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Ginastas do Brasil iniciam segundo mês da Missão Europa com otimismo


Inicia-se o segundo mês da Missão Europa, que consiste no envio de grandes atletas brasileiros para centros de treinamento portugueses, estratégia criada pelo Comitê Olímpico do Brasil com a finalidade de oferecer a possibilidade de preparação atlética durante o transcurso da pandemia ocasionada pelo vírus SARS-CoV-2.

O início da jornada foi tenso. Quem não fica ao menos ligeiramente ansioso quanto a resultados de exames, qualquer que seja a natureza deles? “Minha expectativa era que todos chegassem bem. Fomos informados de que nos primeiros dias teríamos que aguardar os resultados dos exames para detecção da Covid. A torcida então era para que todos permanecêssemos juntos”, diz Rebeca Andrade, a guarulhense que já tem uma coleção de seis medalhas de ouro em etapas da Copa do Mundo de Ginástica Artística.

No transcorrer dos dias no Centro de Treinamento situado na localidade portuguesa de Sangalhos, Rebeca sentiu-se feliz por perceber que sua condição atlética está melhor do que supunha, sinal de que os treinamentos online, coordenados pela Confederação Brasileira de Ginástica, cumprem seu papel. “Estou melhor do que esperava, e esse é um ponto megapositivo. Está sendo maravilhoso desfrutar dessa oportunidade de estar aqui. Tenho consciência de que não foi nem um pouco fácil a montagem desta Missão. Tudo o que estão proporcionando para a gente está sendo extremamente incrível. Sou muito grata, de coração”.

A satisfação com a evolução da forma física e com as condições de trabalho não se restringe aos atletas da Ginástica Artística, é claro. A catarinense Beatriz Linhares, integrante da Seleção Brasileira de Conjunto, diz que percebeu, ainda em Campinas, antes da decolagem rumo a Lisboa, um momento especial. “Antes de vir para Portugal imaginava uma rotina parecida com a que temos em Aracaju (no Centro de Treinamento da GR), mas com uma carga de treino menor. Já no aeroporto (de Viracopos) vi que seria uma das viagens mais diferentes que já fizemos. Ao chegarmos à recepção do hotel, tivemos uma acolhida maravilhosa. O pessoal que trabalha aqui (no CT de Sangalhos) também é muito cuidadoso. Eles fazem com que nos sintamos em casa. Além disso, o privilégio de treinar com os atletas top da Ginástica Artística Feminina e Masculina nos motiva. Cada vez mais constato que nada é impossível”.

A delegação brasileira de Ginástica é formada por atletas que já garantiram vagas nos Jogos Olímpicos de Tóquio, e também por candidatos fortes a elas, segundo avaliação das Comissões Técnicas. É claro que um vice-campeão mundial júnior nas argolas, o caso de Diogo Soares, teria que estar em solo lusitano neste momento.

“Nossa meta era retomar a forma física e voltar a fazer os elementos que fazia. A ideia era focar nos detalhes. Em período de competição, alguns deles podem passar despercebidos”, diz o promissor piracicabano de 18 anos de idade.

No entender de Beatriz, um dos sentimentos que predominam no grupo da GR é a satisfação pela retomada do convívio entre amigas. “Nosso sonho foi adiado por conta da pandemia, mas não baixamos a cabeça e continuamos a trabalhar dentro de casa. Claro que é incomparável a sensação de poder conviver entre 12 meninas neste momento. Afinal, já somos praticamente uma família, né?”.

O círculo de amizades da GR, no entanto, foi ampliado, graças ao contato com os componentes das Seleções de Ginástica Artística. “Poder compartilhar experiências com os técnicos e atletas da GA, que são muito vividos e exemplos para nós, tem sido muito positivo”.

Rebeca já percebe que os benefícios da convivência intergímnica, por assim dizer, são mútuos e não haverão de se encerrar no momento do retorno ao Brasil. “É muito boa essa troca de trabalho, principalmente entre os treinadores. Quem vai ganhar com isso tudo somos todos nós. É algo muito benéfico para nossa carreira, para o nosso crescimento”.

E, se o assunto é futuro, nada melhor do que um ginasta com tanto pela frente, como Diogo, para abordá-lo. “A gente fica bastante esperançoso quanto à possibilidade de ir a Tóquio sim. Este período de treinamento, com aparelhagem maravilhosa, me deixa muito otimista. A cada treinamento, quero melhorar mais. Dessa forma, aumento minhas possibilidades”.

É de Ginástica que se trata, mas um conceito que vem do boxe, manter a guarda alta sempre, é algo que está na mentalidade coletiva da delegação presente em Sangalhos. “É bom voltar, mas permanecemos todos atentos com os cuidados e medidas que devem ser tomadas para evitarmos contato com o vírus”, lembra Beatriz.

Foto: Divulgação/CBG

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