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Líder supremo do Irã pede boicote a Israel em evento com atletas olímpicos e paralímpicos


O Aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã, disse em evento realizando em setembro com presença de atletas olímpicos e paralímpicos do país, que os competidores do país devem boicotar confrontos contra Israel. Segundo ele, os atletas não tem o direito de enfrentar o Estado Judeu, o qual ele chama de ilegítimo.


O evento, que ocorreu no dia 20, logo após os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, teve o discurso do líder iraniano como um dos pontos mais esperados. O regime iraniano, uma teocracia regida pelas leis islâmicas, não reconhece o Estado de Israel, o considerando ilegal e o chamando de regime sionista assassino.


É nosso dever assegurar que os atletas do Irã, não compitam contra Israel e devemos também apoiar os atletas não iranianos que aderirem ao boicote. 


Em sua fala, o Aiatolá fez referência ao atleta argelino Fethi Nouine que desistiu dos Jogos Olímpicos para não enfrentar um judoca israelense. Fethi e seu técnico foram suspensos do esporte por dez anos.


O sionismo foi criado no séc. XIX pelo austríaco Theodor Herzl, em uma época na qual o antissemitismo se espalhava por toda a Europa, ele visava a criação de um país onde o povo judeu se sentisse em casa, sem medo de proferir sua religião. Outro ideal sionista é a autodeterminação do povo judeu. 


O Holocausto, genocídio de seis milhões de judeus chefiado por Adolf Hitler, acelerou o processo e em 1947, numa votação na ONU chefiada pelo brasileiro Osvaldo Aranha, foi declarada a partilha da Palestina, dando uma parte do território para a criação de um lar judaico, onde viveram os patriarcas da religião judaica (Abraão, Isaac e Jacó).


O não reconhecimento de Israel por parte do Irã já teve casos famosos como nos Jogos Olímpicos da Juventude em Singapura-2010, quando o taekwondista Mohammed Soleimani alegou estar lesionado para não enfrentar o israelense Gili Haimovitz na final da categoria até 48 kg. No caso, Haimovitz ficou com o ouro por W.O.


No Campeonato Mundial de judô de 2019, o israelense Sagi Muki foi para final da categoria e tinha Saeid Mollaei, do Irã, como principal adversário. O iraniano foi obrigado a perder a semifinal. Por essa razão Mollaei se refugiou na Alemanha e agora compete pela Mongólia. Por não respeitar a carta olímpica e as regras da IJF, a federação iraniana de judô foi suspensa por quatro anos, em punição que vai até 2023.


A carta olímpica. documento que rege o movimento olímpico, diz que é obrigação do COI (Comitê Olímpico Internacional) lutar contra todo ato de discriminação que possa afetar o próprio movimento. A entidade não se pronunciou sobre o discurso do líder iraniano.


Devido aos conflitos com os países da região, desportivamente Israel compete pela Europa. A mudança começou após a Guerra do Yom Kippur, quando o Kuwait, com apoio de outros países pleiteou a retirada do Estado Judeu da AOC e terminou no início dos anos 90, quando as entidades esportivas europeias acolheram o país.


Foto: Morteza Nikoubazl/ Reuters

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