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Surto Opina - Velha política e demissão de Behar: mais uma crise na CBV

Foto: Divulgação/CBV




Em nota oficial, a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), divulgou nesta quarta-feira (9), a demissão da ex-diretora executiva (CEO) da entidade, Adriana Behar. Com quase dois anos de trabalho a frente da entidade, a gestora foi demitida graças a insatisfação de federações que fizeram pressão para a saída de Adriana.

Na íntegra, a nota divulgada pela CBV. "Adriana Behar não ocupa mais o cargo de CEO da entidade. Desde março de 2021, quando assumiu a função, Adriana se dedicou ao crescimento e ao desenvolvimento do voleibol, conquistando importantes resultados. A CBV agradece todo o seu empenho e reconhece os méritos do trabalho realizado, porém neste momento a opção é seguir por outra linha de gestão interna. Adriana Behar tem seu nome na história do voleibol e terá sempre o respeito e a admiração da CBV."

A demissão, embora não fosse propriamente surpresa, escancara novamente a crise de gestão e a politicagem a lá "república velha" dentro da entidade. E não é de hoje.

Surto + https://www.surtoolimpico.com.br/2021/05/cbv-e-alvo-de-operacao-policial-contra.html

Segundo o Globo Esporte, Walter Pitombo Laranjeiras e Radamés Lattari, presidente e vice da entidade, receberam uma carta assinada por 11 federações com diversas reclamações sobre a gestão de Adriana Behar. 

Dentre elas, o fato de Adriana ficar parte de seu tempo nos Estados Unidos, onde tem residência. As federações alegaram que a ausência física da ex-gestora afetava a condução do dia a dia da entidade, além da falta de diálogo da ex-CEO com os gestores. 

Adriana se defendeu em carta, argumentando que o modelo híbrido de trabalho foi acordado com a presidência antes mesmo de fecharem contrato. Também respondeu que esteve aberta a conversas durante todo seu mandato.

O argumento sobre o trabalho em home-office é difícil de engolir visto que o presidente da entidade raramente sai de Alagoas para figurar na sede da CBV.

A atleta Gabi Guimarães, atual capitã da seleção brasileira de vôlei feminino e também capitã do turco Vakifbank, fez um post em defesa de Adriana. Segundo a jogadora, Behar teve atuação importante no diálogo e avanço de de questões importantes para a modalidade.



Em entrevista ao Globo Esporte, Adriana argumentou que sua gestão estava alinhada as expectativas. "O foco era no desenvolvimento esportivo dentro a uma gestão mais profissional, moderna e inclusiva. 
O posicionamento de uma mulher em cargo de liderança, uma ex-atleta que tenha passado por trabalho de capacitação. O foco era no desenvolvimento esportivo dentro a uma gestão mais profissional, moderna e inclusiva. E que mudasse a imagem da CBV, percebida pelo ambiente, retrógrada, conservadora, fora do alinhamento com as novas tendências do mundo. Quando escutei, vi que estava alinhado com o que acredito", relatou.

Se Behar foi convidada para trabalhar na gestão executiva, justamente para modernizar a entidade, propor pautas atuais sobre gênero, equidade, entre outras, ajudar a mudar a imagem conservadora e atrasada que a CBV transparece... bom, infelizmente, a pressão da velha politicagem ainda fala mais alto dentro da modalidade coletiva mais vencedora do esporte nacional.

A chapa eleita da CBV #Tradição, Ética e Inovação composta justamente por Walter Pitombo Laranjeiras, o Toroca, (presidente) e Radamés Lattari (vice-presidente) tem pela frente um quadriênio 2021 a 2025. Se a modernidade e a priorização das demandas dos atletas não são bem-vindas, o que esperar do resto da gestão?

Inovação? Só no papel. Enquanto isso, a maioria dos jogos da Superliga seguem sem Desafios.

Para além dos problemas internos de gestão, a CBV parece não querer fazer o básico pelo esporte.

Conquistas, medalhas e troféus são meros coadjuvantes de mais uma crise no vôlei.

Adriana Behar é ex-jogadora de vôlei de praia e bicampeã mundial. Foi prata em Sidney-2000 e Atenas-2004. Ficou 1 ano e 8 meses como CEO da CBV. Tem especialização na área de gestão e negócios.

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