos Antônio e Juvenal Dias entrevistaram Felipe - a entrevista completa você lê aqui.  Nela, Wu fala que a “luta pelo reconhecimento do tiro esportivo ainda segue”, relatou que não conseguiu patrocínios novos e comentou da preparação para o ciclo. “Um medalhista olímpico não é formado da noite para o dia, é preciso tempo para se desenvolver e preparar”, disse o atleta ao Surto na ocasião.

Em novembro de 2017, ele elogiou a estrutura da Federação catarinense de Tiro e Caça e criticou a Confederação Brasileira de Tiro Esportivo (CBTE) por “não aproveitar a medalha de prata conquistada na Rio 2016 para tentar alavancar o esporte”, conforme relatou Marcos Antônio nesta matéria

As críticas à CBTE continuaram em junho de 2019, por “falta de eficiência’ nas regras de convocação para os Jogos Pan Americanos de Lima, da qual Wu não participou, como noticiou Marcos Antônio a partir de uma entrevista do atirador com o blog Olhar Olímpico. Relembre aqui a matéria.

Durante a Copa do Mundo de Tiro Esportivo, no Rio de Janeiro, em setembro de 2019, Wu confessou a Marcos Antônio, nosso repórter no local,  que não vinha em uma sequência boa após terminar em 76º lugar na competição. “Fiz tudo que podia fazer para ter um bom resultado, mas infelizmente não saiu. faz parte do esporte”, ressignou-se Wu antes de fazer uma longa avaliação do ciclo olímpico. A extensa matéria e entrevista completa você lê aqui.

Aliás, vale lembrar que dentre as matérias publicadas sobre Felipe Wu pelo Surto, Rodrigo Huk lembrava em 23 de agosto de 2016 que Wu foi um dos nomes do Projeto “Vivência Olímpica” que foi enviado para Londres 2012 e foi responsável por seis medalhas na Rio - Isaquias Queiroz, Martine Grael, Kahena Kunze, e Thiago Braz foram outros, além de grandes nomes como Rebeca Andrade e Hugo Calderano. 

Relembre o que é o projeto aqui. Você lembra quais foram os 20 nomes que participaram do projeto no Rio irão medalhar em Tóquio e será que algum deles irá medalhar em Tóquio?

Surte +: Quatro anos da Rio 2016: o legado e a alma brasileira na cerimônia de abertura

Foto: Ministério do Esporte

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