Suspenso por doping, o velejador Jorge Zarif se pronunciou pela primeira vez sobre o assunto nesta quarta-feira (17). Em publicação em seu Instagram, o brasileiro confirmou que sua punição será de um ano, sendo encerrada em 14 de agosto, e que, apesar de achar rigorosa, não irá recorrer da decisão em última instância na Corte Arbitral do Esporte (CAS).
"Apesar de considerar a pena muito dura, decidi, junto ao meu advogado Bichara Neto, não recorrer à corte arbitral do esporte (última instância) e acabar de uma vez com o processo", escreveu o atleta, que ainda desabafou sobre os difíceis momentos vividos por conta da suspensão:
"Sem dúvida nenhuma, tem sido os 12 piores meses que passei na vida. Tempos de muita incerteza e angústia, esperando respostas que não vinham", disse ele. "Tive muitas noites mal dormidas, os cabelos brancos começaram a aparecer. A possibilidade de perder os jogos e manchar uma carreira até então ilibada, martelou muito minha cabeça desde setembro, data da primeira notificação".
Zarif testou positivo para o tamoxifeno, no evento-teste da Olimpíada de Tóquio, realizado em agosto passado. Inicialmente, sua punição duraria seis meses, mas após um pedido de revisão da Autoridade Brasileira de Controle de Doping (ABCD), a pena foi dobrada no início de junho, totalizando um ano de suspensão. O velejador explicou que fez o uso da substância por 20 dias, sob recomendação médica para tratar da ginecomastia bilateral, doença que ocasiona o crescimento das mamas.
Quarto colocado na Rio-2016, Zarif já estava classificado para fazer sua terceira aparição olímpica em Tóquio quando a punição chegou. A suspensão inicial ainda o permitia competir na capital japonesa, mas ele teria pouco tempo para se recuperar da inércia após a pausa e poderia chegar fora de forma. Com a mudança da Olimpíada para o próximo ano, ele pôde respirar aliviado.
"No fim das contas, com o adiamento dos jogos, o prejuízo foi muito mais psicológico e financeiro do que esportivo.Estou tendo tempo para cuidar de lesões e várias outras áreas que estariam descobertas com a olimpíada em 2020", avaliou o atleta, que chegou a liderar o ranking mundial da classe Finn em 2018.
Apesar de já estar apto pra competir a partir de agosto, ainda não se sabe quando o campeão mundial de 2013 exercerá esse direito, uma vez que todo o calendário internacional está paralisado por conta da pandemia do coronavírus. Não se tem uma data precisa de quanto os eventos serão retomados.
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Foto: Divulgação/World Sailling
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