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| Ale Cabral/CPB |
Criado na década de 50 nos Países Baixos como forma de reabilitar soldados feridos, o vôlei sentado é uma mistura do próprio vôlei com o esporte alemão 'Sitzball', praticado sem rede e jogadores sentados. O esporte estreou em Jogos Paralímpicos em Toronto 1976 como demonstração e de forma oficial em Arnheim 1980. O feminino entrou no programa paralímpico apenas 24 anos depois, em Atenas. Atualmente, o esporte é gerido pelo World Paravolley no mundo e pela CBVD (Confederação Brasileira de vôlei para deficientes) no Brasil.
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O vôlei sentado tem praticamente o mesmo formato do voleibol olímpico, com partidas em melhor de 5 sets e seis atletas de cada lado. Ou seja, dois times se enfrentam em busca de vencer 3 sets para sacramentar a partida.
As principais diferenças entre o vôlei sentado e o vôlei convencional são a altura da rede e o tamanho da quadra. O local de jogo tem 10m de comprimento por 6m de largura, enquanto a rede possui 1,15m no masculino e 1,05m no feminino, adaptados para o vôlei sentado, de menor locomoção dos atletas.
Em relação às regras, elas são praticamente idênticas ao vôlei olímpico. A única exceção é quanto aos saques. Eles são invioláveis no vôlei, mas podem ser bloqueados no vôlei sentado, o que muda demais a estratégia de jogo.
A Seleção Brasileira estreou na disputa dos Jogos Paralímpicos em Pequim 2008, apenas com a equipe masculina, que terminou a competição em sexto lugar naquela ocasião. Já em Londres 2012, o Brasil teve representantes nos dois gêneros, com as Seleções (masculina e feminina) ficando em quinto lugar.
Entretanto, o melhor resultado brasileiro veio no Rio 2016, com a conquista do bronze pela Seleção feminina, campanha que viria a se repetir em Tóquio 2020. Já no masculino, as melhores posições foram dois quartos lugares, no Rio de Janeiro e Tóquio.
Classificações
A classificação no vôlei sentado se dá por deficiência física relacionada à locomoção. São dois grupos: VS1 e VS2.
Os atletas da classe VS1 são os que possuem maior impacto nas funções em quadra, como por exemplo os que têm amputação de perna. Já os da classe VS2, são aqueles que têm deficiências de menor impacto e interferência nas ações do vôlei sentado. Exemplo: amputação de parte do pé, amputação bilateral de polegar, etc
Você Sabia?
- Uma das regras peculiares do vôlei sentado é os jogadores devem ter pelo menos uma nádega em contato com o chão sempre que fizerem contato com a bola.
- Morteza Mehrzad é o nome mais conhecido do vôlei sentado mundial. O atacante tem 2,46m é o segundo homem mais alto do planeta e é considerado o melhor jogador do mundo da modalidade. Sua condição é a acromelia, onde o corpo produz hormônio do crescimento em excesso. Na adolescência ele fraturou a pélvis andando de bicicleta, o que afetou o crescimento da sua perna direita. Deprimido por crescer demais e não conseguir se locomover adequadamente, Morteza descobriu o esporte paralímpico e após confirmar sua elegibilidade, estreou no vôlei sentado em 2015
- Entre os Jogos paralímpicos de 1976 e 2000, foi disputado só no naipe masculino, o vôlei paralímpico em pé. A Alemanha foi a maior medalhista, com quatro ouros.
BRASILEIROS EM PARIS-2024
Ádria Jesus, Bruna Lima, Camila Castro, Duda Oliveira, Gizele Costa, Janaína Petit, Laiana Rodrigues, Luiza Fiorese, Nathalie Filomena, Nurya Almeida, Pamela Pereira e Suellen Dellangelica
Masculino
Alex Witkowski, Anderson Rodrigues, Daniel Yoshizawa, Diogo Rebouças, Levi Gomes, Luis Fabiano de Oliveira, Márcio Borges, Raysson Ferreira, Renato Leite e Thiago Costa, Wellington Platini e Wesley Conceição
Jogos:
(Feminino) Grupo B: Brasil, Ruanda, Canadá e Eslovênia
(Masculino) Grupo B: Brasil, Alemanha, Irã e Ucrânia
29/8, 7:00: Brasil x Ruanda (F)
30/8, 13:00 - Brasil x Alemanha (M)
31/8, 15:00 - Brasil x Canadá (F)
1/9, 7:00 - Brasil x Irã (M)
2/9, 9:00 - Brasil x Eslovênia (F)
3/9, 13:00 - Brasil x Ucrânia (M)
5/9 - Semifinais masculina e feminina
6/9 - Disputa do bronze e Final (M)
7/9 - Disputa do bronze e Final (F)
Análise (Por Marcos Antonio)
No masculino, o Irã é o grande favorito a faturar o seu terceiro ouro paralímpico consecutivo, graças a muralha Mehrzad. A Bósnia é a principal postulante a esse ouro. O Brasil tem chances remotas de ouro e após dois quartos lugares, a expectativa da equipe é conseguir um inédito bronze. Alemanha e Egito serão as principais concorrentes por este bronze.
No feminino, apesar do inédito título mundial em 2022, o Brasil não detém todo o favoritismo. A seleção, que vem de dois bronzes no Rio de Janeiro e Tóquio, tem chances de mudar a cor da medalha, mas será tarefa fácil. China e Estados Unidos, seleções mais tradicionais, vão querer mostrar que o que aconteceu no mundial foi um acidente de percurso brigando pelo ouro paralímpico, que sempre ficou com as duas seleções desde 2004. O Canadá, vice campeão mundial em 2022, corre por fora.
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