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Foto: Miriam Jeske/COB |
Rebeca, Ana Patrícia, Duda, Bia Souza, Rayssa, Thaísa, Gabi, Rosamaria,
Ana Cristina, Flávia, Jade, Lorrane, Júlia, Larissa, Tatiana, Lorena,
Gabi Portilho, Priscila, Bia Ferreira, duas Anas e tantas outras grandes
atletas. As mulheres foram as protagonistas do Time Brasil nos Jogos
Olímpicos Paris 2024 e proporcionaram um momento histórico para o país.
Pela primeira vez em edições olímpicas, elas foram maioria na delegação
brasileira e, também, de forma inédita, conquistaram mais pódios do que
os homens. Das 20 medalhas, 12 foram delas, o que representa 60% do
total. E, isso, se contar a participação no bronze da equipe mista de
judô.
A evolução do esporte feminino nacional é fruto de um
dedicado trabalho do Comitê Olímpico do Brasil (COB) em parceria com as
Confederações Brasileiras de modalidades olímpicas desde os Jogos
Olímpicos Rio 2016. Um dos pontos altos desse empenho foi a criação da
área Mulher no Esporte no COB, em 2021. Nos Jogos Pan-Americanos
Santiago 2023, as mulheres já haviam conquistado mais medalhas dos que
os homens para o Time Brasil.
“Há dois ciclos olímpicos, após ser
identificada uma oportunidade de crescimento do esporte feminino, o COB
começou a investir especificamente nas mulheres. Não só atletas, mas
também para tentar aumentar o número de treinadoras e gestoras. O que
vimos aqui em Paris no esporte, também reflete o que está acontecendo na
sociedade: a mulher cada vez mais se fortalecendo”, comentou Mariana
Mello, subchefe da Missão Paris 2024 e gerente de Planejamento e
Desempenho Esportivo do COB.
O sucesso das mulheres brasileiras
na capital francesa abriu caminho para o surgimento de novas estrelas
como Bia Souza, ouro na categoria pesado (acima de 78kg) no judô. Até
então desconhecida do público que não acompanha o dia a dia do esporte
olímpico, a judoca de 26 anos furou a bolha e virou ícone de questões
fundamentais.
“A Bia merece muito. É uma pessoa sensacional, além
de uma atleta incrível. A gente fica muito feliz pela inspiração que
ela começa a causar em pessoas de todo o Brasil. Vemos tantas mulheres
pretas, gordas, que se diminuem e se deixam diminuir. A gente tem
certeza que esse exemplo da Bia vai mostrar para as pessoas que todos
têm o seu valor. Todo mundo tem o seu lugar ao sol. E todo mundo pode
crescer e alcançar os seus objetivos”, disse Mariana Mello.
A consolidação de Rebeca Andrade na mais alta prateleira do esporte
mundial ajuda muito a explicar o enorme sucesso das mulheres
brasileiras. A ginasta conseguiu superar as já incríveis glórias obtidas
nos Jogos de Tóquio 2020 e deixou Paris com quatro pódios (um ouro,
duas pratas e um bronze), chegando a seis na sua carreira e tornando-se a
maior medalhista, dentre homens e mulheres, do esporte olímpico
brasileiro em todos os tempos. Além dos feitos individuais, a rainha da
ginástica brasileira também ajudou suas colegas a entrarem para a
história com o bronze por equipes.
“A Rebeca é fenomenal. A gente
apostava muito neste excelente desempenho dela. Ela já vinha com
consistência de resultados. Ela é uma grande inspiração, não só pela
atleta que ela é e pelo cuidado que ela tem com todo mundo. Como estuda
Psicologia, a Rebeca tem essa questão da preparação mental muito
presente na vida dela. Eu acho que isso a ajuda a ser uma inspiração
ainda maior para as outras pessoas. Ela ainda tem muito a entregar pelo
Brasil e não estou falando necessariamente de resultados. Mas de
exemplo”, afirmou a subchefe da Missão Paris 2024 do COB.
Não só
as medalhas refletem o sucesso das mulheres brasileiras na edição
olímpica que se encerrou neste domingo, dia 11. Também viraram exemplos
ricos para o público momentos como os proporcionados, por exemplo, por
duas Anas: a Sátila, da canoagem, e a Cunha, das águas abertas. A que
usa remos caiu nas graças por sua intensa entrega nas três provas que
disputou e ficou muito perto de ir ao pódio (quarta no caiaque
individual, quinta na canoa individual e oitava no caiaque cross). Já a
nadadora multicampeã, que teve um ciclo muito difícil, com cirurgia e
questões pessoais, demonstrou uma garra acima da média e ficou em um
honroso quarto lugar.
“As duas Anas são duas que não conquistaram
medalha aqui, mas que mereciam muito e lutaram muito por ela. Nós temos
que valorizar o processo. A Sátila já vem batendo na trave há muito
tempo, bateu de novo. É dolorido para ela, mas a gente tem certeza que
ela está de cabeça erguida, seguindo em frente e que entregou tudo que
poderia entregar. E a mesma coisa a Ana Marcela, gigante, muitas
medalhas em Mundiais, medalhista olímpica, recordista de tudo que pode
ser recorde. Ela passou por um ciclo difícil, pessoal e profissional,
mas veio aqui e deixou tudo de si no Rio Sena”, finalizou a subchefe da
Missão Paris 2024.
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