Últimas Notícias

Corredora indígena é destaque no primeiro dia do Brasileiro sub-20 de Atletismo





A pernambucana Mirelle Leite da Silva (Projeto Atletismo Campeão) conquistou a primeira medalha de ouro da 11ª edição do Campeonato Brasileiro Caixa Sub-20, que começou na sexta-feira (6) e prossegue até domingo (8), no Estádio do Centro Nacional de Desenvolvimento do Atletismo (CNDA), em Bragança Paulista (SP).



A atleta de 18 anos, descendente da etnia indígena Xukuru, foi soberana nos 3.000 m com obstáculos. Ela obteve o tempo de 11:05.10. “Entrei com o propósito de conseguir o índice para o Mundial Sub-20 de 2021, mas me achei muito diferente na prova. É a primeira vez que usei sapatilha, achei maneiro porque correr com tênis estava muito pesado. Eu não tinha sapatilha e também estranhei um pouco o ambiente, porque treino num piso diferente”, contou. “Não tenho pista, treino no calçamento. Fiz 10:58 na semana passada no Recife, tempo bem melhor do que esse. Também estranhei o clima e a garganta seca.”



Na prova masculina, Matheus Estevão Borges (Orcampi) conquistou o bicampeonato, com 9:30.42. “Conseguimos colocar a estratégia durante a prova e sai campeão brasileiro. Defini a prova nos últimos 1.000 m. Não foi o tempo que eu esperava, mas no Brasileiro a gente tem de vir focado na medalha. Ainda tem o Troféu Brasil e o GP Brasil”, lembrou o corredor.



Já Marcos Roberto Lopes (APCEF/MG) venceu o lançamento do martelo com o sua melhor marca pessoal, aos 17 anos. Ainda vai disputar o Brasileiro Caixa Sub-18, de 20 a 22 de novembro, também em Bragança Paulista. Ele treina com a mãe Roberta de Oliveira há três anos na UFMG, em Belo Horizonte. “Comecei no esporte porque a minha mãe disse que tinha de treinar atletismo ou morar com a avó em São Paulo. Fiz a opção de treinar”, comentou. “Embora eu treine com a minha mãe tivemos o apoio do Jorjão este ano e acho que isso ajudou também. Minha inspiração é a Ana Paula Magalhães”, disse, referindo-se a ex-recordista brasileira do martelo e ao treinador Jorge Marcos Rodgerio Carlos.



“Estou dando um apoio ao trabalho da Roberta e estamos construindo um perfil técnico para o Marcos. Nos treinos ele já estava lançando 54 m e aqui se superou. Mas ainda teve falhas que podem ser corrigidas. Como ele tem 17 anos ainda vai disputar o Sub-18 e pode se desafiar a melhorar sua marca”, disse o treinador.



A primeira etapa da competição corou outros bicampeões do torneio, como Caio de Almeida Alves Teixeira (Centro Olímpico) nos 400 m com barreiras, com 52.18. “Apesar errar um pouco ainda consegui conquistar o primeiro lugar. O vento estava a favor na reta das barreiras e acabei trocando as pernas. Estou planejando uma boa colocação no Troféu Brasil, conquistar um lugar no pódio e finalizar bem o meu ano como sub-20.”



Para o treinador Victor Fernandes, os problemas da pandemia atrapalharam. “Foi uma pena o que aconteceu nessa temporada. O nosso foco era o Mundial Sub-20, em julho, que acabou adiado. O melhor tempo de Caio é 50.31, obtido do Pan-Americano Sub-20 de San José, na Costa Rica, em 2019.”



Jéssica Vitória de Oliveira Moreira (Águias Guariba) também comemorou o segundo título consecutivo, com 1:01.26. “Fiquei três semanas parada antes do Brasileiro porque estava com o posterior da perna direita machucado. Mas mesmo assim na hora da prova, consegui o título. Estava planejando ir bem no Troféu Brasil e no GP, mas vamos ver como vai estar minha perna. Para 2021 é fazer forte a base a tentar o índice olímpico. Gosto de correr no adulto porque ganho muito experiência.”



Outro bicampeão é o mineiro Elton Junio dos Santos Petronilho (Pinheiros), que venceu o salto em altura, com 2,17 m, seu recorde pessoal e que seria índice para o Mundial Sub-20 de Nairóbi adiado.



Lucas Vilar e Vida Caetano são os destaques da velocidade


Lucas Conceição Vilar (SESI-SP) e Vida Aurora Caetano (Tornado-DF) foram os campeões dos 100m em Bragança. Lucas, medalha de bronze nos 200 m nos Jogos Olímpicos da Juventude de Buenos Aires-2018, obteve o recorde pessoal, com 10.40 (0.1). “Estou muito feliz porque no ano passado queimei a largada”, lembrou. “Hoje dei a volta por cima. Apesar de a pandemia ter atrapalhado, eu estava preparado pra competir”, completou o velocista paulista, que tinha 10.52 como recorde pessoal, obtido no início deste ano.



Na final feminina, a brasiliense Vida Aurora Manuela Evaristo Caetano comemorou muito a vitória, com 11.68 (0.6), também recorde pessoal. “É resultado da união da família, meu pai, Manoel Evaristo Neto, é meu treinador. Este ano foi muito difícil. Fiquei abalada por ter ficado fora do Mundial Sub-20, que seria no Quênia, precisei de ajuda”, disse.



Nos 800 m, Eduardo Ribeiro Moreira, o Dudu (Pinheiros), quebrou o recorde do campeonato e o pessoal, ao conquistar a medalha de ouro, com 1:47.96, melhorando o índice para o adiado Mundial de Nairóbi par 2021, que não vai poder participar por causa da idade. O corredor mineiro atingiu a meta de completar a prova abaixo de 1:48.00 . “Saí como planejado para correr abaixo do objetivo. Faltou alguém para me forçar. Gostei de melhorar a marca. Agora é ir para cima no Troféu Brasil. Brigar pelo pódio.”



O treinador Clodoaldo Lopes do Carmo esperava uma prova um pouco mais forte. “O tempo poderia ter sido melhor se ele tivesse sido forçado. Mas o objetivo principal era vencer o Campeonato” observou. “Agora passa a ser pódio no Troféu Brasil.”



Nos 800 m feminino, a mineira Livya Kezia Coimbra Leite (Luasa) venceu com 2:17.31 e comemorou muito o índice para o Troféu Brasil Caixa. “Foi uma prova de superação. Eu estava treinando muito para o Troféu Brasil e hoje consegui garantir minha participação. Essa é a terceira vez que corro a distância e é minha melhor marca pessoal”, comentou.



No arremesso do peso, Rafaela Cristine Maciel de Sousa, de Poços de Caldas, venceu com 14,20 m, recorde pessoal. “Apesar da pandemia conseguimos adaptar bem os treinos. Voltamos ao normal há um mês e meio. Então o resultado foi bom”, comentou.



Nos 3.000 m, dobradinha do Projeto Atletismo Campeão (PE). Vitória de Maria Lucineida da Silva Moreira, com 9:55.97, seguida de Mirelle Leite da Silva, vencedora dos 3.000 m com obstáculos, com 10:15.07. Na prova masculina, Peterson Santos Ribeiro (Barra do Garças), com 8:42.87, foi o medalha de ouro.



No salto em distância feminino, Lissandra Maysa Campos (Instituto Vicente Lenílson) foi a campeã, com 6,35 m (3.6). A atleta estava qualificada para o Mundial de Nairóbi e é a única com idade para participar da competição em 2021. “Estou treinando bem e ansiosa para competir bem."



No decatlo, após cinco provas, Jonathan da Silva (ASPMP) lidera a competição, com 3.580 pontos.



Na classificação geral, o SESI-SP assumiu a liderança, com 55 pontos, seguido de perto pela Orcampi, com 52. IPEC, do Paraná, está em terceiro, com 45, à frente do Centro Olímpico (40) e do Projeto Atletismo Campeão (34).

0 Comentários

.

APOIE O SURTO OLÍMPICO EM PARIS 2024

Sabia que você pode ajudar a enviar duas correspondentes do Surto Olímpico para cobrir os Jogos Olímpicos de Paris 2024? Faça um pix para surtoolimpico@gmail.com ou contribua com a nossa vaquinha pelo link : https://www.kickante.com.br/crowdfunding/ajude-o-surto-olimpico-a-ir-para-os-jogos-de-paris e nos ajude a levar as jornalistas Natália Oliveira e Laura Leme para cobrir os Jogos in loco!

Composto por cinco editores e sete colaboradores, o Surto Olímpico trabalha desde 2011 para ser uma referência ao público dos esportes olímpicos, não apenas no Brasil, mas em todo o mundo.

Apoie nosso trabalho! Contribua para a cobertura jornalística esportiva independente!

Digite e pressione Enter para pesquisar

Fechar