(Foto: Miriam Jeske/COB) |
Os Jogos da XXXII Olimpíada, em Tóquio, foram oficialmente abertos nesta sexta-feira (23). Com mensagem de paz e união, a cerimônia de abertura realizada no Estádio Olímpico de Tóquio foi reduzida, com uma Parada das Nações "enxugada" e sem tanto espetáculo. A pandemia da Covid-19 e a homenagem aos atletas e profissionais da saúde foram marcantes em toda o evento. O ápice da cerimônia ficou para o final, com a tenista Osaka Naomi acendendo a pira olímpica.
A presença mais esperada da festa, a tocha olímpica, entrou no estádio ao som de Bolero de Ravel. Ela passou pelas mãos de jogadores de beisebol, esporte mais popular do Japão, e seguiu com um médico e uma enfermeira, chegando a uma atleta paralímpica. Seis crianças das cidades tiveram a honra de entregar a tocha para a tenista Osaka Naomi, estrela mundial, que acendeu a pira olímpica.
Às 20h em ponto, no horário local, e às 08h no horário de Brasília, foi iniciada a cerimônia. Um vídeo marcou a abertura do evento. A filmagem representou uma espécie de linha do tempo, que mostrou imagens desde o anúncio de Tóquio como cidade-sede, até o adiamento dos Jogos e a adaptação da rotina de treinos dos atletas em suas casas durante a pandemia.
Em seguida, uma contagem regressiva antecedeu um curto show de fogos de artifício ao redor do estádio, que foi o ponto de partida para o primeiro ato da cerimônia, nomeado de “Onde as histórias começam”. No centro do estádio, três atletas praticavam exercícios físicos solitários, distantes uns dos outros, simbolizando os treinamentos na pandemia.
O penúltimo ato “Hora de brilhar” começou com uma esquete em vídeo de centro de controle, onde o comediante Gekidan Hitori mexeu em todos os controles e acendeu as luzes de todas as instalações olímpicas da cidade. A esquete foi seguida de uma cena do tradicional teatro kabuki, feita pelo ator Ichiwaba Ebizo, com trilha da pianista Hiromi.
Em seguida, uma contagem regressiva antecedeu um curto show de fogos de artifício ao redor do estádio, que foi o ponto de partida para o primeiro ato da cerimônia, nomeado de “Onde as histórias começam”. No centro do estádio, três atletas praticavam exercícios físicos solitários, distantes uns dos outros, simbolizando os treinamentos na pandemia.
A enfermeira e boxeadora Tsubata Arisa foi homenageada na cerimônia (Foto: Julio Cesar Guimarães/COB) |
Uma dessas atletas era Tsubata Arisa, boxeadora japonesa, que não conseguiu classificação olímpica após o cancelamento do Pré-Olímpico Mundial de boxe. Além de uma homenagem aos atletas, a cena também foi um agradecimento aos profissionais da saúde, fundamentais durante a crise sanitária, já que Arisa também é enfermeira.
Logo após, coube à cantora Misia interpretar o hino nacional japonês, que foi acompanhado por olhares atentos do presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, e do Imperador do Japão, Naruhito, diretamente das tribunas. Em homenagem a todos os mortos da pandemia, foi respeitado um minuto de silêncio.
Após o tributo, começou um novo ato, nomeado de “O legado duradouro”. Em sua primeira cena, entraram voluntários com roupas de bombeiros, lembrando os responsáveis por apagar os constantes incêndios na antiga Tóquio - que à época se chamava Edo -, durante meados do século XVII.
Após uma série plástica, em que bailarinos se envolveram em cordas e elásticos vermelhos - cor tradicional do Japão e movimentos que simbolizam o corpo e do coração -, uma pessoa com deficiência e um profissional de saúde levaram a bandeira do país para ser hasteada ao lado de uma representação cenográfica do Monte Fuji.
Série plástica com cordões vermelhos (Foto: Miriam Jeske/COB) |
Após o tributo, começou um novo ato, nomeado de “O legado duradouro”. Em sua primeira cena, entraram voluntários com roupas de bombeiros, lembrando os responsáveis por apagar os constantes incêndios na antiga Tóquio - que à época se chamava Edo -, durante meados do século XVII.
Bombeiros em cena, sobre peças de madeira (Foto: Miriam Jeske/COB) |
As tradicionais lanternas japonesas entraram iluminando o caminho e homenageando os mortos do tsunami e do acidente nuclear que devastaram o Japão em 2011. Enquanto isso, os bombeiros dançavam sobre mesas de madeira. Ao final, se formaram os anéis olímpicos, feitos de madeira e guiados pela luz.
Após a cena, foi entregue o Laurel Olímpico, prêmio dado em cerimônias de abertura desde a Rio-2016, a Muhammad Yunus, de Bangladesh. O líder recebeu o prêmio por ter criado banco para financiar a prática de esportes em países menos desenvolvidos e para ajudar pessoas pobres.
PARADA DAS NAÇÕES
Assim foi encerrada a primeira parte protocolar para, então, ser iniciado um dos momentos mais esperados das cerimônias de aberturas olímpicas: a Parada das Nações. O desfile seguiu a ordem alfabética japonesa.
Logo após a pequena celebração, o alemão Thomas Bach e a japonesa Hashimoto Seiko - presidenta do Comitê Organizador dos Jogos de Tóquio - fizeram discursos emocionados, agradecendo aos profissionais essenciais e falando dos desafios de realizar o megaevento em meio a uma pandemia. Em seguida, com uma frase curta, o imperador Naruhito então declarou os Jogos oficialmente abertos.
Seguindo a tradição, a Grécia, berço das Olimpíadas da Antiguidade e sede da primeira edição dos Jogos Olímpicos da Era Moderna, foi a primeira delegação a entrar no Estádio Nacional, seguida da Equipe Olímpica de Refugiados, que participa de sua segunda edição olímpica em Tóquio. O número de pessoas por delegação variou entre os países.
Mesmo tendo 302 atletas classificados, o Brasil desfilou com apenas quatro integrantes: os porta-bandeiras Bruninho, do vôlei, e Ketleyn Quadros, do judô; o vice-presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e chefe de missão do Time Brasil na Olimpíada, Marco Antônio La Porta; e uma representante dos colaboradores do COB, Joyce Ardies.
Mesmo tendo 302 atletas classificados, o Brasil desfilou com apenas quatro integrantes: os porta-bandeiras Bruninho, do vôlei, e Ketleyn Quadros, do judô; o vice-presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e chefe de missão do Time Brasil na Olimpíada, Marco Antônio La Porta; e uma representante dos colaboradores do COB, Joyce Ardies.
O Brasil foi a única nação de grande delegação a desfilar com equipe mínima. Os porta-bandeiras curtiram o momento chegando a sambar no meio do estádio. Assim que percorreram a reta do gramado, os quatro brasileiros deram adeus ao estádio e não ficaram para o fim da cerimônia.
Entre as 205 delegações que participaram do evento, Argentina e Portugal foram os dois países mais animados. Os atletas das duas nações entraram pulando e festejando. Quirguistão e Tadjiquistão entraram sem máscara, assim como os porta-bandeiras do Paquistão. Fecharam o desfile Estados Unidos, França e Japão, todos com mais de 50 atletas.
Entre as 205 delegações que participaram do evento, Argentina e Portugal foram os dois países mais animados. Os atletas das duas nações entraram pulando e festejando. Quirguistão e Tadjiquistão entraram sem máscara, assim como os porta-bandeiras do Paquistão. Fecharam o desfile Estados Unidos, França e Japão, todos com mais de 50 atletas.
DISCURSOS E JURAMENTOS
Ao fim da Parada, seguiu-se os juramentos dos técnicos, árbitros e atletas, que foram feitos em pares, por um homem e uma mulher. Em seguida, 45 componentes montaram o logo de Tóquio-2020 no estádio a partir de caixas coloridas, simultaneamente à drones, que o reproduziam no céu acima do National Stadium.
Os drones acabaram formando o globo terrestre e um grupo de crianças de Tóquio e de Fukushima entoaram a primeira estrofe de “Imagine”, canção de John Lennon e Yoko Ono. A música continuou sendo cantada por cantores dos outros quatro continentes: Angelique Kidjo (África), Alejandro Sanz (Europa), John Legend (Américas) e Keith Urban (Oceania).
Os drones acabaram formando o globo terrestre e um grupo de crianças de Tóquio e de Fukushima entoaram a primeira estrofe de “Imagine”, canção de John Lennon e Yoko Ono. A música continuou sendo cantada por cantores dos outros quatro continentes: Angelique Kidjo (África), Alejandro Sanz (Europa), John Legend (Américas) e Keith Urban (Oceania).
Logo após a pequena celebração, o alemão Thomas Bach e a japonesa Hashimoto Seiko - presidenta do Comitê Organizador dos Jogos de Tóquio - fizeram discursos emocionados, agradecendo aos profissionais essenciais e falando dos desafios de realizar o megaevento em meio a uma pandemia. Em seguida, com uma frase curta, o imperador Naruhito então declarou os Jogos oficialmente abertos.
Seguindo com as tradições da cerimônia, a bandeira olímpica foi carregada por atletas que trabalharam em serviços essenciais durante a crise de Covid-19. A argentina Paula Pareto, ouro no judô em 2016, foi uma das pessoas, por ser médica. A bandeira foi passada para trabalhadores japonês da linha de frente e foi hasteada. O hino olímpico foi interpretado por estudantes de Tóquio e Fukushima.
Bandeira japonesa na cerimônia de abertura, um dos pontos protocolares do evento (Foto: Miriam Jeske/COB) |
RETA FINAL E ACENDIMENTO DA PIRA OLÍMPICA
Finalista a segunda parte protocolar, a cerimônia foi encaminhada para a reta final. Pombas da paz feitas de origami voaram pelo Estádio Nacional, caindo na mão dos atletas. Depois, os pictogramas foram o destaque. Eles apareceram pela primeira vez no Japão, na edição de Tóquio-1964 e três artistas fantasiados reproduziram ao vivo os 50 pictogramas de Tóquio-2020, 57 anos depois do surgimento.O penúltimo ato “Hora de brilhar” começou com uma esquete em vídeo de centro de controle, onde o comediante Gekidan Hitori mexeu em todos os controles e acendeu as luzes de todas as instalações olímpicas da cidade. A esquete foi seguida de uma cena do tradicional teatro kabuki, feita pelo ator Ichiwaba Ebizo, com trilha da pianista Hiromi.
Osaka Naomi em um dos momentos mais emocionantes da cerimônia (Foto: Reprodução/Twitter_@jogosolimpicos) |
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