A Agência Mundial Antidopagem (WADA) recomendou ao Comitê
Olímpico Internacional (COI) que utilize os frascos de 2016 para recolher as
amostras de doping nos próximos Jogos Olímpicos de Inverno após um inquérito da
agência apontar que a versão 2017 mostrou que os frascos do ano passado
poderiam ser reabertas após uma amostra ter sido colhida.
Na terça-feira o COI disse que estava "muito preocupado"
com os novos modelos de frascos, fornecidos pelo fabricante suíço Berlinger, que
poderiam ser abertos. A própria agência antidopagem da Suécia disse que iria
parar de utilizá-los.
Em um comunicado emitida na quarta-feira, a WADA confirmou
que uma percentagem da nova geração de frascos de segurança BEREG-KIT Genebra
eram "suscetíveis a abertura manual sem evidências de adulteração, seja
elas congeladas ou não". Esses frascos de segurança foram introduzidas em
setembro de 2017.
Depois de determinar que alguns dos frascos mais recentes
poderiam ser "abertas manualmente após o bloqueio inicial", a WADA
disse que havia obtido quantidade suficiente dos fracos de doping
de 2016, que foram usadas pela primeira vez nos Jogos Olímpicos do Rio, para
cobrir todo o programa de testes dos Jogos de Pyeongchang, que começam em 9 de
fevereiro, na Coréia do Sul.
"Nesta fase, a nossa clara recomendação ao COI é que
continue a usar o modelo anterior, que ainda é utilizado por várias autoridades
de testes em todo o mundo. Isso deve ser visto como uma medida preventiva que
garante a integridade do processo de controle de doping nos Jogos ", disse
Olivier Niggli, CEO da WADA. "Para o longo prazo, a WADA continuará a
coletar informações e explorar soluções com o Berlinger e outros laboratórios,
a fim de manter a integridade do processo. Berlinger já concordou em reiniciar
a produção do modelo de 2016 enquanto aguarda o desenvolvimento de outros
modelos", concluiu.
As garrafas de doping mais novas foram introduzidas no ano
passado com o objetivo de aumentar a segurança no processo depois que
pesquisadores descobriram que os russos conseguiram abrir de forma ilícita os
frascos com as amostras de seus atletas nas Olimpíadas de Sochi e trocaram amostras
de urina contaminada por produtos limpos previamente fornecidos pelo mesmo
atleta.
O COI disse em um comunicado que estava "muito
preocupado com esta questão" e pediu à WADA para garantir a integridade
dos testes em Pyeongchang. "Desde o momento em que ficamos sabendo sobre isso,
imediatamente nos dirigimos à WADA e pedimos que eles assegurem que os testes
antidoping em Pyeongchang possam ser conduzidos de maneira credível e
confiável", disse o COI nesta terça-feira. "A WADA nos informou que
estavam em contato com o fabricante dos frascos Berlinger. Temos plena
confiança na WADA, que encontrarão uma solução para esta questão ".
Foto: AP
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