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Surpreendida por inscrição olímpica, Laura Pigossi acredita em ouro com Luisa Stefani



Em 1980, o Comitê Olímpico de Zimbábue recebeu um convite para levar uma equipe de hóquei sobre a grama para os Jogos Olímpicos de Moscou daquele ano, devido aos vários boicotes. O time, juntado às pressas, viajou para a capital soviética e levou a primeira medalha da história do país, um ouro histórico. Guardada as devidas proporções, Luisa Stefani e Laura Pigossi, incluídas de última hora na lista de tênis dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, buscam um destino similar.


Depois de uma vitória sobre as sétimas favoritas Gabriela Dabrowski e Sharon Fichman e um jogo épico diante de Karolina Pliskova e Marketa Vondrousova em que as brasileiras salvaram quatro match-points, o jogo diante das norte-americanas Bethanie Mattek-Sands e Jessica Pegula foi bem tenso, mas as brasileiras acharam o momento certo para vencer e estar a uma vitória da medalha.


Ou melhor, a duas da medalha de ouro. Logo ao fim da quadra elas falaram entre si "é a dourada!". E na zona mista, em conversa com a imprensa, a conversa foi a mesma. "É uma honra jogar pelo Brasil, vamos com alma e coração desde o começo. Não queremos qualquer medalha, e sim a de ouro. Viemos com uma missão, não importa com quem a gente jogue", comentou Pigossi.



Ela ainda acrescentou que "temos que entrar com autoridade, podemos jogar de igual para igual e ganhar de todos. E vamos entrar com essa energia". Ao lado do gestor esportivo da Confederação Brasileira de Tênis (CBT), Eduardo Frick, elas explicaram como foi o surpreendente anúncio da vaga. Elas foram as últimas a garantir a participação.

Como foi escolhida a dupla de Luisa Stefani e Laura Pigossi para Tóquio 2020?

Respondendo em espanhol a um jornalista, Pigossi - que mora em Barcelona -, contou que ao saber disso brincou "As últimas serão as primeiras". E por pouco não rolou nem a vaga. "A Geórgia depois reclamou porque a dupla delas tinha ranking mais alto, mas elas não fizeram a inscrição a tempo", revelou. "A experiência de muitos anos nos ensina o básico: você só joga um torneio se estiver inscrito", comentou.


O dirigente ainda disse que a escolha foi feita com base nas duas melhores jogadoras de meados de junho de 2021. Na época, Luisa Stefani era a 23ª e Laura Pigossi, a 190ª melhor duplista. A mudança chegou apenas no último dia possível, dia 16 de julho, uma semana antes da Cerimônia de Abertura. "Recebi uma ligação às 11h da ITF avisando. Eu tinha apenas uma hora para confirmar a vaga e a Luísa, que estava nos EUA, não respondia. Mas eu sabia que ela queria ir porque estavamos conversando sobre", comentou.



O mais curioso da história é que Laura Pigossi só descobriu quando já estava dentro. Ela se preparava para disputar a semfiinal do torneio da ITF W60 de Nur-Sultan, capital do Cazaquistão, quando recebeu uma ligação de emergência de Prick, a informando da vaga.


Eu nem sabia que estávamos inscritas. Ai eu liguei para Luisa, mas ela não atendia o telefone.



Stefani comentou que já tinha aceitado que não seria para ela em Tóquio 2020 e nem considerava mais a possibilidade de estar nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Apenas os 10 melhores do mundo de cada gênero no ranking individual de duplas se garantem nos Jogos Olímpicos. Para completar o quadro, é preciso um ranking combinado, incluindo jogadoras de simples e duplas.


Daí a falta de expectativa pela vaga, já que elas estavam bem abaixo na lista de reservas. Apesar de terem disputado poucas partidas juntas, incluindo em alguns torneio do circuito e da Billie Jean King Cup (antiga Fed Cup), elas garantem que o entrosamento já existe. "Nos conhecemos desde os 12 anos, vira e mexe ela vai para Barcelona. Chegando aqui, tivemos que aprender um pouco o nosso papel, ver o que cada um faz de melhor e pior e trazer isso para o nosso jogo", comentou Pigossi.




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