Na Olimpíada de Helsinque, em que o Brasil foi de forma mais organizada desde o início de suas participações olímpicas em 1920, não restou nenhuma dúvida: o grande herói brasileiro nos Jogos foi Adhemar Ferreira da Silva. O triplista, então com 24 anos, chegava à Helsinque como o atual recordista mundial e favorito. E ele não decepcionou a torcida presente no estádio.
Primeiro, Adhemar saltou 16,05m, melhorando em quatro centímetros o recorde mundial que já era seu. Em seguida ele saltou 16,09m, 16,12m e fechou com 16,22m, novo recorde mundial. Uma vitória incontestável e primeira medalha de ouro olímpica do Brasil desde Guilherme Paraense em 1920.
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Adhemar virou ídolo em Helsinque
ao ser entrevistado por rádios locais e cantar músicas em finlandês, aprendidas
por conta da vinda de corredores finlandeses à corrida de São Silvestre antes
dos Jogos com quem ele fez amizade. Por isso sua vitória fez o estádio inteiro ovacionar o brasileiro, que após a conquista do ouro, em retribuição correu em volta do estádio
acenando para o público. Um gesto simples, mas tão marcante, que virou regra para todo campeão de qualquer modalidade. Estava criada a ‘volta olímpica’.
O Brasil ainda ganharia dois
bronzes em terras finlandesas. O primeiro com José Telles da Conceição no salto em altura do atletismo. Telles
surpreendeu os concorrentes, pois apesar de ser um atleta de renome no atletismo brasileiro, ele ainda era jovem e desconhecido no cenário mundial. Ele obteve a marca de 1,98m em menos tentativas em relação a Gosta Svensson (SWE), o que fez ficar com o bronze.
José Telles foi o primeiro medalhista brasileiro do atletismo da história, mas acabou recebendo pouco reconhecimento, pois foi ofuscado pela medalha de ouro de Adhemar,com direito a recorde mundial, conquistada três dias depois. Detalhe: José também disputou o salto triplo em Helsinque, ficando em décimo sétimo com a marca 14,46m. Ele ficou fora da final por 13 centímetros.
José Telles foi o primeiro medalhista brasileiro do atletismo da história, mas acabou recebendo pouco reconhecimento, pois foi ofuscado pela medalha de ouro de Adhemar,com direito a recorde mundial, conquistada três dias depois. Detalhe: José também disputou o salto triplo em Helsinque, ficando em décimo sétimo com a marca 14,46m. Ele ficou fora da final por 13 centímetros.
A outra medalha de bronze do
Brasil foi do nadador Tetsuo Okamoto nos 1500m livre, a primeira medalha olímpica da história da natação brasileira. E a medalha veio com direito a recorde sul-americano e uma disputa emocionante contra James McLane (USA). O americano se aproximou de Tetsuo a partir dos 1300 metros, passou o brasileiro nos 1400 metros, mas no fim da prova Okamoto tirou forças sabe-se lá de onde para passar McLane e marcar o tempo de 18m51s3, chegando apenas a 0s2 na frente do
americano.
A Quase façanha de Façanha
Ary Façanha foi o representante
brasileiro na final do salto em distância. Ele fez a marca 7,15m e chegou a
ficar em terceiro na final. Mas a medalha não veio por conta de uma chuva
torrencial que interrompeu a prova e na volta, acabou sendo ultrapassado por Adon Foldessy (HUN). Ary ainda melhorou sua marca para 7,23m, mas acabou terminando em quarto lugar , sete
centímetros abaixo da marca do bronze, feita pelo húngaro.
Boxe batendo na trave mais uma vez
Os boxeadores Paulo de Jesus e
Lucio Grottone ficaram a uma vitória da medalha, caindo nas quartas de final, deixando mais uma vez o Brasil sem medalha na modalidade. Paulo perdeu para Boris Tishin (URS) e Lucio 'El Tigre' perdeu para Antonio Pacenza (ARG), ambas decisões unânimes.
A medalha perdida para um ex-nazista
O cavaleiro Eloy de Menezes foi
outro que bateu na trave, ficando em quarto na competição de saltos. Ele participou de um desempate com mais quatro cavaleiros e ficou atrás do alemão Fritz Thiedemann, um ex-integrante do exército nazista de Hitler. O alemão comandou a cavalaria alemã
durante a II Guerra Mundial, foi encontrado como prisioneiro em um
campo de concentração soviético ao fim da guerra e depois de libertado, foi seguir sua vida
no esporte. Na competição de saltos por equipes, o Brasil também ficou em
quarto, furto de uma preparação de sucesso da equipe, que ficou treinando na
Europa por meses antes dos Jogos.
Destaque nos saltos ornamentais
O saltador Milton Busin foi a final da
plataforma de 3 metros nos saltos ornamentais ficando em sexto lugar. Essa foi
a melhor posição de um brasileiro em uma prova de Saltos ornamentais em jogos
olímpicos.
Estreias
Finalmente o Brasil estreou no
futebol em nos jogos de Helsinque, dois anos após o Maracanazzo da copa de 50
onde perdeu o título de forma traumática para o Uruguai na final no lendário
estádio carioca. O maior destaque desta seleção formada por jogadores juvenis era o centroavante que seria campeão
mundial em 1958, Vavá. Zózimo foi outro campeão mundial que esteve naquela equipe, que também tinha Evaristo de Macedo, atacante que fez história por Barcelona e Real Madrid e depois foi técnico de futebol.
O Brasil acabou perdendo para a Alemanha por 4 a 2 nas quartas de final, após estar vencendo por 2 a 0, cedeu o empate e depois na prorrogação levou mais dois gols, e foi eliminado, reclamando não ter tido um novo confronto de desempate,já que naquela época, a prorrogação ainda era uma novidade no futebol.
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Outro esporte em que o Brasil
estreou foi no Levantamento de peso, com três halterofilistas: O melhor
resultado o décimo segundo lugar com Valdemar de Silveira na categoria pesada.
Quadro de medalhas
Com as três medalhas conquistadas,
o Brasil terminou em vigésimo quarto, empatado com a Nova Zelândia, que também
conquistou uma medalha de ouro e duas de bronze, entre as vinte e oito nações que conquistaram medalhas em Helsinque.
fotos: Reprodução/youtube e arquivo do diários associados, retirada do arquivo do estado de São Paulo.
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