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Coluna do Vôlei - Um "guia" das eliminatórias da Liga Mundial 2013


Hoje, na nossa 2ª coluna do vôlei, busquei um assunto mais "difícil" para falar, algo mais digamos, "alternativo", já que não é algo muito falado pela grande imprensa esportiva mundial. Falarei um pouco mais sobre as eliminatórias da Liga Mundial de Vôlei de 2013, que terão inicio a partir desta sexta-feira, dia 24.

Este torneio classificatório é a "continuação" dos campeonatos continentais que aconteceram entre junho e julho, e que deram chance a alguns países que não tem grande nome no vôlei mundial a tentarem uma vaga na 4ª competição mais importante do calendário da modalidade. E para começar, vamos falar das duas seleções que vão iniciar estas disputas: a Holanda e a República Dominicana.


A Holanda de hoje é uma seleção que está bastante longe dos tempos áureos daquela geração que ganhou um ouro e uma prata nos anos 1990. Os laranjas, comandados por Edwin Benne (um dos pilares daquela geração), ficaram de fora das Olimpíadas pela segunda vez consecutiva, e tentam fazer da Liga Mundial, um dos lugares em que podem recuperar-se dessas desilusões recentes e tentar voltar a ter um pouco do brilho daqueles tempos. A equipe também passa por um processo de renovação, cabe conferir se essa nova geração de jogadores vem em melhor forma do que essa última safra recente. Um bom começo foi a equipe ter vencido a Liga Europa de Vôlei 2012. Para destacar, Rob Bontje que é o jogador mais experiente da equipe convocada por Benne e também, o capitão do time. O central de 31 anos é um dos poucos remanescentes da campanha olímpica de 2004 (junto com Nico Freriks) nesta convocação, e é o principal jogador desse time. Uma revelação do time é o levantador Nimir Abdelaziz, jogador de apenas 20 anos de idade e que já atua no melhor campeonato do mundo, o Italiano.


A seleção que irá encarar a Holanda será a República Dominicana, que se classificou para essa eliminatória pela Copa Pan-Americana, ficando em 3° lugar, à frente do Brasil (que disputará a LM por conta do seu ranking). A equipe masculina do país não é recheada de bons jogadores assim como a equipe feminina. Os dominicanos, 45° colocados do ranking mundial vão atrás da vitória lá na Holanda em busca de sua estreia em uma competição internacional de grande porte. A chance de ouro havia vindo em 2010, na classificatória da NORCECA para o Mundial de Vôlei de tal ano. Os dominicanos vinham vencendo o duelo final por 2 sets a 0 contra os mexicanos, era só liquidar a fatura e fazer as malas rumo à Itália. Mas, vacilaram e perderam o duelo de virada, e terminaram a qualificatória com mãos abanando. O time comandado pelo cubano Osiel Vasquez não é o favorito no duelo, e os azarões terão de depender bastante dos pontos do oposto José Miguel Cáceres, o principal jogador desta equipe, e que jogou a última temporada no Campeonato Italiano. Outro destaque dos vizinhos de Fidel é o ponteiro Elvis Contreras, jogador que teve passagem pelo antigo Sada Betim (hoje, Sada Cruzeiro).


O outro duelo da 1ª fase será entre Egito e Irã. As duas seleções decepcionaram em seus respectivos pré-olímpicos e acabaram ficando de fora dos Jogos Olímpicos. Agora, uma destas duas seleções tem uma oportunidade de participar da Liga Mundial, tentando surpreender os adversários mais fortes tecnicamente. O Egito é o favorito do duelo. Com maior experiência internacional, de vários campeonatos mundiais e também, uma enxurrada de títulos na África, o time tenta voltar à Liga após 2 anos de ausência. De 2010 para cá, o time quase não mudou, e entre os convocados, há jogadores já com idade avançada. Caso de Wael Alaydy, líbero que já chegou aos 41 anos de idade, e ainda é uma das referências dessa equipe. Outro destaque é o levantador Ashraf Abouelhassan, outro jogador com idade avançada, 37 anos. Fechando, temos Mohamed Seifelnasr, que é o principal bloqueador do time. O comandante dos egípcios é o treinador Hossameldin Eissawy, treinador com currículo elogiável, sobretudo nas categorias de base da seleção egípcia e em clubes do país, como os famosos arquirrivais Zamalek e Al-Ahly.


Concluindo, falo da seleção do Irã, que é uma equipe em ascendência no cenário asiático do vôlei, mas que também acabou não sendo bem sucedida em sua tarefa de conseguir vaga para Londres 2012. Eles disputaram Campeonato Mundial em 2010, e a Copa do Mundo em 2011, e até a Copa dos Campeões de 2009, mas ainda falta para esses rapazes a disputa da Liga Mundial, que seria um ótimo torneio para dar mais experiência à equipe. Comandados pelo treinador argentino e multicampeão do vôlei Júlio Velasco, o time do Irã é composto por veteranos e jogadores mais jovens. Jogadores promissores, como Amir Ghafour, Farhad Zarif e também feras mais "rodadas" como Saeid Marouf, Mohammad Mousavi e Ali Reza Nadi, o capitão da equipe. É participando de uma série de torneios nos últimos anos que tem ajudado o time a adquirir experiência sólida e construir a confiança que precisam para duelar em condições de aprontar pra cima de boas seleções do vôlei mundial.

Sobre minhas apostas para essa rodada de Eliminatórias da Liga Mundial, eu diria que a Holanda e o Irã avançam para a próxima fase da eliminatória. A fase decisiva será disputada, de um lado por Japão contra o vencedor com o pior resultado, e Portugal contra o vencedor com a melhor atuação na 1ª fase eliminatória. Esta será a fase decisiva para os países que desejam integrar o torneio que conta com mais 14 equipes. E como dito acima, o Brasil já está classificado, graças à sua 1ª colocação no ranking mundial.

CURTINHAS:


Em Stare Jablonki (POL), na disputa do último Grand Slam do vôlei de praia no ano, tivemos no masculino a vitória dos letões Plavins e Smedins, que foram bronze na Olimpíada de Londres. O jogo foi equilibrado, mas os letões conseguiram liquidar a fatura rapidamente com 2 sets a 0, parciais de 21/19 e 22/20. Dos brasileiros, a melhor atuação foi de Alison e Emanuel, eliminados justamente pelos letões nas quartas de final. No ranking geral, os norte-americanos Gibb e Rosenthal foram os campeões da temporada, não precisando chegar longe no torneio polonês. Emanuel e Alison ficou com a 2ª colocação, enquanto que Ricardo e Pedro Cunha ficaram em 3° lugar no ranking.

Já na disputa entre as mulheres, Juliana e Larissa fizeram uma campanha como a de costume, e levaram o título da etapa derrotando as italianas Cicolari e Menegatti, por 2 sets a 0, parciais de 21/16 e 22/20. As brasileiras assumiram o 1° lugar no ranking mundial do Circuito Mundial e ainda terão que disputar mais uma etapa para assegurar o heptacampeonato do Circuito. Elas disputam o título contra as chinesas Xue e Zhang, que não disputaram a etapa polonesa.

Na semana passada, começou uma série de torneios continentais classificatórios para os Mundiais Juniores de 2013, da África, da América do Norte/Central/Caribe e da Europa. Na próxima coluna (ou em um post separado), traremos os resultados dessas competições.

Semana que vem, teremos mais coluna do vôlei para conferir e discutir assuntos do vôlei na atualidade. Provavelmente, alguma coisa sobre a Superliga, prevista para começar em novembro.

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