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Brasil, 100 anos olímpicos - Munique 1972




O Brasil foi para Munique praticamente com o mesmo número de atletas de quatro anos atrás. As Olimpíadas na Alemanha foram marcadas pela tragédia do ataque aos atletas israelenses organizado por terroristas do movimento ‘Setembro Negro’. O destaque é que esses foram os Jogos Olímpicos que pela primeira vez foram transmitidos ao vivo na televisão brasileira.

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E os brasileiros puderam ver pela TV a conquista de duas medalhas de bronze: Uma foi com Nélson Prudêncio, que estava pouco cotado para o pódio olímpico, mas se superou na final do salto triplo e saltou 17,05m – seu melhor salto desde os Jogos do México em 1968 -  e viu o seu rival, o soviético Victor Saneyev saltar 17,35m e faturar o bicampeonato olímpico. 

A outra medalha de bronze foi no judô, com Chiaki Ishii na categoria até 93kg. Essa foi a primeira medalha do Brasil no judô, a primeira de muitas desse esporte que viraria um dos carros-chefes do país nas Olimpíadas seguintes.

E Ishii, japonês que vivia no Brasil – e que chegou a treinar com Lhofei Shizawa na preparação do judoca para os Jogos de 64. Depois estiveram competindo juntos em 1972 – e que só conseguiu a sua naturalização em 1969, teve essa honra.

Ishii foi derrotado na semifinal por Paul Barth da Alemanha ocidental, mas garantiu sua medalha vencendo o alemão oriental Helmut Howiller por Ippon. Detalhe: o nipo-brasileiro também disputou a categoria absoluta (onde os judocas se enfrentam sem limite de peso e que hoje não faz mais parte do programa olímpico) e terminou em sétimo lugar.

Na trave!

O Brasil bateu na trave em três oportunidades em Munique-1972, sendo duas delas na vela: bronze em 1968, Reinaldo Conrad e Burkhard Cordes terminaram em quarto na classe Flying Dutchman e Jorg Bruder- após muito tempo na classe Finn migrou para a Star - e Jan Wilen Aten ficaram em quarto na classe Star. Mas a proximidade do pódio só ficou na posição mesmo pois Conrad e Cordes ficaram a 11 pontos de bronze e Bruder e Aten a 8 pontos.

O outro quarto lugar foi na natação. Apesar de não ter conquistado medalhas, a natação brasileira foi muito bem em Munique: o revezamento 4x100m livre com Ruy de Oliveira, Paulo Zanetti, Paulo Besckehazy e José Aranha, com o tempo de 3m33s14, 0.72s atrás do revezamento da Alemanha Ocidental, que ficou com o bronze. O tempo feito pelos nadadores brasileiros foi o novo recorde sul-americano, 9 segundos melhor do que a antiga marca.

Show na natação

Com uma delegação enxuta, a natação brasileira demonstrou ser muito eficiente, chegando a três finais: Além da final dos 4x100m já citada acima, o Brasil ainda foi quinto no revezamento 4x100 metros medley com Rômulo Arantes (na época, um menino com 15 anos e que, anos depois, se tornaria o primeiro brasileiro medalhista em mundiais de esportes aquáticos. Tudo isso muito antes de se tornar um ator de novelas famoso nos anos 80 e 90), José Fiolo, Sérgio Waissmann e José Aranha com o tempo de 3m57s89, novo recorde sul-americano – cinco segundos melhor que a marca antiga.

A última final brasileira foi nos 100 metros peito com José Fiolo, que ficou em sexto. Fiolo se tornou o brasileiro com mais participações em finais olímpicas até aquele momento, com três aparições no total.

Outra menina na natação

Assim como em Londres 1948, o Brasil levou para Munique uma jovem nadadora. Cristina Teixeira competiu nos 100 e 200 metros nado costas. Aos 14 anos e 66 dias, se tornou a segunda atleta brasileira mais nova da história a competir em uma Olimpíada.



Estreia

O Brasil estreou no hipismo adestramento com Sylvio de Rezende ficando em vigésimo quinto lugar entre 33 participantes.

 Coletivos abaixo do esperado

O futebol do Brasil, que tinha se tornado tricampeão mundial, mas nos Jogos Olímpicos não conseguia mostrar sua força, foi eliminado na primeira fase mais uma vez, com um ponto em três partidas em um grupo com Dinamarca, Hungria e Irã. A seleção juvenil que foi mandada possuía jovens talentos que brilhariam mais tarde no futebol com passagens na seleção, como Dirceu, Roberto Dinamite, Paulo Roberto Falcão e Abel Braga.

No vôlei, estreava em Olimpíadas um talentoso levantador de 22 anos chamado Bebeto de Freitas, que doze anos depois viria a se consagrar como o técnico da geração que fez o esporte virar uma febre no Brasil. Mas em Munique o vôlei do Brasil terminou em oitavo lugar.

No basquete, com o fim da geração de Wlamir Marques - que chegou a ser convocado, mas pediu dispensa - e Amaury Pasos das quadras, a nova geração  comandada pelo lendário Kanela - com destaque para Hélio Rubens e Marquinhos somada aos jogadores remanescentes Mosquito e Ubiratan - vinha com esperanças. Em 1970, eles tinham sido vice-campeões mundiais,  mas derrotas para Cuba e Austrália deixaram a seleção em sétimo lugar, bem abaixo do esperado.

Brasil de volta a uma final do tiro

Marcos Olsen chegou a final da fossa, quebrando um jejum de atiradores brasileiros em uma final de uma modalidade no tiro esportivo após 16 anos. Terminou em oitavo lugar com 191 acertos em 200.

Quadro de medalhas

Com duas medalhas de bronze, o Brasil terminou na quadragésima primeira posição, empatado com a Etiópia. Quarenta e oito nações conquistaram medalhas em Munique. 



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