O ex-nadador Luiz Lima revelou em entrevista a revista 'Veja' os motivos de sua saída da secretaria de esporte de alto rendimento, após um ano no cargo. Luiz afirmou que por ver diversas vezes o interesse político sobre as decisões técnicas e o bom senso orçamentário. Seus questionamentos lhe deram desafetos e ele achou melhor pedir demissão: " Fui vencido por uma política viciada. Mudar o patamar da gestão pública é fácil, mas ela ocorre em velocidade de lesma. " comentou.
Luiz Lima, presente em duas olimpíadas (Atlanta 96 e Sydney 2000) e campeão pan-americano, detalhou algumas das retaliações que sofreu por tentar mudar a lei Agnelo/Piva, sugerindo que os recursos fossem gerido pelo ministério ao invés do COB, o que segundo ele causou revolta do comitê e dos presidentes das confederações: "Um dirigente do COB me pegou pelo braço, para me intimidar, e me disse em uma reunião no Parque Olímpico: “Já tem presidente de confederação reclamando da sua atuação. Pense que no ano que vem você volta a ser professor, hein?”
Luiz ainda falou sobre as necessidades do esporte brasileiro: "Precisamos urgentemente da democratização do esporte brasileiro. Não há razão para um atleta maior de 16 anos não participar diretamente na eleição do presidente da sua confederação. E no COB é a mesma coisa. Meu sonho é ver todos os atletas olímpicos vivos elegendo o presidente do Comitê. É simples. Minha ideia era desvincular esse recurso da Lei Agnelo/Piva, tornando a relação entre COB e confederações muito mais saudável. Como participar da eleição de uma entidade que te dá a principal fonte de recursos? Como fazer oposição a quem está te sustentando?"
Luiz elogiou o ministro do Esporte Leonardo Picciani, mas diz que ministério deveria ser mais exigente: "O ministério precisa ocupar o seu papel, precisa ser o chefe do esporte brasileiro, ser mais durão. A Olimpíada nasceu com o propósito de unir as pessoas, e não desunir. O COB, apesar de ter pessoas competentes, é uma instituição que representa um evento privado, recebendo 100% de recursos públicos "
Sobre voltar a gestão publica esportiva, Luiz prefere se dedicar a sua equipe de natação, os gladiadores, mas não descarta voltar a função no futuro: "Estou aberto a convites. Não descarto administração pública, não somente no esporte como em qualquer outra área."
foto: ministério dos esportes/ divulgação
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