Hugo Calderano é o melhor mesa-tenista da história do Brasil no esporte, tendo alcançado a 6ª melhor colocação do ranking da Federação Mundial de Tênis de Mesa (ITTF), maior posição já alcançada por um atleta americano em todos os tempos. Com o título no WTT Star Contender de Doha ele deverá alcançar o top-5 pela primeira vez na carreira e será o melhor tenista não-asiático na lista.
Na terça-feira (28), o ranking mundial do tênis de mesa será atualizado e a possibilidade de um inédito top-5 não o faz colocar-se em posição de relaxamento: “Fico muito feliz com esse título, é o mais expressivo até aqui. Vou continuar trabalhando muito, acho que é só o começo, tem muito por vir ainda”, afirmou o campeão.
Ainda próximo à mesa, ele comentou em inglês para a transmissão oficial dos sentimentos que passaram pela sua cabeça: "estou muito feliz ao vencer e tentarei comemorar o máximo possível. Não acho que tive muita pressão, mas eu estava muito cansado, forcei todos meus limites e (ter me jogado e sentado no chão) foi algo muito espontâneo. Ter chegado ao top-5 é muito bom, poucos jogadores alcançaram, estou feliz em ter alcançado meu maior ranking da carreira, por enquanto", pontuou Calderano, deixando claro que o quinto lugar não é o seu limite.
Os próximos desafios ainda não estão definidos. Hugo Calderano terá de escolher quais serão as prioridades em outubro e novembro. Dentre as opções estão dois torneios na Eslovênia, um na Tunísia, ambos pelo WTT e o Campeonato Mundial, nos Estados Unidos, que será no fim de novembro em Houston. Além disso, ainda acontecerá o Campeonato Pan-Americano, em Salt Lake City, nos EUA, entre 13 e 19 de novembro. Apesar da invencibilidade há anos nas Américas, o torneio oferece pontos importantes no ranking.
Calderano se vinga de rivais a caminho de título
O que mais encantou os fãs de Hugo Calderano foi a forma como ele encarou todos os adversários. Embora ainda não sejam os temidos chineses, a maioria em ação nos Jogos Nacionais da China de Xianxim 2021, Calderano superou com autoridade três adversários a quem tinha retrospecto negativo.
Acho que eu fiz um torneio muito bom do início ao fim. Consegui impor o meu jogo desde o primeiro confronto, estava me sentindo muito bem. Acho que consegui aproveitar também a preparação que fiz até a Olimpíada, isso me ajudou, pois consegui manter a minha motivação. Estava bem motivado, bem concentrado. Tive jogos muito bons, com adversários muito fortes pela frente
Simon Gauzy tinha vencido 4 dos 5 confrontos diante de Calderano, enquanto Liam Pitchford liderava por 3 a 1 o confronto direto. Darko Jorgic havia vencido o único confronto direto, curiosamente também em Doha este ano, mesma situação do último embate contra Gauzy, também em Doha. Dimitrij Ovtcharov, medalhista de bronze e algoz de Calderano nas quartas dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 há dois meses, era o principal favorito do torneio, mas o alemão ficou na estreia ainda.
O torneio exigiu grande força física, já que a semifinal de Calderano diante de Pitchford terminou menos de duas horas antes da final contra Jorgic.
“Consegui superar o cansaço físico. Os jogos da semifinal e final foram quase seguidos, não tivemos tempo de descanso. Na final, teve alguns momentos em que estava realmente muito difícil continuar a empurrar meus limites, mas com a parte mental, consegui ‘esquecer’ esse cansaço e me concentrar em colocar toda a minha energia no jogo”, explica o campeão.
Fotos: Divulgação / Federação Mundial de Tênis de Mesa (ITTF)
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