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Mesmo com queda nos casos e mortes por COVID-19 em NY, US Open fica na mira de seu primeiro cancelamento


Há quatro meses paralisada, a temporada 2020 do tênis mundial vive nova incerteza por causa da pandemia de coronavírus. Enquanto na Europa os tenistas retomam seus treinamentos pensando no circuito que será retomado em agosto, organizadores do US Open, o Grand Slam realizado nos Estados Unidos, tentam impedir um possível cancelamento, algo que seria inédito em sua história.

Na última segunda-feira, a ATP realizou mais uma videoconferência com os tenistas, para esclarecer dúvidas, enquanto os atletas reiniciaram o debate sobre o nível da segurança dos protocolos durante o evento. 

Jogadores como o atual número 1 do mundo, Novak Djokovic, temem o cancelamento abrupto do torneio, após a chegada dos atletas nos EUA, o que configuraria um deslocamento desnecessário. Segundo informações do jornal espanhol Marca, o próprio sérvio solicitou que a entidade do tênis masculino reembolse todos aqueles que já compraram suas passagens, caso o US Open seja cancelado.

O tenista japonês Yoshihito Nishioka, atual 48º do mundo, que havia declarado recentemente sua ansiedade para disputar o US Open, deu um passo atrás e colocou dúvidas em relação aos protocolos criados pela organização do evento. "Como será se as coisas não estiverem claras e as pessoas estiverem fazendo o que quiserem", disse ele.

A ATP deverá decidir até o fim deste mês se será possível realizar o US Open Series e consequentemente o Grand Slam. A entidade pediu que os atletas continuem monitorando a situação no país para que eles possam tomar suas próprias decisões sobre disputar o campeonato. 


Incerteza do governo e medo de nova onda da pandemia

Mesmo após dar aval para a realização do US Open sem presença de público, há um mês, o governador de NY, Andrew Cuomo, declarou que eventos públicos no estado só poderão ser realizados depois de setembro, dando um indicativo ruim para o Major estadunidense que começará no dia 31 de agosto. Por outro lado, a prefeitura da cidade de Nova York tem reforçado seu compromisso em manter o torneio. 

De acordo com os registros do jornal The New York Times, o estado encontra-se em uma curva descendente de contaminação de coronavírus. Na cidade, nenhuma morte pela doença foi registrada no último domingo (12), mostrando a gradual recuperação naquele que já foi considerado o epicentro mundial da pandemia.

Mas segundo Cuomo, a situação ainda pode piorar. O governador de NY está de olho nos números de outros estados do país, como a Flórida, que bateu o recorde diário de casos de coronavírus em um estado, registrando mais de 15 mil pessoas diagnosticadas com a doença em meio a volta das pessoas a normalidade, além da reabertura dos parques temáticos da Disney World. 

"Nós vamos ver os nossos números e provavelmente os números do nordeste (dos EUA) começarem a aumentar por causa do vírus que você vê agora no sul e sudeste. Vai voltar aqui", disse Cuomo, em entrevista à uma rádio norte-americana, há quatro dias. 

Califórnia, Texas, Arizona e Georgia são estados em que a curva de contaminação também está crescendo, de acordo com dados dos últimos 60 dias. Washington, que receberá o ATP 500 responsável por abrir a retomada da temporada, não registrou mortes no último final de semana, apesar da disseminação da doença ainda não ter apresentado estar em ritmo de queda no estado. 

Cancelamento do US Open seria algo inédito

Desde a criação gradativa dos Grand Slams (Wimbledon em 1877, US Open em 1881, Roland Garros 1891 e Australian Open em 1905), só as guerras pararam esses eventos. 

Durante a Primeira Guerra Mundial, o Australian Open precisou de três anos para ser retomado. Wimbledon teve um hiato de quatro anos e Roland Garros optou por cinco anos.

O mesmo ocorreu durante a Segunda Guerra Mundial, com os Majors de Londres e Paris parando por seis anos e o de Melbourne por cinco. 

Mas em quase 140 anos de história, o único Grand Slam que nunca foi cancelado é o US Open. Enquanto os outros três eventos estavam paralisados, os tenistas William Johnston, Richard Norris Williams, Robert Murray, Don McNeil, Bob Riggs, Ted Shroeder, Joe Hunt e Frank Parker, por sinal, todos estadunidenses, aproveitavam para "conquistar canecos" no que foi a última hegemonia de tenistas locais no torneio, antes do fim da era amadora. 

Foto: Reprodução

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