A Federação Internacional de Esqui (FIS) emitiu um aviso
para a Federação Russa de Esqui (RSA) após o escândalo de doping em que se
envolveu o país. Apesar do aviso, a federação russa não foi suspensa pela FIS.
Em um comunicado, o Conselho da FIS confirmou que não
pretendia suspender a RSA "com base em evidências existentes".
Entretanto, o órgão mundial que gere o esqui alertou que eles não hesitarão em
adotar mais ações contra a RSA se surgirem novas evidências. A FIS também pediu
que os russos cooperem plenamente e implementem a decisão do Comitê Olímpico
Internacional (COI) para permitir que os atletas da nação compitam nos Jogos
Olímpicos de Inverno de 2018 em Pyeongchang como atletas neutros devido as
evidências de um esquema de doping sistemático financiado pelo governo durante
as Olimpíadas disputadas em sua casa, em Sochi 2014.
Os eventos programados pela Rússia para a temporada 2017/2018
também serão realizados conforme o planejado, segundo a FIS. "O Conselho
da FIS irá acompanhar de perto as investigações das diferentes instituições
sobre o possível envolvimento da RSA na conspiração e tomará as medidas adequadas
se tal envolvimento puder ser comprovado. Se o Conselho da FIS considerar que
foram tomadas medidas inadequadas e/ou a RSA não cooperou totalmente com as
investigações e/ou há casos de doping adicionais que surgiram além dos
divulgados nos relatórios da Comissão do COI e da Comissão Disciplinar do COI
e/ou evidências que demonstram o possível envolvimento da RSA na conspiração
Sochi 2014, eles se reservam o direito de tomar medidas adicionais contra a
RSA", afirma o documento.
O esqui é um dos esportes mais afetados pelas decisões da
Comissão Oswald, implantada pelo COI, de desqualificar atletas dos Jogos de
2014 por seu envolvimento no esquema de manipulação sistemática do sistema
antidoping. Dos 43 atletas que foram sancionados pela Comissão, presidido pelo
membro do conselho executivo do COI, Denis Oswald, 11 são esquiadores do
cross-country. Todos os esquiadores envolvidos, e que apelaram ao Tribunal Arbitral
do Esporte (TAS), foram provisoriamente suspensos pela FIS.
Inicialmente, o COI e a FIS suspenderam provisoriamente os
atletas do esqui envolvidos no esquema. Alexander Legkov, Evgeniy Belov, Julia
Ivanova, Evgenia Shapovalova, Alexey Petukhov e Maxim Vylegzhanin, foram banidos
provisoriamente antes que suas suspensões fossem levantadas de forma
controversa pela FIS. A entidade internacional afirmou que a suspensão do banimento
se devia ao fato de não terem visto nenhuma decisão completa do COI sobre o
caso. O COI contestou a decisão do órgão e insistiu que a FIS possuía todas as
provas necessárias.
A FIS então voltou atrás quando o COI publicou a decisão
fundamentada sobre Legkov, que foi despojado de suas medalhas de ouro e prata
de Sochi 2014 e foi banido de futuras edições olímpicas. A entidade descreveu
as evidências fornecidas pela Comissão Disciplinar do COI como
"convincente". A FIS assegurou ainda que a decisão completa sobre
Legkov mostrou em detalhes a "magnitude da conspiração sistemática com o
objetivo de evitar que os atletas russos testassem positivo nos Jogos Olímpicos
de Sochi". "O Conselho da FIS toma nota dos processos legais
relativos aos casos individuais de doping de atletas que estão atualmente em
andamento antes do Painel de Doping da FIS.A RSA deve auxiliar o Conselho da
FIS, o Painel de Doping da FIS e quaisquer pessoas nomeadas pela FIS para
apoiarem completamente as investigações relacionadas à conspiração de doping
conforme descrito nos relatórios da Comissão do COI e responder de forma
oportuna e abrangente a qualquer pergunta", diz o texto.
Foto: Getty Images
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