Visando otimizar gastos, COI anuncia redução da quantidade de camas da Vila Olímpica de Paris 2024 em 3 mil
Em reunião realizada por meio de videoconferência nesta quarta-feira (03), Comitê Olímpico Internacional (COI) e Comitê Organizador tiveram como pauta central os planejamentos e o progresso da Olimpíada de Paris 2024. Os organizadores reconheceram a necessidade de mudar suas ideias iniciais, levando em conta o impacto gerado pela pandemia do coronavírus. E uma primeira mudança foi confirmada: a redução da quantidade de camas na Vila Olímpica, de 17 mil para 14 mil.
De acordo com o COI, a diminuição visa a redução dos custos e otimização dos gastos e garante que a Vila "esteja adequada às necessidades dos atletas e dos comitês olímpicos nacionais, enquanto controla a quantidade de investimento necessária e ainda deixa um importante legado habitacional para a área de Seine-Saint-Denis, em Paris".
O projeto central do COI é fazer com que os mesmos erros dos Jogos Olímpicos de Tóquio não sejam cometidos em Paris-2024, uma vez que o comitê organizador de Tóquio está quebrando a cabeça para reduzir os gastos "não essenciais" após o adiamento da Olimpíada em um ano. O COI quer tirar lições positivas de toda esta situação.
A entidade que gere o Movimento Olímpico destacou as preparações "inovadoras" e "responsáveis" de Paris 2024 até aqui, mas indicou que os organizadores deverão ajustar seus progressos à "nova realidade" de otimização dos gastos, assim como está ocorrendo em Tóquio-2020.
"Desde o início, nosso objetivo comum foi criar os Jogos de uma nova era: jogos responsáveis, sustentáveis, socialmente conscientes e abertos para que todos participem. O contexto atual e a crise sem precedentes que estamos enfrentando significa que precisamos ir ainda mais longe nas direções que escolhemos juntos", destacou o presidente do Comitê Organizador, Tony Estanguet.
Apesar das mudanças propostas em relação aos projetos iniciais, os organizadores confirmaram que seguem com a proposta original de realizar os Jogos nas datas originalmente programadas: Olimpíada entre 26 de julho e 11 de agosto de 2024 e Paralimpíada de 28 de agosto a 8 de setembro de 2024. Assim, eliminam-se os rumores de que os Jogos de Paris pudessem sofrer um atraso de um ano, seguindo o adiamento de Tóquio-2020 para 2021.
Outro assunto do encontro também foi a situação das construções das instalações esportivas. As obras de demolição no local onde será a Vila Olímpica e Paralímpica foram iniciadas nas últimas semanas, enquanto dois locais tiveram seus contratos confirmados recentemente, o Centro Aquático Olímpico e a Arena La Chapelle. O COI parabenizou os organizadores franceses pelo progresso.
"Paris continua a ilustrar sua determinação em oferecer um novo modelo inovador e responsável para a organização dos Jogos. O adiamento de Tóquio 2020 para 2021 e o apelo do nosso Presidente para 'fortalecer ainda mais as reformas de sustentabilidade e viabilidade da Agenda Olímpica 2020 com uma nova fase da Nova Norma' fornecem o ímpeto para que todos os interessados levem essa ambição ainda mais longe", disse o chefe da Comissão de Coordenação do COI para os Jogos Olímpicos de Paris, Pierre-Olivier Beckers-Vieujant.
Crise na organização
Diversas críticas têm sido recebidas pela organização nas últimas semanas pela postura "conservadora" em relação ao planejamento e os altos custos da organização, mesmo Estanguet tendo admitido anteriormente que os algumas ideias deveriam ser reformuladas, a fim de otimizar os gastos.
O membro do COI e ex-ministro da França, Guy Drut, disse no início do mês passado que os planos dos Jogos estão "ultrapassados", devendo a organização se adaptar ao novo contexto da Covid-19. Em entrevista recente, a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, admitiu que mudanças em relação à pandemia deveriam ser tomadas.
Na última semana, um grupo de oposição nomeado "NON aux JO2024 à Paris" (Não aos Jogos Olímpicos de 2024 em Paris) criou uma petição solicitando que o governo francês abrisse mão de sediar o megaevento, uma vez que os gastos da organização poderiam ser repassados para outras áreas, como saúde e educação, citando a crise gerada pela pandemia.
Foto: Reprodução
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