Depois de Canadá, Austrália e Noruega anunciarem boicote à Olimpíada de Tóquio caso seja mantida em julho, foi a vez da Grã-Bretanha entrar, de maneira não-oficial, na seleta lista. Nesta segunda-feira, 23, o presidente da Associação Olímpica da Grã-Bretanha (BOA) disse que não enviará atletas ao Japão caso a disseminação do coronavírus continue crescendo.
"Eu acho que é muito simples. Se o vírus continuar se espalhando como previsto pelo governo, acho que não há como enviar uma equipe", disse Hugh Roberton, líder da BOA, em entrevista à BBC. "Espero que nos juntemos ao Canadá e à Austrália em breve", acrescentou.
De acordo com Robertson, os atletas britânicos não estão treinando, uma vez que os clubes, campos e piscinas estão fechados pelo país. Assim, o presidente acredita que o "Time GB" não estará devidamente preparado até o início dos Jogos, em julho.
Apesar de (ainda) não ser um anúncio oficial, o discurso do presidente britânico mostra que o adiamento do maior evento esportivo do planeta é praticamente inevitável. O movimento que pede a realização da Olimpíada em 2021 tem crescido cada vez mais nas redes sociais e já mobilizou milhares de atletas e dirigentes ao redor do mundo.
Com tamanha pressão, o Conselho Executivo do Comitê Olímpico Internacional (COI) realizou uma reunião às pressas neste domingo, 22, e deu um prazo de quatro semanas para tomar uma decisão final sobre a Olimpíada de Tóquio. O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, também já mudou seu discurso e acredita num adiamento dos Jogos.
"Já dissemos ao COI que achamos que a pausa de quatro semanas é absolutamente a coisa certa a fazer", declarou Robertson.
Somente na última edição dos Jogos Olímpicos, no Rio, em 2016, a Grã-Bretanha levou 366 atletas, sendo a sétima maior delegação do evento. Na ocasião, o país foi o segundo colocado no quadro geral de medalhas, ficando com 27 ouros, 23 pratas e 17 bronzes. Para os Jogos de Tóquio, 277 atletas já garantiram qualificação.
Foto: Associated Press
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