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Mais jovem da delegação francesa, Lucie Schoonheere terminou em 11º lugar no skate street feminino. Foto: Reuters |
Num esporte em que medalhistas olímpicos com menos de 18 anos é a regra, a francesa Lucie Schoonheere se diferencia de suas colegas como uma skatista que, aos 14 anos, sabe que não está pronta e tem muito a evoluir para brigar com as melhores do mundo.
Com ascensão meteórica nos últimos dois anos, a adolescente foi a única representante do país-sede no Skate Street feminino, que teve como campeã a japonesa Coco Yoshizawa (14 anos), Akama Liz (15 anos) como medalhista de prata e Rayssa Leal (16 anos) com o bronze.
Competindo em casa, a parisiensee terminou a rodada eliminatória na 11ª posição, à frente das experientes brasileiras Pâmela Rosa e Gabi Mazetto, por exemplo, ficando a apenas 13,07 pontos da classificação para a final. Em entrevista após sua apresentação, mostrou-se consciente da prova que fez:
Eu realmente fiz o que eu queria fazer, nós já havíamos programado isso há um bom tempo. Eu penso que não poderia ter feito melhor, então estou super contente. No começo, eu estava um pouco estressada, mas depois eu me diverti muito.
E embora o skate não seja um esporte tão popular na França, Lucie começou a se tornar conhecida em 2023, quando foi campeã nacional. Ao se classificar para os Jogos Olímpicos, tornou-se a atleta mais jovem da delegação francesa em Paris 2024. A atenção da mídia, contudo, não se transformou em tanta repercussão em redes sociais, como visto com a skatista Rayssa Leal após os Jogos de Tóquio. Lucie tem "apenas" 8.635 seguidores no Instagram (até a publicação desse texto), rede em que compartilha suas manobras e competições.
Se nas redes sociais a atenção não impressiona, na Arena localizada na Place de la Concorde, um dos cartões postais de Paris, os franceses se fizeram presentes e ficaram entusiasmados com sua representante. Mesmo com uma preparação mental para competir em casa, Lucie contou que ficou impressionada:
Eu já esperava a torcida e, por isso, me preparei muito mentalmente. Mesmo assim, foi impressionante. Foi legal demais ter o público comigo, fui extremamente apoiada e isso ajuda muito.
Questionada se o ambiente trazia mais pressão ou apoio, ela escolheu o meio termo: pode funcionar das duas maneiras, a depender de como está se sentindo antes da competição. E, ao contrário de outras skatistas, Lucie realmente ouve a torcida, já que prefere não ouvir música quando está andando de skate: "eu gosto de ouvir o barulho das rodinhas" disse.
Apesar da consciência de que não brigaria por medalha em Paris, a jovem não deixa a ambição de lado. Segundo seu treinador, em entrevista ao L'Équipe, ela ainda está no processo de construir sua identidade e de entender que tem nível para competir entre as estrelas internacionais. Ele e Lucie encararam estes Jogos como uma oportunidade única para ganhar experiência – além de ter o privilégio de competir em casa – para chegar aos Jogos de Los Angeles 2028 muito mais completa.
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