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Romane Dicko mantém invencibilidade e judô francês feminino é destaque do Grand Slam de Tel Aviv

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O terceiro dia do Grand Slam de Tel Aviv mostrou mais uma vez um mapa completo das forças dominantes no judô atual, com atletas de quatro países subindo no lugar mais alto do pódio. Apenas uma nação conseguiu levar título nos três dias, a França, que liderou o quadro de medalhas com três ouros, duas pratas, um bronze, dois quintos lugares e um sétimo lugar - todas nas categorias femininas. No total, 24 países subiram ao pódio e o Brasil finalmente conquistou sua medalha, com o bronze de Maria Suelen Altheman na categoria +100kg


A França cada vez mais domina o judô feminino e sua mais nova estrela é Romane Dicko, força dominante na categoria pesada desde o início de 2020. Pior para Rochele Nunes, brasileira que defende Portugal e terminou com a medalha de prata numa luta que durou 25 segundos, e para a brasileira Maria Suelen Altheman, que apesar de ser a principal cabeça e 3ª do ranking, ficou com o bronze. Foi a única medalha do Brasil nos três dias de competição.


Surte+ 'Sussu' Altheman conquista bronze em Tel Aviv, mas Brasil termina Grand Slam de judô com saldo negativo


Geórgia levou dois dos três ouros masculinos em disputa no dia, dentre os homens com menos de 90kg (Lasha Bekauri) e na categoria acima dos 100kg (Gela Zaalishvili). Capitaneados pelo elenco masculino, a Geórgia foi o país com mais medalhas no Grand Slam de Tel Aviv: dois ouros, uma prata e cinco bronzes, oito no total.


O judô neerlandês conseguiu sua única final em todo Grand Slam nos 100kg, com Michael Korrell levando o ouro. Em compensação, eles levaram cinco bronzes ao total, subindo seis vezes ao pódio. A Alemanha levou o outro ouro em disputa, com Anna Maria Wagner triunfando sobre duas francesas na semi e na final para levar o ouro no 78kg, categoria que não contou com Mayra Aguiar, bicampeã mundial (2014 e 2017) e duas vezes medalhista olímpica de bronze (Londres 2012 e Rio 2016), que se recupera de uma lesão nos ligamentos do joelho esquerdo em setemmbro.


Confira o quadro de medalhas completo e o resultado de cada categoria, incluíndo mudanças importantes na corrida olímpica para os Jogos Olímpicos de  Tóquio 2020. 




90kg masculino

Na final, o espanhol Nikoloz Shereazadishvili chegou como favorito absoluto, tendo vencido todos seus embates por ippon, mas o campeão mundial e líder do ranking encontrou um adversário a altura no georgiano Lasha Bekauri (8º), bicampeão mundial juvenil em 2018 e 2019. O jovem de apenas 20 anos venceu o título com um waza-ari alcançado com 13 segundos de combate, conseguindo segurar Niko até o fim. 


O veterano Kristian Toth, da Hungria, (10º) levou o primeiro bronze diante do eslovaco Milan Randl (46º) enquanto o georgiano Beka Gviniashvili, segundo melhor do ranking e campeão mundial juvenil em 2015, foi para o chão e conseguiu um belo ippon diante do azeri Mammadali Mehdiyev (9º).


O que muda na corrida olímpica (previsões do Surto Olímpico, a serem confirmadas na próxima atualização da IJF):

 - Geórgia: Com apenas 20 anos, Lasha Bekauri que chegou em Tel Aviv como o 10º do mundo, soma 900 pontos com o título do Grand Slam e chega a 5242, subindo para o terceiro lugar no ranking e ultrapassando o compatriota Beka Gviniashvili, atual 5º, que soma 150 pontos com o bronze e chega a 5001, devendo cair para 6º. 


- Eslováquia: Peter Zilka (34º), que não estava presente em Tel Aviv, é o atual detentor da vaga continental da Eslováquia, com 1823 pontos. Milan Randl (46º) com 1112 soma 354 pontos, indo para 1466 pontos, sonhando com a vaga olímpica.


- Brasil: Com a queda na estreia, Rafael Macedo nada soma, mas não perdeu nenhuma posição e permanece em 16º lugar no ranking olímpico.



78km feminino

As alemães e francesas chegaram como principais favoritas e avançaram em suas chaves até a semifinal. Na grande final, a alemã Anna Maria Wagner (7ª), venceu a francesa Fanny Estelle Posvite (3ª).


Nas disputas pelo bronze, as favoritas foram surpreendidas e ficaram fora do pódio. Cabeça 3, a francesa Audrey Tcheumeo (9ª) - bronze em Londres 2012 e prata na Rio 2016 -, perdeu para a croata Karla Prodan (22ª). Já, a alemã Luise Malzah (10ª) perdeu para a neerlandesa Marhinde Verkerk (16ª).


O que muda na corrida olímpica (previsões do Surto Olímpico, a serem confirmadas na próxima atualização da IJF):

- França: Com três judocas no top10, o país tem uma posição confortável: Madeleine Malonga, campeã mundial e líder do ranking é a titular incontestável, enquanto Fanny Estelle Posvite (3ª) e Audrey Tcheumeo (9ª) disputam a posição de reserva da equipe. Posvite soma 200 pontos com o vice, indo a 5360 pontos, enquanto Tcheumeo soma 160 pontos e vai para 4507 pontos, subindo para o 8º posto.


- Alemanha: Com o título Anna Maria Wagner soma 818 pontos e chega a 5270 e a quarta colocação no ranking, que hoje lhe daria a condição de cabeça 3 em Tóquio 2020. Luise Malzahn, atual 10ª, soma apenas 100 pontos, indo para 4374, caindo uma posição.


- Países Baixos: Vice-campeã mundial em Baku 2018, Guusje Steenhuis (11ª) é a atleta do país com melhor ranking. Com o sétimo lugar em Tel Aviv, ela soma 260 pontos, indo para 4532, que lhe deve levar ao sétimo lugar e condição de cabeça 6 em Tóquio. 


- Brasil: Com Mayra Aguiar lesionada, ela deverá cair do sexto para o nono lugar, sendo hoje a cabeça 7 em Tóquio, pouco a frente da cubana Kaliema Antomarchi, que seria a cabeça 8 no momento, com 4422 pontos e o 10º lugar.



100kg masculino 

O israelense Peter Paltchik (2º) e o neerlandês Michael Korel (5º), principais favoritos da chave, seguiram para a final com vitórias tranquilas. Na decisão, com dois shidos cada e já aos 38 segundos de Golden Score, Korrel pacientemente conseguiu um waza-ari que lhe valeu o ouro.


Na primeira batalha pelo bronze, o russo Niiaz Iliasov (6º) venceu o azeri Zelym Kotsoiev (10º). A Geórgia é a terra do atual líder do ranking e medalhista de prata na Rio 2016 Varlam Liparteliani, que não foi para o Tel Aviv, mas viu uma batalha de dois jovens medalhistas em mundiais de base pelo segundo bronze, com vitória de Onise Saneblidze (64), de 22 anos, sobre Ilia Sulamanidze (60º), de 19.


O que muda na corrida olímpica (previsões do Surto Olímpico, a serem confirmadas na próxima atualização da IJF):

- Brasil: Nada. Leonardo Gonçalves, 19º, não somou nada com sua ida às oitavas e segue com 2772 pontos, atrás de Rafael Buzacarini, 14º com 3391 pontos. 


+78kg feminino

Com as quatro principais favoritas nas semifinais, as duas principais cabeças caíram e tiveram que disputar o bronze. No primeiro confronto, a belarussa Maryna Slutskaya (9ª) venceu a alemã Jasmin Grabowski (22ª), enquanto Maria Suelen Altheman (3ª) derrotou a porto-riquenha Melissa Mojica (25ª).


Surte+ Saiba tudo sobre a campanha do Brasil no dia 3 do Grand Slam de Tel Aviv.


Na grande final, Romane Dicko (10ª), uma das maiores sensações do judô atual precisou de apenas 25 segundos para derrotar Rochele Nunes (12ª), brasileira que defende as cores de Portugal. A francesa venceu os cinco últimos torneios que disputou e sua última derrota no circuito da IJF aconteceu no Grand Slam de Paris em 2019.


O que muda na corrida olímpica (previsões do Surto Olímpico, a serem confirmadas na próxima atualização da IJF):


- França: Romane Dicko segue sua ascenção vertiginosa no ranking. Ela chegou a Tel Aviv como 10ª do mundo, e somando 1000 pontos vai para 7º lugar, com 5210. Hoje, ela seria a cabeça 6 de Tóquio, mas não só deve subir mais ainda como parece estar em melhor forma que todas as rivais, com exceção das japonesas. Ela e Altheman ainda não se encontraram no circuito. 


- Brasil: Maria Suelen Altheman nada somou com o bronze e permanece em 3º lugar, já que seu pior resultado também era 500 pontos. Com 5818 ela permanece com confortável vantagem sobre Beatriz Souza, com 4980. Souza era 7ª e deve aparecer em 8ª no próximo ranking.  


- Portugal: Rochele Nunes somou 350 pontos com o vice-campeonato, e vai para 3836, mas permanece na 12ª posição e hoje não seria cabeça-de-chave em Tóquio 2020.


- Israel/Grã-Bretanha: Aproveitando o torneio em casa, Raz Hershko (29ª) somou 210 pontos com o sétimo lugar e passou para 1764 pontos. Com a derrota na estreia, Sarah Adlington (26ª) soma apenas quatro pontos, indo para 1758. 


+100kg masculino


Sem Teddy Riner e os brasileiros Rafael ‘Baby’ Silva e David Moura, a categoria viu dois de seus principais nomes caírem na estreia: o campeão mundial Lukas Krpalek (1º do ranking), da República Tcheca e o israelense Or Sasson (10º). O georgiano Gela Zaalishvili (15º), campeão mundial juvenil em 2018, aproveitou a chave aberta para vencer seu segundo Grand Slam - o primeiro foi em Baku 2019. Na final ele derrotou o russo Tamerlan Bashaev (14º).


Cabeça 2, o georgiano Guram Tushishvili (3º) caiu para Zaalishvili na semifinal mas levou o bronze ao derrotar Aliaksandr Vakhaviak (32º), de Belarus. Em uma disputa entre dois atletas dos Países Baixos, Jur Spijkers (33º) venceu Roy Meyers (6º) e levou o outro bronze.


O que muda na corrida olímpica (previsões do Surto Olímpico, a serem confirmadas na próxima atualização da IJF):


Geórgia: Guram Tushishvili (3º) leva 400 pontos com o bronze e vai para 6163, a 106 pontos da vice-liderança do russo Inal Tasoev. Com o título, Gela Zaalishvili (15º) soma 800 pontos e vai para 4053 pontos, subindo para a 10ª colocalão, mas ainda longe do compatriota.


Países Baixos: Roy Meyer (6º), bronze no mundial de 2019, terminou em quinto lugar em Tel Aviv, mas somou 108 pontos, indo para 4683, permanecendo na cola do veterano de 35 anos, Henk Grol (5º) na disputa pela vaga neerlandesa. Grol foi medalhista de bronze em Pequim 2008 e Londres 2012. Com 23 anos, Jur Spijkers soma 450 pontos e com seus 1975 pontos no total deverá aparecer em 32º lugar no próximo ranking.


Fotos: Gabriela Sabau / IJF 

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