Com o título, se mantém a escrita. Djokovic nunca perdeu uma final de Australian Open e quando chegou na fase de semifinal, sempre saiu com o troféu de campeão nas mãos. A conquista deste ano é seu 18º título em Majors, ficando apenas dois atrás de Roger Federer e Rafael Nadal, ambos com 20.
São 21 vitórias seguidas de Djokovic no Australian Open. Sua última derrota contra um top-10 no Aberto da Austrália ocorreu em 2014, quando perdeu para Stan Wawrinka, campeão naquela ocasião.
Além disso, desde o Aberto da Austrália de 2018, que terminou com o título de Federer, 10 de 11 Grand Slams disputados posteriormente terminaram com título de Djokovic ou Nadal. A única exceção foi Dominic Thiem, campeão do US Open em 2020.
O último vencedor de Grand Slam diferente de Federer, Nadal, Djokovic e Thiem, é o suíço Stan Wawrinka, que ergueu o troféu de campeão no US Open de 2016.
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O jogo
Foto: Tennis Australia |
Djokovic começou a partida de forma dominante, como costuma fazer em Melbourne. Pressionou, acertou todas as devoluções e com agressividade abriu 3-0, quebrando o saque do russo, que precisava entrar em jogo o mais rápido possível.
E Medvedev entrou na partida, mesmo que com certo atraso. Aguentou grandes trocas, devolveu a pressão imposta e a quebra de serviço. Com o jogo empatado, Medvedev sacou muito bem, teve melhor aproveitamento do primeiro serviço e parecia com uma mentalidade soberana. Até o 12º game.
A caminho no tiebreak, Medevdev sofreu nas mãos de Djokovic, que foi cirúrgico, fez um game perfeito e voltou a quebrar o saque, para vencer a primeira parcial em 7-5, no detalhe. Foram 12 winners para cada lado, com 9 a 7 nos erros não-forçados para o russo, que também não teve bom rendimento no segundo serviço. Venceu três de oito pontos jogados nele.
As estatísticas jogavam ao lado de Djokovic. Ele tinha histórico de 259-5 quando vencia o primeiro set de um jogo. Mas dados estão aí para serem quebrados. E o sérvio iniciou mal o segundo set, reclamando, demonstrando frustração, mesmo após vencer a primeira parcial. Medvedev aproveitou e incomodou. Não deu outra, quebra de saque para o russo.
Confortável, Medvedev jogou mal o game seguinte, cometeu uma dupla-falta, sacou apenas 50% do primeiro serviço e sucumbiu diante a pressão de Djokovic, que devolveu a quebra de saque imediatamente.
A partir disso Medvedev se desligou completamente do jogo. Desesperado, o russo tentou buscar alternativas, mas nada foi muito efetivo. Djokovic conquistou quebras e viu o adversário sucumbir.
Medvedev ganhou apenas dois pontos com o segundo serviço, dos dez disputados. Acertou apenas 55% de primeiro saque em quadra e cometeu oito erros não-forçados, além de ter bolas curtas e jogar com insegurança. Todos esses fatores corroboraram para a vitória de Djokovic por 6-2 na segunda parcial. E numa final de Grand Slam, ele nunca havia perdido após vencer os dois primeiros sets.
Em Majors, o sérvio só levou uma virada após estar 2 a 0 acima em Roland Garros 2010, diante Jurgen Melzer. Medvedev por sua vez, nunca havia virado um jogo com 2 a 0 abaixo.
Consumido pela frustração, Medvedev enlouqueceu em quadra. Adotou postura de jogar os pontos rapidamente, sem prestar a tenção no que de fata estava fazendo. Com isso, Djokovic ficou cada vez mais confortável em quadra para dominar os pontos.
Djokovic deixou Medvedev em 'banho-maria' no terceiro set e foi decisivo nos pontos cruciais. Sem ser pressionado com break points, o sérvio viu 13 erros não-forçados do russo, e levou a melhor na parcial, vencendo por 6-2, após mais uma quebra de serviço decisiva, no 'último game'.
Foto: Tennis Australia
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