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Guia Tóquio 2020: Hóquei sobre a grama


FICHA TÉCNICA
Local de disputa: Estádio de Hóquei Oi
Datas do evento: 24/07 a 06/08
Número de países participantes: 14
Atletas participantes: 384
Brasil: Não classificou

HISTÓRICO
A estreia do hóquei sobre a grama nos Jogos Olímpicos aconteceu em Londres 1908, com apenas seis times e as semifinais foram dominadas pelos quatro países do Reino Unido, com Inglaterra ganhando da Irlanda, pré-independência, na final. Já como time único, a Grã-Bretanha venceu de forma tranquila em Antuérpia 1920. O esporte foi cortado de Paris 1924, e como resposta, foi criada a Federação Internacional de Hóquei (FIH), o que garantiu o retorno do esporte em Amsterdã 1928.

O ano de 1928 viu o início de um domínio sem igual no esporte: a Índia enviou pela primeira vez uma equipe e venceu seus cinco confrontos sem sofrer qualquer gol. No que seria o primeiro confronto da história entre Índia e Grã-Bretanha, a ex-colônia recém-independente levou o quarto ouro com vitória sobre a 4 a 0 na final disputada na sede do império, em Londres 1948. Paquistão, também independente, competiu pela primeira vez e terminou em quarto.

O hexa-campeonato foi garantido pela Índia com uma vitória sobre o Paquistão na final de Melbourne 1956, em confronto inédito nos Jogos e que garantiu a primeira medalha olímpica para o Paquistão. A Índia conheceu sua primeira derrota no torneio olímpico em 1960, perdendo a final para o Paquistão, mas levou o sétimo título em Tóquio 1964, numa revanche. Paquistão levou seu segundo ouro no México.

O primeiro título europeu em mais de 50 anos foi para a Alemanha Ocidental em casa, Munique 1972. Porém, o que é mais lembrado deste jogo foi o comportamento vergonhoso dos jogadores e fãs paquistaneses que desdenharam da medalha e causaram confusão, respectivamente. Os jogadores chegaram a ser banidos para sempre, decisão revertida. Você pode ler tudo sobre essa história aqui.


Índia e Paquistão chegaram a conquistar seus últimos títulos (Moscou 1980 e Los Angeles 1984), mas perderam o domínio. Nova Zelândia (1976), Grã-Bretanha novamente (1988), Alemanha (1992, 2008 e 2012) e Países Baixos (1996 e 2000) e mais recentemente Argentina (2016) subiram no lugar mais alto do pódio.

A disputa feminina só começou em 1980, com uma vitória surpreendente e histórica de Zimbábue. Em linhas gerais, seis são os principais países do esporte: Alemanha (ouro em 2004), Argentina (prata em 2000 e 2012), Austrália (ouro em 1988, 1996 e 2000), Espanha (ouro em 1992), Grã-Bretanha (ouro em 2016) e Países Baixos (ouro em 1984, 2008 e 2012), campeã mundial oito vezes, inclusive nos dois últimos torneios em 2014 e 2018.

BRASIL
A única participação brasileira em Jogos Olímpicos aconteceu no Rio de Janeiro. Apenas o time masculino se classificou pelo critério estabelecido pela FIH ao país-sede: o país deveria ficar entre os seis primeiros nos Jogos Pan-Americanos de 2015, feito alcançado com uma vitória histórica sobre os EUA nas quartas-de-final. Foi apenas o segundo Pan disputado, após a Rio 2007.

Já o time feminino, bronze no Sul-Americano de 2016, não conseguiu vaga olímpica, por não ter ficado entre os 40 melhores países no ranking e nem mesmo foi para Toronto 2015. O único Pan disputado foi o de 2007. Tanto o time masculino quanto o feminino terminaram em oitavo lugar em casa. Os maiores resultados do time masculino são as medalhas de bronze no Campeonato Sul-americano de 2013 e nos Jogos Sul-Americanos de Cochabamba de 2018.


FORMATO DE DISPUTA
Ao todo, 12 equipes (em cada naipe) se classificaram para o evento. Serão formados dois grupos de seis cada, e os quatro melhores times se classificam para um mata-mata clássico. Os jogos serão disputados no Estádio de Hóquei Oi, construído especialmente para o evento e sem relação com a empresa de telecomunicações brasileira. Cada time levará 16 atletas.

O jogo é composto por quatro tempos de 15 minutos cada. As seleções masculinas de Japão e Austrália iniciam os duelos, às 21:30 da noite do dia 23 (horário brasileiro). A decisão de bronze e final masculina acontece no dia 5 de agosto (horário de Tóquio) e as disputas por medalha feminina acontecem no dia 6. Os jogos que valem terceiro lugar serão disputados na manhã japonesa, às 22h30 do dia anterior no Brasil, enquanto as finais serão às 7h no horário de Brasília.

ANÁLISE

MASCULINO
Candidatos ao ouro: Austrália, Bélgica e Países Baixos
Candidatos ao pódio: Alemanha, Argentina e Espanha
Podem surpreender: Grã-Bretanha e Índia
Brasil: Não se classificou

Atuais campeões mundiais e europeus, a Bélgica espera vencer o ouro que ficou no quase em 2016 - eles foram prata no Rio. Em um esporte cheio de países tradicionais, a Bélgica, que foi bronze em 1920 em casa, teve o maior crescimento neste século. Eles perderam a final da Liga Mundial da FIH em 2019, e venceram com folga a liga de 2020/21.

A Bélgica chega à Tóquio como favorita ao outo (Foto: Reprodução/FIH) 

Campeões mundiais em 2010 e 2014, terceiro lugar em 2018, a Austrália não ficava fora de um pódio olímpico desde Barcelona, mas terminou apenas em sexto lugar na Rio 2016. Campeões olímpicos em Atenas, são líderes do ranking e venceram a primeira edição da Liga da FIH. Medalhistas de ouro no Rio 2016, os argentinos devem brigar por medalha, mas não tiveram um bom ciclo olímpico.

FEMININO
Candidata ao ouro: Países Baixos
Candidatas ao pódio: Alemanha, Argentina, Austrália e Irlanda
Podem surpreender: Espanha, Grã-Bretanha e Nova Zelândia
Brasil: Não se classificou

Líderes do ranking internacional, as neerlandesas são as grandes favoritas ao ouro olímpico. Atuais bicampeãs mundiais, elas só ficaram de fora de um pódio mundial desde 1974 (em Dublin 1994) e um pódio olímpico desde 1984 (Barcelona 1992). No Rio, elas não conseguiram o tri consecutivo olímpico, ao perder surpreendentemente para a Grã-Bretanha.

Las Leonas, um dos principais times do hóquei feminino, ainda busca sua primeira medalha de ouro, especialmente após o triunfo do time masculino da Argentina. Campeãs mundiais em 2002 e 2006, foram prata em 2000 e 2012 e bronze em 2004 e 2008, mas caíram nas quartas tanto na Rio 2016 quanto no Mundial de 2018.

Las Leonas são a maior potência da modalidade nas Américas (Foto: Reprodução/Super Deportivo)

A Irlanda participa de sua primeira Olimpíada e sonha já com uma medalha, após o vice-campeonato mundial em 2018 e segundo lugar na temporada inaugural da Liga Mundial da FIH em 2019.

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