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Ana Marcela Cunha pede maior participação de técnicos em defesa da natação feminina


A nadadora Ana Marcela Cunha participou de uma live com o Surto Olímpico nesta quinta-feira (23), em "comemoração" à marca de um ano para os Jogos Olímpicos de Tóquio (novamente). Ela voltou a treinar no CT do COB (Comitê Olímpico Brasileiro), no Rio de Janeiro, demonstrou satisfação com a nova rotina, mesmo não sendo considerada ideal.

"A gente tá voltando nessa rotina de treinamentos, pela manhã e pela tarde e é tudo cronometrado. São duas horas de água, uma hora de parte física, e não pode passar nada do horário por conta da higienização a cada hora. Está bem restrito. Agora, a gente vai fazer treinos um pouco menores com mais intensidade", disse Ana.

"Quando o meu técnico, Fernando Possenti, fez esse programa de treinamentos junto ao COB, fez esse tempo que a gente necessitava e eles aceitaram. Então, atualmente esse é o tempo que a gente precisa pra treinar", concluiu a multi-campeã, que não se mostrou preocupada em ter treinado menos do que algumas rivais durante a pandemia do coronavírus.

Ana Marcela também falou do ciclo olímpico que teve e explicou a mudança de tática após a atípica prova dos 10km do último Campeonato Mundial de Esportes Aquáticos, realizado em Gwangju, na Coreia do Sul, em julho de 2019. Na ocasião, a brasileira terminou na quinta colocação e garantiu a vaga olímpica para os Jogos de Tóquio.

"Eu fiz a prova como que eu queria, mas tudo que eu fazia as meninas parece que estavam no 'sigam o mestre'. Onde eu ia, elas iam. O que eu fazia, elas faziam. Eu fiquei tão visada que as nadadoras pensavam: 'onde a Ana Marcela tiver, vai ter coisa boa'. Depois desse Mundial, a gente começou a variar a tática, a tentar fazer coisas diferentes a cada prova, pra ter um leque de opções pra usar nos Jogos Olímpicos e pra ninguém saber o que a Ana Marcela vai fazer em Tóquio", comentou.

Ana Marcela também comentou sobre o movimento que nadadoras estão fazendo por conta de apenas uma mulher ter sido convocada pela Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) para a primeira fase da Missão Europa. Ela cobrou que os técnicos tenham uma maior participação na defesa do direito delas.

"A maratona (aquática) é um caso a parte. Porque no feminino a gente sempre teve mais olhares do que o masculino. Eu vejo o masculino correndo bem mais atrás e, no feminino, eu e a Poliana sempre fomos mais destacadas. Mas Eu vejo que a gente deve ter um olhar diferenciado para as meninas, mas isso não tem que vir da Confederação (CBDA) ou do COB. Eu penso que tem que vir um pouco mais debaixo, tem que vir dos técnicos", opinou ela, para concluir:

"Acho que falta mais os técnicos dessas meninas que foram pra um Pan-Americano, ou se classificaram para outra competição internacional, brigarem mais por elas. As meninas têm que ter voz, mas quando são criados os critérios, quem aprova são os técnicos e então temos que ter esse equilíbrio das coisas pra que de alguma forma as meninas consigam se impor."

Por fim, o adiamento da Olimpíada teve um lado positivo para Ana Marcela, segundo a própria avaliou. Os próximos anos serão recheados de competição, o que a faz deixar de lado um pouco a possibilidade de aposentadoria.

"Vamos ter - fé em Deus - Olimpíada em 2021; em 2022, vai ter o Mundial de Esportes Aquáticos; 2023, seletiva olímpica; 2024, Olimpíada. Isso vai ser muito bom para pensar em carreira, em longevidade, e eu acho que consigo até levar mais um pouco de Paris, posso até chegar em Los Angeles em 2028", finalizou a otimista baiana.

Confira abaixo o bate-papo completo com a nadadora:

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