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2+0+1+6 perguntas para...Renato Rezende



O entrevistado da semana é atleta do esporte mais radical dos jogos olímpicos. Mas além de radical, o ciclismo BMX é um esporte perigoso, onde uma queda rende muitos machucados e algumas fraturas de vez em quando. O Brasileiro Renato Rezende é o grande nome do país na modalidade, e nessa entrevista, ele fala um pouco de como foi seu ciclo olímpico, dos riscos que o esporte traz e entre outras coisas, que você pode conferir abaixo:

- Como você avalia o seu ciclo olímpico até 2015? O balanço é positivo ou negativo?

Não tenho dúvidas de que o balanço é positivo. Me mantive entre os 20 melhores do mundo durante praticamente todo o ciclo olímpico, e cheguei a ocupar a 5ª posição no ranking mundial. Hoje ocupo a 13ª posição, e o mérito deve ser dividido com todos os membros da equipe multidisciplinar da seleção brasileira de BMX, que vêm trabalhando muito por isso.

 - Como será a sua preparação física para chegar no auge nos jogos de 2016?

 Minhas férias neste ano foram antecipadas para a metade do mês de novembro, justamente para que o auge da minha preparação física seja atingido durante os Jogos Olímpicos. Eu já estou fazendo a pré-temporada, e há um planejamento de treinamentos e competições para que não só eu, mas todos os representantes do BMX brasileiro possam chegar em sua melhor forma ao Rio de Janeiro para brigarem por um excelente resultado.


- O BMX é um esporte de risco, uma queda pode machucar bastante. Como saber dosar o ímpeto pra chegar à frente sem correr o um risco maior do que aceitável?

Realmente, as quedas fazem parte do cotidiano dos atletas do BMX. Afinal, são 8 pilotos em uma pista de pouco mais de 10 metros de largura, montando bicicletas que chegam a atingir os 70km/h e realizando saltos que chegam a 13 metros de distância. O treinamento técnico e a experiência ajudam o piloto a evitar qualquer tipo de acidente, mas ninguém está imune a contratempos nas competições. Por outro lado, isso faz do BMX uma modalidade olímpica das mais emocionantes, uma vez que é impossível haver favoritos absolutos.


- Continuando sobre riscos, no evento teste vimos o problema que teve com a pista. Os reparos foram feitos às pressas para que o evento teste ocorresse. Queria que você contasse um pouco como foi essa situação de chegar e ver que você e os atletas corriam perigo. E se depois, com os reparos feitos no dia, a pista ficou próxima do ideal ou ainda se tem muita coisa a fazer nela.

Na verdade, o evento teste acontece justamente para que sugestões e correções possam ser feitas. Durante o evento do BMX, pilotos de várias nacionalidades identificaram alguns trechos que não garantiam a completa segurança dos atletas. Os reparos feitos às pressas já resolveram a maioria das questões, e tenho certeza que até o começo dos Jogos Olímpicos a pista estará em perfeitas condições.


- Como você avalia a pista olímpica de BMX em Deodoro em relação ao seu estilo de corrida?

Eu tive a oportunidade de andar algumas vezes na pista, e gostei bastante. Consegui andar muito bem no evento teste, e acabei com a 3ª colocação. Também tive a experiência de correr com o apoio das arquibancadas, e pude constatar que este poderá ser um fator que vai me ajudar bastante. Espero poder contar com o apoio da torcida e retribuir à altura.


- Você sentiu um maior incentivo do governo e patrocinadores ao BMX no alto nível durante o ciclo-olímpico de Londres 2012 até o Rio?

É muito importante destacar o Plano Brasil Medalhas e o Bolsa Pódio neste ciclo olímpico. Os benefícios desses planos foram, sem dúvidas, um enorme passo em direção ao sucesso do Time Brasil nos Jogos Olímpicos. Também tenho muito a agradecer a todos os meu patrocinadores, que me permitem me dedicar integralmente ao alto rendimento esportivo.


- Nas discussões sobre uma possível inclusão do Skate nas Olimpíadas uma preocupação dos atletas seria a de tirar liberdades do esporte e colocá-lo em um formato padronizado. O BMX também está associado à juventude e esportes de adrenalina. Tendo em vista a recusa dos atletas a correrem na pista olímpica do Rio antes dos ajustes, você acha que o BMX deixou de lado parte da "essência" radical e vontade de correr independente das condições ou foi algo realmente necessário?

Não vejo uma perda da essência radical para a modalidade. Os ajustes que aconteceram na pista olímpica realmente foram necessários, mas isso não vai fazer com que a competição seja menos emocionante ou desafiadora. Como eu disse, para isso são realizados os eventos teste, e tenho certeza que a disputa de medalhas no BMX será um ponto alto dos Jogos do Rio/2016.


- Se quiser pode utilizar o espaço abaixo para deixar alguma mensagem aos leitores.

Sempre que tenho a oportunidade eu agradeço a todos os ciclistas do Brasil, que fazem questão de demonstrar sua torcida e um enorme carinho por mim. Tenho consciência de que represento milhões de ciclistas brasileiros, especialmente o pessoal do BMX, e queria dizer a todos que estou fazendo tudo que está a meu alcance para representá-los da melhor forma possível. Espero ser motivo de grande orgulho para todos que acompanham minha carreira. Muito obrigado a todos vocês!


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