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Quatro anos da Rio 2016: Robson Conceição, o campeão olímpico do boxe profissional

 

Marcado negativamente na memória dos brasileiros como a "terça-feira maldita", o 16 de agosto de 2016 viu diversas eliminações dos anfitriões na Rio-2016, desde coletivas, como o futebol feminino e o vôlei feminino, até individuais, como Fabiana Murer. Mas o que pouca gente se lembra - ou bloqueia da mente - é que aquele dia também ficou positivamente marcado como a "terça-feira dos baianos", com os pódios históricos de Isaquias Queiroz (a primeira) e Robson Conceição

Seguindo o roteiro das comemorações dos quatro anos da Rio 2016, o Surto Olímpico revirou seu arquivo digital para relembrar alguns detalhes das duas medalhas e tentar apagar as más recordações daquele dia, contando o que aconteceu no ciclo olímpico seguinte.

Antes de chegar à final olímpica e tornar-se o primeiro brasileiro campeão olímpico do boxe, Robson iniciou sua campanha cedo, ainda em 09 de agosto. Ele impôs um nocaute técnico a Anvar Yunusov, do Tajiquistão, na estreia da categoria até 60kg. Nas quartas de final, despachou o uzbeque Hurshid Tojibaev por decisão unânime e avançou. Já com a medalha garantida, o brasileiro encarou o cubano Lázaro Álvarez, campeão pan-americano e mundial à época, em uma "final antecipada".

Firme, o brasileiro mais uma vez não tomou conhecimento de seu adversário. Nova vitória por decisão unânime e lugar garantido na luta final. Às vésperas, muitos chegaram a dizer que Robson só entraria nos ringues para enfrentar o francês Sofiane Oumiha por pura formalidade, afinal o ouro já era dele por ter batido o líder do ranking mundial na fase anterior.

Mas depois daquele dia turbulento, cheio de "zicas" e eliminações, quem poderia ter garantia de alguma coisa? A apreensão era total. O clima de incerteza, somada à rivalidade Brasil x França que crescera desde a noite anterior, quando Thiago Braz derrotou Renaud Lavillenie na final do salto com vara, gerava uma preocupação entre os brasileiros.  

No entanto, os torcedores jamais desacreditaram do soteropolitano. No final, deu tudo certo: empurrado pela torcida naquela terça-feira, ele despachou Oumiha por decisão unânime e sagrou-se o primeiro campeão olímpico brasileiro do boxe, conquistando também a terceira medalha dourada do país naquela edição. Robson deu um monte de alegria após um tanto de tristezas geradas pelo 16 de  agosto.


Presente no Pavilhão 6 do Rio Centro naquela noite, nosso corresponde Rodrigo Huk relatou em detalhes o clima quente da torcida brasileira. "Com um ginásio inflamado a favor do brasileiro, o francês não conseguiu segurar o ímpeto do atleta da casa, que dominou os dois primeiros rounds. A diferença foi tanta que no último minuto de combate a torcida já gritava 'é, campeão'", disse. 

Somente duas semanas depois de sua conquista histórica, rumores surgiram de que ele estaria na iminência de assinar um contrato profissional com a Top Rank, uma empresa promocional. Pouco tempo depois dos boatos, ainda em setembro de 2016, veio a confirmação de que, de fato, o campeão estava deixando o boxe amador para seguir os mesmos passos do também medalhista olímpico Esquiva Falcão.

Em consequência de sua profissionalização, Robson saiu de cena do mundo olímpico e pouco apareceu no conteúdo do Surto. Ele só voltaria a ter destaque em março de 2017, quando foi eleito o melhor boxeador do ano pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB), em uma cerimônia recheada de estrelas da Rio-2016. Confira os detalhes daquela festa aqui.

Como boxeador profissional, Robson Conceição acumula um cartel invicto com 13 vitórias, sendo seis nocautes. Sua última luta foi em junho do ano passado, quando venceu o mexicano Carlos Ruiz, em decisão unânime. Ele passou por uma cirurgia na mão em dezembro passado e voltaria aos ringues no segundo trimestre deste ano, mas a pandemia do coronavírus adiou seus planos. Sua próxima luta está marcada para o dia 29 de agosto.

Foto: REUTERS

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