A Ex-saltadora e campeã olímpica Maurren Maggi vislumbra novos caminhos. Após trabalhar como comentarista nos jogos rio 2016, Maurren planeja entrar para a vida pública e se candidatar nas eleições de 2018. "Não é por nada, mas eu sempre fiz diferença no meu esporte e faria muita diferença no meio político. Os meus amigos dizem para eu não entrar, não me envolver. Mas eu sei que poderia fazer a diferença, como fiz com um ouro num meio machista." Afirmou Maggi em um campeonato de Pôquer que ela disputou na última sexta-feira (3) em Punta Del Leste (URU)
Maurren, que pretende como política lutar contra a desigualdade social e contra a corrupção do spolíticos, afirmou não ter se filiado ainda a um partido, mas elogiou o trabalho do amigo João Dória, do PSDB: "O (prefeito de São Paulo), João Doria (PSDB), tem uma postura fantástica. Não porque tem dinheiro já, mas ele trabalhou com os garis, doou o salário dele, pois não precisa disso. Ele quer governar e está fazendo São Paulo voltar a andar. O Doria faz a diferença, faz São Paulo andar e começou a melhorar a política, a política que eu gosto. Sou amiga e converso muito com ele. Admiro o trabalho que ele faz. Só espero que ele não faça nenhuma cagada (risos)."
Maurren comentou que já foi proibida de jogar Pôquer com homens em sua cidade natal, São Carlos (SP) e que ela convive com o machismo desde quando ela era atleta: "Machismo existe em todo lugar. Para conquistar meu espaço como campeã olímpica, eu batalhei muito. Passei por cima de muitas situações. Tive de ser 'muito macho' para aguentar situações que uma mulher não suportaria. Treinar ao lado dos melhores que eram meus amigos, ao lado de homens. Sempre fiz questão de treinar junto, mesmo sabendo que era mulher e mais fraca. Mas eu treinava em condições melhores do que muitos homens e isso fez me sentir melhor na competição. Agora, em outras situações, fui criada pelo meu pai e irmãos pescando, jogando truco, correndo de kart, pois gosto de esporte tidos como machistas."
Maggi falou também sobre o legado olímpico dos jogos do Rio que está se perdendo e explicou que ainda tem como reverter a situação: "O legado olímpico também tem os resultados das medalhas. Através dela vamos tentar fazer a diferença. Eu praticamente paguei a minha medalha, porque não tinha bolsa-atleta, bolsa-pódio, bolsa nada. Era meu patrocinador que me fazia feliz. Eu participei da criação de algumas leis e sei bem o quanto favoreceu os atletas. Só que além disso, a gente continua com os buracos nas pistas de atletismo, sem corredores de salto. Eu fui campeã, tinha um projeto para corredores em praças do Brasil, mas essa fase nós perdemos. "
No fim, ela falou sobre a responsabilidade de ser uma heroína no esporte: "É uma responsabilidade boa. Não faço cagada, não dou escândalo. Acho que fiz bem minha carreira inteira, tanto que abri mão da família para poder chegar à medalha de ouro. Tenho uma medalha olímpica, é legal, tenho orgulho e é muito bom ver as pessoas seguirem, ter um interesse mesmo sabendo que não vai ser fácil."
foto: Getty Images
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