Anderson Varejão está de volta às quadras após quase dois anos
parado e, surpreendentemente, está de volta a NBA, mais especificamente no Cleveland Cavaliers, time onde ele passou a maior parte da carreira. Aos 38 anos, o pivô
afirmou em entrevista que sua volta para a NBA tem a ver com a vontade de estar
no Pré-Olímpico Mundial e na Olimpíada. Mas será que vale a pena contar com
Varejão?
Todo fã de basquete sabe o quão formidável é Anderson
Varejão em quadra. Ótimo protetor de aro, um leão nos rebotes e ainda pode
contribuir ofensivamente no low post. Sua volta para Cleveland - em um
contrato de apenas 10 dias - só mostra a importância de que ele tem para a
franquia, onde ficou por 12 anos (2004 a 2016).
No entanto, o tempo que ficou parado - muito por culpa da pandemia, é
verdade - faz com que a volta do brasileiro seja uma incógnita. Varejão vai jogar em uma equipe sem mais
aspirações no campeonato e em uma NBA atual onde o papel de pivô tem sofrido
uma "ressignificação", em que o big man não pode mais fazer apenas o básico de
proteger garrafão, fazer bloqueios do pick and roll e completar alley oop. Sair mais do
garrafão para marcar um pivô que sabe espaçar a quadra será um desafio para o
brasileiro.
Mesmo se pensarmos em um cenário otimista, acredito que
não seja suficiente para que ele volte para a seleção brasileira. Aposto que
ele mesmo que jogue o fino da bola nessas últimas partidas na NBA, ele não vai estar na lista final de Aleksandr Petrovic para o Pré-Olímpico Mundial, na Croácia, no fim de junho e início de julho. E o próprio técnico deixou claro isso.
O treinador croata deixou bem claro que ele não vai levar
jogador que precise "preparar" para jogar, no Pré-Olímpico serão 12 jogadores
prontos fisicamente e tecnicamente. Em entrevista ao canal Área Restritiva,
Petrovic inclusive confirmou os nomes de Lucas Mariano, Cristiano Felício,
Augusto Lima, Rafael Mineiro e Rafael Hettsheimer na lista inicial de 24 nomes para o torneio qualificatório.
Varejão é um dos jogadores que mais curti ver vestindo a
camisa da seleção brasileira. Sua entrega dentro de quadra é um dos grandes
motivos dele ser tão querido pelos fãs do basquete. Mas não dá pra viver de passado.
Por mais tenha treinado duro durante o tempo que teve parado, seu ritmo de jogo
não vai ser recuperado nas oito partidas que restam pelo Cavs.
Em partidas em que qualquer detalhe contará a favor ou
contra, levar um jogador que não disputou toda a temporada de basquete para o Pré-Olímpico não é boa ideia. Espero que Petrovic se mantenha firme em sua
decisão e não se leve ao sentimentalismo para respeitar a linda história que
Varejão tem com a camisa do Brasil, não mudando de opinião e não levando o pivô para o
Pré-Olímpico.
0 Comentários