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Governadora de Tóquio critica comentários machistas de presidente de Tóquio 2020 e pressão para renúncia se mantém


As falas machistas do presidente do Comitê Organizador dos Jogos de Tóquio, Yoshiro Mori, seguem repercutindo negativamente no Japão. Alguns dirigentes esportivos e políticos locais, incluindo a governadora de Tóquio, Yuriko Koike, se manifestaram nesta sexta-feira (05) e demonstraram preocupação com os comentários. 


"A missão da prefeitura e do Comitê Organizador é preparar Jogos seguros e protegidos, e estamos enfrentando um grande problema", disse Koike. "Eu pessoalmente fiquei sem palavras diante dos comentários dele, que não deveriam ter sido feitos", completou a gestora, de acordo com o ge.globo.


Seiko Hashimoto, a ministra olímpica, foi outra a rebater os comentários de Mori. Ela disse que conversou com o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, por ligação telefônica na noite anterior e somente foi instruída por ele a manter os preparativos para uma organização de sucesso da Olimpíada.


A polêmica envolvendo Yoshiro Mori surgiu depois que ele proferiu falas machistas durante uma reunião do Comitê Olímpico Japonês (JOC) esta semana, que tinha como pauta a expansão da participação feminina no conselho da entidade, de 20% para 40%. No encontro, ele afirmou que encontros com muitas mulheres demandariam "muito tempo", já que elas "falam demais" e possuem um "forte senso de rivalidade"


Ex-primeiro-ministro do Japão, Mori foi duramente criticado pela atitude e recebeu diversos pedidos para que renunciasse ao cargo. Ele, no entanto, se retratou publicamente na quinta-feira e pediu desculpas pelas ofensas, garantindo que não deixaria seu posto. Logo após, o COI disse à Reuters que o caso estaria encerrado e não se manifestaria mais. 


No entanto, a situação segue gerando repercussões. Ainda nesta sexta, Yuriko Koike desaprovou a atitude do COI. "O COI disse que o assunto está encerrado, mas ouvi dizer que voluntários dos Jogos se demitiram e as pessoas fizeram ligações em protesto, então precisamos investigar isso", disse ela, que recebeu um novo pedido de desculpas formal de Mori logo em seguida.



Em protesto, comediante japonês desiste de carregar tocha olímpica

Um comediante japonês desistiu de participar da cerimônia de revezamento da tocha olímpica dos Jogos de Tóquio. Atsushi Tamura era um dos escolhidos para conduzir a tocha em Inuyama, em Aichi, mas decidiu abdicar do convite por não concordar com a posição do comitê organizador de manter a realização do megaevento independentemente da situação da pandemia do coronavírus.


Através de um vídeo no YouTube, Tamura criticou duramente a visão dos organizadores e questionou a postura do presidente de Mori, que realizou diversos comentários recentes sobre a manutenção dos preparativos para os Jogos. O comediante também pediu que o dirigente deixasse o cargo da chefia depos dos comentários machistas.


Foto: NHK/Divulgação


"O presidente Yoshiro Mori realizou entrevista comentários incompreensíveis em uma entrevista, já que as Olimpíadas de Tóquio serão realizadas de qualquer forma (apesar) do novo coronavírus", disse Tamura, acrescentando que achava que como um influenciador deveria se retirar do revezamento, pois não há mais a necessidade de reunir espectadores na beira da estrada.


Apesar das polêmicas de dirigentes e do pessimismo do povo japonês, organizando seguem se preparando para a realização das Olimpíadas e Paralimpíadas, que acontecerão entre 23 de julho e 08 de agosto e entre 24 de agosto e 05 de setembro, respectivamente. Nesta semana, foi lançada a primeira edição do Playbook, um livro com as medidas preventivas a serem tomadas durante os Jogos.


Foto de capa: Kim Kyung Hoon/Reuters

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