A chance dos Jogos Olímpicos serem realizados sem torcida é real. Em entrevista à agência AFP, a presidente do Comitê Organizador de Tóquio-2020, Seiko Hashimoto, disse nesta sexta-feira (30) que o megaevento poderá contar com arquibancadas vazias como medida de contenção à pandemia do coronavírus.
"Pode haver uma situação em que não possamos permitir a presença de nenhum espectador. A única maneira de chamarmos os Jogos de sucesso é protegendo a vida e a saúde dos atletas e do povo japonês por inteiro. Se o evento em si mudar, acho que será no que diz respeito aos espectadores. Essa é uma área em que podemos reduzir a ansiedade das pessoas que estão preocupadas com o sistema sanitário", disse a dirigente.
Uma definição final a respeito da presença do público nos Jogos Olímpicos de Tóquio estava programada para acontecer no final deste mês, mas os organizadores adiaram a tomada de decisão para junho, praticamente às vésperas da abertura do megaevento. Vale lembrar que apenas espectadores locais estão liberados para assistir aos eventos, já que estrangeiros foram barrados.
O ceticismo do povo japonês é grande com a organização da Olimpíada. A opinião pública é a favor do cancelamento do megaevento como solução para evitar que a pandemia saia de vez do controle do país. Atualmente, Tóquio vive uma nova onda de infecções de casos de Covid-19, estando inserida em um estado de emergência até 11 de maio.
“O Comitê Organizador está pensando no que precisa ser feito para garantir que o evento não seja cancelado”, disse Hashimoto, acrescentando que, apesar das opiniões contrárias no Japão, muitas pessoas ao redor do mundo ficariam contentes com a realização da Olimpíada. "Meu grande objetivo é me preparar para os Jogos de uma forma que faça as pessoas se sentirem assim".
Para que seja organizado de forma segura, o comitê preparou um livro que contém todo o código de conduta sanitária a ser seguida durante o megaevento, nomeado de "Playbook". Nesta semana, uma segunda versão da cartilha foi divulgada, constando, entre outras coisas, a testagem diária de atletas e a proibição de utilização do transporte público e da alimentação em locais não autorizados.
Foto de capa: Charlle Triballeu/AFP
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