Em tempos sem precedentes, toda ajuda é bem-vinda. Principalmente se tal auxílio é direcionado à linha de frente, como é o caso da para-nadadora venezuelana Genesis Leal, formada em medicina. Ela parou seus preparativos para os Jogos Paralímpicos de Tóquio e passou a ajudar no tratamento dos pacientes do San Jose Secure Hospital, em Aragua, seu estado natal.
"Enfrentamos isso porque um prestamos juramento", disse Leal em entrevista ao site Inside The Games. "Temos que fazer o nosso melhor e dar o nosso coração, independentemente da situação em que estamos, para ajudar os pacientes", disparou Leal.
A para-nadadora contou ainda situações tensas que foram vividas dentro do hospital durante a pandemia e reiterou seu compromisso com o trabalho, mesmo em situações adversas.
"Nos primeiros dias em que estávamos com tanto medo, não sabíamos o que fazer, não conseguimos dormir nem mesmo durante nossas horas de descanso", revelou Leal. "Um dia, cinco pacientes entraram com febre e sintomas de coronavírus; e você só precisa estar lá e reconhecer seu papel como médico para enfrentar esse contexto".
Leal não conseguiu a classificação para a Paralimpíada do Rio 2016, pois encontrou dificuldades em conciliar os estudos de medicina com a carreira como atleta. O ciclo para Tóquio também não tem sido fácil. Durante esse tempo, ela perdeu o pai e passou por períodos de depressão. Mas ano passado fez boa prova e ficou em 4º lugar nos 400m nado livre no Parapan-americano em Lima, no Peru.
Antes da pandemia, Leal estava treinando numa piscina de 32 metros, em um hotel. Agora, ela apenas faz exercícios físicos em casa, quando sobra tempo após os plantões no hospital.
"Quero continuar obtendo resultados representando meu país e poder participar dos Jogos Paralímpicos. O esporte está suspenso no momento devido à pandemia, sabemos que esta situação continua e não será fácil, mas devemos manter a fé e a esperança", ressaltou Leal.
Foto: Reprodução
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