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Em virada eletrizante, Itália leva Copa do Mundo de Espada masculina; veja os 30 esgrimistas classificados para Tóquio 2020

Um panorama totalmente indefinido para as vagas olímpicas é o cenário perfeito para um torneio cheio de emoções e a Copa do Mundo de Espada Masculina por equipes de Kazan cumpriu tudo o que prometeu. A Ucrânia chegou com a vaga em risco, mas saiu com o visto japonês. A Rússia que estava numa situação delicada terminou em quarto lugar e levou a vaga europeia enquanto o Japão despencou de quarto para oitavo e não vai disputar o torneio na Tóquio 2020.


A Ucrânia parecia estar rumo ao título quando Gabriele Cimini foi expulso e entregou o confronto em 37 a 30 para Marco Fichera, que havia feito apenas 4 toques e levado 8 nas rodadas anteriores, enquanto Anatolii Herey tinha 8 toques contra 3. Contra todas as previsões, Fichera fez jus a sua fama de bom atleta para fechar o confronto e em apenas três minutos buscou uma virada impressionante para dar a vitória a Itália por 44 a 43.

Assim como aconteceu no torneio feminino, muita coisa dependia do Egito. Melhor time, com folga, em sua zona continental, o país precisava ficar entre os 16 melhores do mundo para carimbar a vaga, e com nessa posição exata que entrou. O problema é que como a Estônia não defendia pontos, ela somou 8 pela participação, indo a 135, obrigando ao Egito não só a defender seu 16º lugar da Copa do Mundo de 2019, como subir duas posições.




Nas oitavas chegou a liderar contra a Suíça, vice-líderes do ranking, mas caíram por 45-39. O mesmo roteiro contra os EUA. A vaga olímpica nunca esteve tão perto quando o Egito liderava por 27 a 25, mas um jogo perfeito de Yeisser Ramirez colocou os americanos na frente. Nova chance surgiu diante da Dinamarca, mas o time europeu liderou todo o confronto para vencer por 45 a 40 e garantir uma nova vaga ao continente europeu em detrimento ao africano. Ayman Fayez não entrou em pista para o confronto contra Israel que nada mais valia, e Egito saiu de Kazan com os mesmos 132 pontos, agora 3 atrás da Estônia em 17º lugar, fim do sonho olímpico para a equipe egípcia.



Na fase decisiva, as últimas vagas ainda estavam abertas, com apenas França, Suíça, Itália e EUA garantidos. Nas quartas, China se classificou aos Jogos com a vitória diante da campeã mundial França por 45 a 26. Num confronto louco Rússia marcou 15 de seus 33 pontos na nona e última rodada, em que Sergey Bida virou diante de Max Heinzer (de 18 a 21 para 33 a 29), garantindo a equipe em Tóquio, sob o nome de Comitê Olímpico da Rússia.






Um confronto super acirrado e nervoso fechou as vagas: Ucrânia venceu por 29 a 25, sendo que estava tudo empatado por míseros 17 a 17 até o último round. Roman Svichkar venceu por 12 a 8 o japonês Kano Koki e garantiu não só a Ucrânia, mas também a Coreia do Sul, que caiu para a Itália, pela vaga continental. O time japonês ficaria de fora de Tóquio, sendo representado apenas por Yamada Masaru.

Quem comemorou muito o resultado foi o neerlandês Bas Verwijlen, sétimo melhor do mundo, que precisava torcer por uma combinação de resultados para levar a segunda vaga europeia, enquanto as outras vagas individuais já estavam garantidas.




Veja como ficou as 30 vagas por ranking para os atletas da Espada Masculina:


Torneio por equipes (8 equipes, 24 esgrimistas)

Os oito países abaixo se classificam pelo ranking para a disputa por equipes. Os quatro primeiros como líderes do ranking mundial e os quatro seguintes pelas vagas continentais. Cada país pode escolher os três membros, não necessariamente os três melhores do ranking.

Até 2016, cada país tinha quatro integrantes - incluindo um reserva -, mas como desta vez o número de competições aumentou de 10 para 12, o número de integrantes diminuiu, aumentando a margem de zebra no caso de lesão ou qualquer problema que um atleta possa ter.

A classificação ao lado se refere ao ranking mundial.


1- França 355pts - Yannick Borel (6º), Alexandre Bardenet (11º), Ronan Gustin (38º), Romain Cannone (47º), Daniel Jerent (64º)
2- Itália 308pt - Andrea Santarelli (5º), Gabriele Cimini (18º), Enrico Garozzo (22º), Marco Fichera (33º), Federico Vismara (37º)
3- Ucrânia 282pt - Igor Reizlin (3º), Bogdan Nikishin (12º), Roman Svichkar (29º), Volodymyr Stankevych (46º), Anatolii Herey (73º)
4- Suíça 267pts - Max Heinzer (16º), Benjamin Steffen (81º), Lucas Malcotti (89º), Alexis Bayard (104º), Michele Niggeler (143º)
5- Coreia do Sul 266pts (vaga da Ásia) - Park Sangyoung (8º), Kweon Youngjun (58º), Ma Segeon (88º), Song Jae Ho (94º), Kim Sangmin (100º)
6- China 248pts (vaga realocada da África) - Wang Zijie (26º), Lan Minghao (36º), Song Hongjie (75º), Shi Gaofeng (111º), Dong Chao (148º),
7- Rússia (como Comitê Olímpico da Rússia) 245pts (vaga da Europa) - Sergey Bida (2º), Nikita Glazkov (30º), Vadim Anokhin (57º), Sergey Khodos (76º), Georgiy Bruev (150º)
10- EUA (vaga das Américas) 191pts - Curtis McDowald (40º), James Kaull (50º), Jacob Hoyle (52º), Adam Rodney (68º), Yeisser Ramirez (137º)


Classificados apenas para o Torneio individual:

Além dos 24 integrantes das equipes, mais 10 atletas participam do individual, 6 por ranking e 4 por torneio. As duas melhores da região Ásia/Oceania e da Europa se classificam, assim como a melhor da América e África, dentre os países que não se classificaram por equipes.

A classificação ao lado se refere ao ranking mundial.

1º (Europa 1) Siklosi Gergely (Hungria)
4º (Ásia/Oceania 1) Yamada Masaru (Japão)
7º (Europa 2) Bas Verwijlen (Países Baixos)
9º (Américas) Rubén Limardo Gascón (Venezuela)
13º (Ásia/Oceania 2) Ruslan Kurbanov (Cazaquistão)
17º (África) Houssam Elkord (Marrocos)


Quem vai disputar o Pré-Olímpico?


Os países sem vaga enviam seus melhores atletas para a disputa das últimas vagas. Confira os melhores atletas em cada competição.

África em Cairo, Egito (23/04)

Sem Marrocos, a vaga deve ficar com um dos egípcios depois da decepção de não classificar por equipes. O mais difícil é saber quem vai representar o país em Cairo: Ahmed Elsaghir (32º) era a escolha óbvia, mas o bronze de Ahmed Elsayed (25º) em Kazan pode ter o colocado no pré-olímpíco. Outros dois egípcios - Mahmoud Mohsen (48º) e Mohamed Elsayed (59º) - estão na frente de Satya Gunput (72º), das Ilhas Maurício, outro forte prejudicado pela perda da vaga do Egito. Senegal, com Bourama Keba Sagnan (87º) ou Alexandre Bouzaid (98º), e África do Sul, com Pavel Tychler (113º) ou Harry Saner 122º), também buscam enterrar de vez o sonho de vaga olímpica para a espada egípcia assim como Keletigui Juliea Diabate (126º), de Mali. A África do Sul, é bom lembrar, não costuma enviar atletas para pré-olímpicos continentais.


Europa em Madri, Espanha (em 24 e 25/04)

Sem França, Hungria,Itália Países Baixos, Rússia, Suíça e Ucrânia, Radoslaw Zawrotniak (14º), da Polônia, será o principal cabeça de chave, ainda por conta do vice-campeonato do Gran Prix de Cali em 2019. Campeão europeu em 2019, o isralenese Yuval Shalom Freilich (19º) é outro forte candidato. No bolo por uma vaga estão o espanhol Yulen Pereira (24º), o finlandes Niko Vuorinen (28º), o austríaco Josef Mahringer (35º) e o dinamarques Frederik von der Osten (45º). Qualquer representante da República Tcheca, seja o bronze europeu em 2019 Jiri Beran (43º) ou Jakoub Jurka (41º), estão na briga.


Ásia/Oceania em Tashkent, Uzbequistão (25 e 26/04)

Sem Cazaquistão, China, Coreia do Sul e Japão, o melhor ranqueado é o vietnamita Tien Nhat Nguyen (62º), bronze no asiático de 2019. Atrás dele estão Ho Wai Hang (67º) e Fong Hoi Sun (84º), de Hong Kong, Abdulaziz Alshatti (77º), de Kuwait, o uzbeque Fayzulla Alimov (99º) e Daanyshman Zhumabai Uulu (107º), do Quirguistão.


Américas em Cidade do Panamá (29 a 30/04)

Sem EUA e Venezeula, o cubano Yunior Reytor Venet (42º) é o principal favorito, seguido do representante da Argentina, seja Jose Felix Dominguez (51º) ou Jesús Lugones Ruggeri (62º), do colombiano John Edison Rodriguez (53º) e do chileno Pablo Nunez (71º). Correndo por fora estão o mexicano Leandro Sauri, o representante do Canadá, seja Marc-Antoine Blais Belanger (97º) ou Maxime Brinck Croteau (109º) e claro, Athos Schwantes (154º), representante do Brasil na competição e número 1 do ranking brasileiro, ainda que atrás de Alexandre Camargo (106º) no ranking mundial.


Fotos: Augusto Bizzi / FIE

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