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Ciclista trans rebate críticas após vencer prova de ciclismo


"Atletas transsexuais são condenadas fazendo ou não fazendo algo". Foi isso que disse a ciclista trans, Evelyn Sifton, da cidade de Ottawa, capital do Canadá.

Sifton participa de um circuito de corridas ao ar livre, com rodagem fixa, que utilizam bicicletas de pista ao invés de bikes de estrada. 

Após vencer uma das etapas desse circuito, que foi disputada nós Estados Unidos, Sifton passou a receber duras críticas nas redes sociais, de pessoas que ficaram descontentes com sua vitória em uma corrida feminina, já que ela é uma atleta trans. 

E Sifton relembra resultados anteriores, para rebater as críticas, em entrevista à rádio canadense CBC News, no programa "In Town and Out".

"Então, quando terminei em 20° ou 30º lugar, que foi a maioria dos meus resultados nesta temporada, para ser honesta, ninguém se importou", disse ela. "Mas quando ganhamos, aí isso importa".

Vencer incomoda

Quando começou a vida competitiva no ciclismo, ela imaginava que seria um esporte acolhedor e solidário. 

A princípio, ela não obteve grande sucesso pela equipe Shadow Elite Racing, permanecendo a maior parte da temporada no meio do pelotão. 

Até então poucos haviam manifestado opiniões contrárias a participação de Sifton. Até que veio a primeira vitória, em Houston. Ela foi bombardeada de críticas, sua informações pessoais foram divulgadas na internet, em sites propagados para o ódio a atletas transgênero. 

Em uma postagem nas redes sociais, Sifton revelou que ficou chateada com a situação, mas não se sentiu derrotada.

"Nenhuma pessoa trans está se submetendo a uma terapia de reposição hormonal cara, a uma cirurgia incrivelmente dolorosa, à depressão indescritível e à ansiedade que vem de sua existência e direitos sendo debatidos e odiados, apenas para ganhar o campo da mulher", escreveu ela.

Regulamentação no esporte

O esporte mundial tem regulamentações rígidas para que atletas trans possam competir. Sifton contou à rádio CBC News, que ela precisou ficar um ano sem competir, tomando bloqueador hormonal. 

"O que eles queriam na época é que eu mantivesse um limite de testosterona e nada mais que isso", disse ela. "E você tem que manter esse nível por pelo menos um ano antes de poder entrar novamente na competição na categoria feminina".

Mas Sifton declarou que outro caso corroborou para o aumento de insultos na internet. Em outubro do ano passado, a atleta transgênero canadense Rachel McKinnon venceu o Campeonato Mundial de Ciclismo de Pista do UCI em Los Angeles. E a terceira colocada na prova, declarou que o resultado havia sido injusto, por causa de questões hormonais da atleta. 

"O Masters Track Cycling nunca recebeu tanta atenção antes. Agora que uma mulher trans ganha, de repente todos se preocupam com o Masters Track World Championships", disse Sifton.

Foto: Divulgação/Shadow Elite Racing

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