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Giovani Auletta/AP |
Em 6 de fevereiro de 2026 teremos a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno nas cidades de Milão e Cortina D'Ampezzo. E o comitê organizador, assim como todos os comitês de outras olimpíadas, tem seus desafios para a realização dos Jogos.
E o principal problema para os italianos é a pista que será usada para as provas de trenó - Bobsled, Luge e Skeleton. Construída do zero, a pista está em um estágio de atraso crítico para a sua conclusão. A pista, que custará 116 milhões de euros, com 1650 metros de extensão e 16 curvas, tem a previsão de ter sua estrutura congelada no fim de fevereiro para ser homologada em março, mas imagens mostram que ela está longe de ficar pronta.
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A pista de bobsled deveria ficar desse jeito.... (foto: Divulgação) |
O plano B fica a 6000 quilômetros, a pista de Lake Placid nos Estados Unidos. Mas o comitê organizador tem feito escalas de trabalhadores para trabalharem sete dias por semana, 24 horas por dia, para que a obra fique pronta e que sejam garantidos o desejo do governo italiano de ter Jogos de inverno 100% italianos. "Não há plano B para o bobsleigh; a pista será construída aqui." disse o prefeito de Cortina, Gianluca Lorenzi.
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... Mas no momento não passa de um emaranhado de concreto (Foto: AP/Giovani Auletta) |
Apesar do COI tem Lake Placid como backup, se a pista não ficar pronta ou não ser homologada. Mas o prazo de março poderá ser estendido para abril se necessário, segundo a AP. Mudar as provas de trenó para os Estados Unidos - já que pistas como St Moritz (SUI) e Innsbruck (Áustria) terem sido recusadas pelos italianos - somente em último caso.
Outro desafio crítico de Milão-Cortina será a falta de neve, algo que as olimpíadas anteriores já sofreram. De acordo com um estudo da Eurac Research, a quantidade de neve fresca nos Alpes diminuiu em 34% no último século, com uma aceleração significativa desde 1980. Na Itália, 90% das pistas de esqui já dependem de neve artificial.
A Comissão dos Jogos Futuros do COI também alerta para o aquecimento global, prevendo que até 2040 apenas 10 nações poderão sediar esportes de neve nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Inverno. A empresa TechnoAlpin, responsável por fornecer neve artificial para Pequim em 2022, também será responsável por fornecer neve artificial para Milão Cortina.
Apesar de ser uma solução útil a curto prazo, a neve artificial é criticada por especialistas em meio ambiente "por requerer enormes quantidades de energia e água e tem um impacto ambiental significativo", disse um relatório da Universidade de Innsbruck que mostra que o COI se contradiz em suas metas de sustentabilidade ao autorizar o uso de neve artificial para competições
Primeira olimpíada de inverno em que os eventos serão mais espalhados em várias cidades ao invés de ser mais concentrado em apenas uma cidade, o Comitê Organizador de Milão Cortina continua confiante que os Jogos serão um enorme sucesso. Mas enquanto pelo menos a pista não ficar pronta, o momento é de cautela.
Os Jogos Olímpicos de Inverno serão entre os dias 6 e 22 de fevereiro, enquanto os Jogos Paralímpicos de inverno serão entre os dias 6 e 15 de março.
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