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Guia Paralimpíada Paris 2024: ATLETISMO



O atletismo é o esporte que distribui o maior número de medalhas nos Jogos Paralímpicos. Isso ocorre porque essa modalidade incluiu atletas dos mais diferentes tipos de deficiência, como visual, física, intelectual, além de pessoas com paralisia cerebral, lesões medulares ou nanismo em provas de corrida, saltos, lançamentos e arremessos, tanto no feminino quanto no masculino.

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Com isso, cada disciplina é disputada várias vezes ao longo do programa, mas incluindo atletas de diferentes classes em cada uma delas. Em Tóquio, por exemplo, foram consagrados 30 campeões paralímpicos nos 100 metros rasos, considerando as provas masculinas e femininas das diversas classes de competição.

Algumas disciplinas presentes no programa olímpico não são disputadas nas Paralimpíadas. É o caso do arremesso de martelo, do salto triplo, do salto com vara, das corridas com barreiras, das provas combinadas (heptatlo e decatlo), dos 3000 metros com obstáculos, dos 10.000 metros e da marcha atlética. Além disso, em Paris-2024, as provas do salto em altura serão exclusivamente masculinas.

Por outro lado, os Jogos Paralímpicos tem um evento exclusivo no atletismo: o arremesso do pino (Club). Essa prova é disputada pelos esportistas com o mais alto grau de comprometimento, como aqueles com paralisia cerebral severa e lesões na medula espinhal. Outra competição própria das Paralimpíadas é o revezamento 4x100 metros universal, em que cada equipe é formada por atletas de diferentes sexos (masculino e feminino) e classificações.

Os Estados Unidos são o maior medalhista paralímpico do atletismo, com 1105 medalhas conquistadas, sendo 390 de ouro. Grã Bretanha, Canadá, China e Austrália completam o top5

O atletismo é a modalidade em que o Brasil mais conquistou medalhas em Jogos Paralímpicos. Ao todo, o país já faturou 170 medalhas na história da competição, somando os pódios das provas nas pistas e no campo – foram 48 de ouro, 70 de prata e 52 de bronze.

O atletismo paralímpico brasileiro teve a sua melhor participação nos Jogos do Rio 2016, quando foi responsável por 33 medalhas de um total de 72 pódios conquistados pela delegação brasileira. Uma representatividade de 46% do total. Em Tóquio-2020, os esportistas do atletismo subiram ao pódio 28 vezes.

Nacionalmente, a modalidade é administrada pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e, internacionalmente, pela World Para Athletics (WPA), entidade que atua como braço do Comitê Paralímpico Internacional (IPC, em inglês).


CLASSIFICAÇÃO

Os competidores são divididos em grupos de acordo com o grau de deficiência constatado pela classificação funcional. Os que disputam provas de pista e de rua (velocidade, meio-fundo, fundo e maratona) e saltos (em altura e em distância) levam a letra T (de track) em sua classe.

T11 a T13 - Deficiências visuais.

T20 - Deficiências intelectuais.

T31 a T38 - Paralisados cerebrais (31 a 34 para cadeirantes; 35 a 38 para andantes).

T40 e T41 - Baixa estatura.

T42 a T44 - Deficiência nos membros inferiores sem a utilização de prótese.

T45 a T47 - Deficiência nos membros superiores.

T51 a T54 - Competem em cadeiras de rodas.

T61 a T64 - Amputados de membros inferiores com prótese.

T71 e T72 - Deficiência grave de coordenação motora competindo na petra (uma espécie de triciclo), nome em que estas categorias também são conhecidas.

Já os atletas que fazem provas de campo (arremessos e lançamentos) são identificados com a letra F (field) na classificação.

F11 a F13 - Deficiências visuais

F20 - Deficiências intelectuais

F31 a F38 - Paralisados cerebrais (31 a 34 para cadeirantes; 35 a 38 para andantes)

F40 e F41 - Baixa estatura

F42 a F44 - Deficiência nos membros inferiores sem a utilização de prótese

F45 a F47 - Deficiência nos membros superiores

F51 a F57 - Competem sentados (sequelas de poliomielite, lesões medulares, amputações)

F61 a F64 - Amputados de membros inferiores com prótese 


Petrúcio comemora ouro nos 100 metros rasos na Rio-2016. Em Paris ele buscará o tri paralímpico (Foto: Alexandre Urch/MPIX/CPB)

Para os atletas com deficiência visual, as regras de utilização de atletas-guia e de apoio variam de acordo com a classe. Sendo obrigatório para os atletas da classe T11 (cegos totais), opcional para a classe T12 (baixa visão, capaz de reconhecer objetos em até 2 metros de distância) e não permitido para os competidores da classe T13 (baixa visão, capaz reconhecer objetos entre 2 e 6 metros de distância).

Nas provas de fundo de 5.000m, de 10.000m e na maratona, os atletas das classes T11 e T12 podem ser auxiliados por até dois atletas-guia durante o percurso (a troca pode ser feita no decorrer da disputa). No caso de pódio, apenas o atleta-guia que terminar a prova recebe medalha.

ATLETA-GUIA E APOIO

T11 - Corre ao lado do atleta-guia e usa o cordão de ligação. No salto em distância, é auxiliado por um apoio.

T12 - Atleta-guia e apoio, no salto, são opcionais.

T13 - Não pode usar atleta-guia e nem ser auxiliado por um apoio.


VOCÊ SABIA?

- A prova dos 1500m T13 na Rio-2016 foi histórica, com os quatro primeiros colocados com tempos abaixo do que 3:50.00, tempos melhores do que o medalhista de ouro nos 1500m da olimpíada do Rio. O argelino Abdellatif Baka tornou-se campeão paralímpico após registrar 3:48.29. 

- O paralímpico mais rápido do mundo é brasileiro: Petrucio Ferreira, da classe T47, que correu os 100m rasos em 10s29 em 2022.

- 113 países já conquistaram medalhas no atletismo paralímpico, um número que faz o atletismo ser o mais democrático dos esportes paralímpicos.


BRASILEIROS EM PARIS-2024

T11 - Alice Correa, Camila Muller, Jerusa Geber, Jhulia Karol, Lorena Spoladore, Thalita Simplício (F), Daniel Mendes, Felipe Gomes, Julio César Agripino e Yeltsin Jacques (M)

T12 - Clara Daniele, Edenusa Santos, Ketyla Teodoro, Lorrane Aguiar, Viviane Soares (F), Joeferson Marinho, Kesley Teodoro e Vinícius Oliveira (M)

T13 - Gabriela Ferreira, Rayane Soares (F) e Paulo Henrique Andrade (M)

T20 - Débora Lima, Keyla Barros, Jardênia Félix, Zileide Cassiano (F), Daniel Martins, Paulo Cesar Neto e Samuel Conceição (M)

T35 - Fábio Bordignon e Henrique Caetano (M)

T36 - Aser Ramos, Rodrigo Parreira (M), Samira Brito e Veronica Hipólito (F)

T37 - Bartolomeu Chaves, Cristian Gabriel, Edson Pinheiro, Matheus Evangelista e Ricardo Mendonça (M)

T44 - Matheus Lima (M)

T46 - Lucas Lima e Lucas Ferreira (M)

T47 - Fernanda Yara, Maria Clara Augusto (F), Petrucio Ferreira, Thomaz Ruan e Washington Júnior (M)

T53 - Ariosvaldo Silva "Parré" (M)

T54 - Aline Rocha, Jéssica Giacomelli e Vanessa Cristina (F)

T62 - Alan Fonteles (M)

T63 - Vinícius Rodrigues (M)

T64 - Walisson Fortes (M)

ATLETAS-GUIA: Alessandro de Souza (Edneusa Santos), Henrique Barreto, Edelson Ávila, Guilherme Ademílson (Yeltsin Jacques), Efraim Elias (Clara Daniele), Felipe Veloso (Thalita Simplício), Fernando Ribeiro (Lorrane Aguiar), Gabriel Garcia (Jerusa Geber),  Jonas de Lima (Felipe Gomes), Marcos José (Camila Muller), Micael Batista (Júlio Cesar Agripino), Newton Júnior (Viviane Ferreira), Patrick Paiva (Jhulia Karol), Renato Ben Hur (Lorena Spoladore), Rodrigo Arcanjo (Ketyla Teodoro) e Wendel de Souza (Daniel Mendes)

F11 - Alessandro Rodrigo (M) e Izabela Campos (F)

F32 - Giovanna Boscolo e Wanna Brito (F)

F34 - Eduardo Pereira (M)

F35 - Marivana Oliveira (F)

F37 - Emanoel Victor (M)

F42 - Edenilson Floriani (M)

F46 - Susana Nahirnei (F)

F52 - André Rocha (M)

F53 - Beth Gomes (F)

F55 - Wallace Santos (M)

F56 - Claudiney Santos (M) e Raissa Machado (F)

F57 - Cícero Nobre, Thiago Paulino (M) e Julyana Cristina (F)

Programação

Eliminatórias e Finais: 30 de agosto a 8 de setembro

Beth Gomes é outro grande nome do atletismo paralímpico, que deve brigar pelo ouro em Paris (Foto: Alessandra Cabral/CPB)

Análise (Por Marcos Antonio):

Principal fonte de medalhas do Brasil em Jogos Paralímpicos, o atletismo busca retomar a evolução nas medalhas após uma queda em Tóquio em Relação ao Rio de Janeiro (33 em 2016 contra 29 em 2021). A expectativa é que em Paris o atletismo se aproxime ou até bata o recorde de pódios para que o Brasil consiga o seu objetivo de brigar pelo top5 do quadro de medalhas.

A seleção de atletismo conta com sua força nas provas de campo das classes para cadeirantes com os campeões paralímpicos Beth Gomes, André Rocha, Claudiney Santos, Thiago Paulino, entre outros para conquistarem muitas medalhas. A classe de deficientes visuais também pode faturar muitas medalhas, principalmente a de cegos totais com as velocistas dos T11 (Jerusa Geber, Lorena Spoladore, Julia Karol e Thalita Simplício) e Alessandro Rodrigo F11, grande favoritos ao pódio. 

Nomes como Samuel Conceição (T20) Ricardo Mendonça (T37) e Petrucio Ferreira (T47) também tem o favoritismo. Convém ficar de olho nos nomes das classe T20 e F32, que podem trazer muitas medalhas em Paris.

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