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Usando do improviso para treinar em casa, atletas paralímpicas apoiam adiamento dos jogos de Tóquio para 2021



Se os atletas olímpicos estão tendo dificuldades para continuarem treinando durante a quarentena da pandemia de coronavírus, os paralímpicos estão tendo muito mais dificuldades para seguir a rotina de treinamentos. Muitos atletas já posicionaram a favor do adiamento para Tóquio 2021, incluindo a lenda do esporte paralímpico, o nadador Daniel Dias.

Jane Rodrigues, do tiro com arco paralímpico disse em entrevista ao surto olímpico que o período de quarentena coincidiu com a chegada do seu novo equipamento, mas com todos os locais de treinos fechados em Portugal (onde está treinando), está tendo que usar a criatividade para continuar os seus treinamentos: "Eu improvisei um pequeno espaço aqui na sala do meu apartamento e coloquei um anteparo para fazer o tiro com arco. Sei que não é a preparação ideal, mas a ideia é não parar e usar o que tem da melhor forma possível nesse momento"

Laiana Rodrigues e Adria Jesus, da seleção de vôlei sentado e medalhistas de bronze na Rio 2016, também estão tendo que se virar com os treinamentos em casa. Laiana revelou estar sendo orientada pelo preparador físico do seu clube, o Sesi(SP). Mas também está focando na sua saúde mental: Estou treinando, mantendo a dieta nutricional, mas também estou lendo bons livros, assistindo bons programas e estou orando muito para que nosso país saia dessa rapidinho e ileso!" afirmou

Já Adria explicou que essa quarentena forçada não está sendo fácil para as atletas, pois elas estavam em um nível muito intenso de treinamentos para a paralimpíada e tiveram que parar os treinamentos com bola, por conta dos ginásios fechados: "Estou fazendo o que posso em casa, estou com uma bola, faço toque, manchete na parede da sala do quarto e estou com alguns elásticos também, que dá pra fazer fortalecimento. Também estou adaptando alguns exercícios usando peso corporal."

Márcia Menezes, do levantamento de pesos também está sofrendo com os treinamentos. Como fazia seus treinamentos de supino em academias e elas estão fechadas, Márcia se viu tendo que improvisar já que não tem o equipamento necessário para treinar em casa( O levantamento de peso paralímpico é feito deitado e o atleta faz o movimento de supino) : "Estou sem sair de casa desde o dia 16 de março, todos os lugares que treino estão fechados, e sem equipamentos em casa, só estou fazendo flexões e musculação de forma improvisada" explicou.

Apesar de estar abalada com tudo que está acontecendo Adria apoia o adiamento da paralimpíada, porque a IPC (Comitê paralímpico internacional) tem que pensar primeiro na saúde dos seus atletas: "Estamos lidando com vidas e não sei quando tudo vai se normalizar. Sem treino não tem como competir e para uma competição desse nível tem que ter todo um ciclo de treinamento, senão nosso ritmo vai cair, mas sabemos que isso vai ser para todas as seleções. São objetivos e sonhos que serão adiados, mas sabemos que isso é para um bem maior"

Márcia também apoia o adiamento já que ela iria buscar a vaga paralímpica em 2020, mas se os jogos não forem adiados ela teme não estar em condições de conseguir a vaga: "Todas as grandes competições pelo mundo já foram canceladas ou adiadas, não tem como manter a paralimpíada."

Já Jane prefere não opinar sobre o assunto, deixando os dirigentes resolverem a questão do adiamento: "Difícil ter uma resposta nesse momento. Eu acredito que vão tomar a melhor decisão e eu como atleta estarei aqui me adaptando para o que for decidido."

Já Laiana é a favor do adiamento da paralimpíada para 2021, já que a seguranças dos atletas tem que estar em primeiro lugar, e no fim deixa um recado para todos: "Creio que o melhor a fazer é prevenir ao invés de remediar. Também creio em Jesus Cristo que nos põe em segurança pela fé. Quando não tivermos mais esse desespero em nossas vidas, a olimpíada e a paralimpíada podem acontecer em qualquer momento. Vamos ter paciência!"


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