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Presidente de Tóquio 2020 se desculpa por falas machistas, mas garante permanência no cargo


O presidente do Comitê Organizador dos Jogos de Tóquio, Yoshiro Mori, se retratou publicamente nesta quinta-feira (04) depois de ter realizado comentários machistas no dia anterior. O japonês, de 83 anos, se desculpou pelas falas "inadequadas" sobre as mulheres, mas garantiu que não tem a intenção de renunciar. 


"A expressão que eu usei fere o espírito das Olimpíadas e Paralimpíadas. Foi inapropriado", disse ele em uma coletiva de imprensa. "Gostaria de retratar as falas e pedir desculpas a todos que eu ofendi". Após as desculpas, o Comitê Olímpico Internacional (COI) indicou à Reuters que o caso estaria encerrado e não se manifestaria sobre o assunto.


A polêmica surgiu após a participação de Mori em uma reunião do Comitê Olímpico Japonês (JOC), que, entre outras coisas, discutia a expansão da participação feminina no conselho da entidade, de 20% para 40%. No encontro, ele afirmou que reuniões com muitas mulheres demandariam "muito tempo", já que elas "falam demais" e possuem um "forte senso de rivalidade".


Os comentários do ex-primeiro-ministro japonês causaram agitações no país e no exterior, gerando muitos pedidos para que renunciasse do cargo. Nesta quinta, antes de se pronunciar publicamente aos repórteres, Mori deu uma entrevista à Kyodo News e disse estar ciente da repercussão negativa do caso, afirmando que deixaria o cargo se a questão chegasse na organização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Logo em seguida, porém, voltou atrás e garantiu sua permanência na cabeça do comitê.


Líderes do governo também se manifestaram sobre o assunto. O principal porta-voz do governo japonês, o secretário-chefe do Gabinete, Katsunobu Kato, disse que a gestão está comprometida com a igualdade de gênero e continuará a pressionar pela promoção de mulheres em cargos de liderança em organizações esportivas.


Yuriko Koike, a governadora de Tóquio, disse que nem é preciso dizer que as mulheres devem ser incluídas no processo de tomada de decisão, acrescentando que acredita que alguém "falar demais" é um problema para um indivíduo, e não para seu gênero.


Foto de capa: Takashi Aoyama/Pool via AP

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