De acordo com o dicionário Michaelis, xenofobia significa “aversão ou rejeição a pessoas ou coisas estrangeiras”. Muito antes da pandemia de coronavírus, todos nós já estivemos em situações onde a xenofobia era praticada por alguém próximo, seja com piadas de péssimo gosto ou com exclusões, e até difamações contra determinados grupos.
Mas a pandemia intensificou cada vez mais esse preconceito, principalmente contra pessoas de ascendência asiática. Isso porque o ‘novo coronavírus’ surgiu na cidade chinesa de Wuhan. Diante disso, de acordo com o Centro de Estudo do Ódio e Extremismo, crimes motivados pela repulsão contra asiáticos nos Estados Unidos cresceram 149% durante 2020, em 16 grandes cidades do país, se comparado com dados de 2019, antes da grande disseminação da doença.
E é nesse ponto que entra a importância de atletas como a tenista japonesa Naomi Osaka, quatro vezes campeã de Grand Slam. A estrela do esporte mundial escreve frequentemente em suas redes sociais, protestando contra problemas facilmente detectados na sociedade, como os casos de preconceito contra pessoas de ascendência asiática e tenta conscientizar seus seguidores, para que ajudem em mais uma batalha.
“Se as pessoas amassem os asiáticos tanto quanto amam o chá da bolhas, anime, mochi, sushi, matcha, etc. Imagine lucrar e desfrutar de coisas que vêm de uma cultura e então atacar e diminuir o grupo étnico que a criou”, ironizou a tenista japonesa em suas redes sociais.
E ela não parou por aí. Em sua conta no Instagram, Osaka escreveu: “É muito triste que isso tenha que ser uma hashtag ou slogan. Deveria ser bom senso, mas parece que o bom senso é incomum neste mundo agora”, disse a atleta mais bem paga do mundo em 2020, em referência à campanha #stopasianhate.
A própria atleta recebe dezenas de ataques em textos espalhados pelas redes sociais, que a chamam de “mimizenta”, “lacradora” e que diminuem suas conquistas dentro e fora das quadras. Mas a pergunta que fica é: a troco de que? Por que as pessoas fazem esse tipo de ataque? Por que algumas pessoas não aceitam a luta por causas tão justas como essa que Osaka tem levantado?
Essas últimas declarações de Osaka surgiram após uma série de ataques em spas da região metropolitana de Atlanta, no estado americano da Geórgia, no último dia 16. Entre as oito mulheres mortas, seis tinham ascendência asiática.
Vale lembrar que em 2020, Osaka foi muito participativa nos protestos pelo movimento Black Lives Matter, que busca o fim do racismo e da violência contra pessoas negras.
O posicionamento de atletas em casos de preconceito dentro da nossa sociedade tem sido cada vez mais importante como fator de conscientização. Grandes nomes do esporte como Lewis Hamilton, da Formula 1 e LeBron James, da NBA, opinam, advertem e falam sobre a busca por condições de igualdade entre as pessoas no mundo.
Ter um nome como o de Naomi Osaka nessa luta é algo espetacular para o tênis, que ainda é um esporte elitista e muito restrito. Quanto mais tenistas engajados em causas sociais e na busca pelo fim de preconceitos, melhor.
Montagem: Surto Olímpico
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