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Comissão técnica do Brasil “adota” atleta de Cabo Verde no Mundial de Boxe feminino


Tira o uniforme do Brasil, coloca o de Cabo Verde. Entre as lutas das quatro representantes brasileiras no Mundial de Boxe feminino, membros da comissão técnica da Confederação Brasileira de Boxe (CBBoxe) reforçaram o corner de Ivanusa Gomes Moreira. Nancy, como é carinhosamente chamada, estava sozinha em Istambul e foi “adotada” pelo grupo. Treinou junto, fez fisioterapia e quase beliscou uma medalha. Uma experiência pela qual ela é grata.

Nancy nasceu em Cabo Verde, mas vive em Portugal desde os oito anos de idade. No Porto, se divide entre dois negócios que tem com o marido: uma academia onde dá aulas de boxe e a cozinha de uma hamburgueria. Aos 31 anos, sustenta o sonho de ir às Olimpíadas graças a uma ajuda do programa Solidariedade Olímpica, do Comitê Olímpico Internacional (COI), e a muita força de vontade.

A ajuda mensal de 500 dólares de COI, somada a recursos próprios, foi o que custeou a viagem para a Turquia para competir no Mundial. Mas Nancy viajou sozinha, sem companheiros ou qualquer suporte técnico. Ao chegar em Istambul, primeiro tentou ajuda junto à equipe do Mali, que acabou não se concretizando.

No dia do credenciamento conheceu pessoalmente Mateus Alves, técnico da seleção brasileira, a quem seguia nas redes sociais. Sensibilizado com a situação, ele a convidou para compartilhar a estrutura das atletas do Brasil.

“Como a Bia Soares se lesionou 10 dias antes do Mundial e era nossa (atleta dos) 66kg, acabamos adotando a Nancy, que é dessa categoria. Ela ficou junto da gente a partir daí, nos treinos, almoço, jantar, tudo. Fez até fisioterapia com o (Fábio) Conrado, nosso fisio. Foi muito legal. Não fizemos nada mais do que nossa obrigação como treinadores e pessoas que vivem do e para o esporte e o movimento olímpico”, disse Mateus.

Nancy tinha na mala duas camisas de Cabo Verde, que couberam certinho em Mateus e no também técnico Leonardo Macedo. Devidamente uniformizados, os dois se desdobraram para dar todo o suporte possível. Nancy ficou encantada com o aprendizado e com a solidariedade recebida.

“Tive azar em vir sozinha, mas também tive muita sorte, pois se não viesse sozinha não teria treinado no meio deles, dos melhores, de meninas tão talentosas. Mateus e Leo me ajudaram bastante a ter um jogo mais efetivo, que funciona bem para o meu estilo. Psicologicamente também deram muito apoio. Senti que não estava sozinha. Foram incríveis. Serei sempre muito agradecida.”, disse Nancy.

A cabo-verdiana ficou a uma luta da sonhada medalha no Mundial. Fez três combates e se despediu nesta segunda-feira, nas quartas de final, ao ser superada pela canadense Charlie Cavanagh. Agora ficará na torcida pelas colegas brasileiras.

Foto: Divulgação/IBA

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