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Surto entrevista: Luis Felipe Freitas - parte 2 - a relação com a Rio-2016

 

Luis está de casaco e com o microfone da Cazé Tv, que é azul. Ele usa fone e está de pé na cabine com o Maracanã ao fundo
Foto: Reprodução

Carioca e torcedor do Fluminense, Luis Felipe viveu grandes emoções no Rio de Janeiro e não digo do tricolor e sim das emoções que ele passou na Rio-2016, com sua prima disputando a prova do ciclismo de estrada e em 2009, quando a Cidade Maravilhosa se tornou oficialmente olímpica.

Essa história ele já contou algumas vezes, sua prima é Flávia Oliveira, ciclista que se destacou no cenário mundial e chegou no Rio, já conhecendo bem o percurso. Como ela morava na Europa, ela ficava na casa de Luís quando treinava e era candidata a medalha em 2016.

Flávia foi a sétima colocada na Rio-2016, chegando a 20 segundo do pódio e embora tivesse seu nome gritado por boa parte do público, apenas uma pessoa foi comemorar junto dela e lá estava seu primo, Luis Felipe Freitas.

Surte +: Confira a primeira parte da entrevista

Confira o relato:

"Eu sou um cara muito emotivo e essa história ganhou contornos intermináveis na internet porque até hoje eu sou marcado em páginas gringas e brasileira, costumo dizer que é um vídeo boomerang, né? Porque ele vai e volta e sempre que eu vejo a reação é a mesma, eu fico cheio de lágrima e choro.

É uma prima mesmo, né? Porque ela é filha da irmã da minha mãe, uma prima com quem eu convivi desde os primeiros anos da minha vida, então a gente foi criado junto e e ver uma prima sua, uma olimpíada em casa com real chance de ganhar medalha e ficar tão próxima como foi, ela teve o melhor resultado na história do ciclismo de estrada. Vocês sabem que ciclismo de estrada é um esporte que sequer é falado pela crítica brasileira, então é muito difícil de você vir em algum dia  alguém falando sobre esse esporte.

Ela que já tinha resultados espetaculares. A única brasileira a ganhar camisa em competição internacional. teve a malha verde quando lá no Giro D'Itália é teve pontos em campeonato mundial e somava todos os pontos do Brasil nos campeonatos internacionais, chegou como uma das boas competidoras, mas ela conhecia a prova como ninguém ela tinha feito aquele Circuito no Rio de Janeiro várias vezes pedalando. 

Então ela, que teve que fazer a sua vida toda fora do Brasil quando vinha pro Rio de Janeiro ficava muitas das vezes na nossa casa e ia pedalar, fazer esse circuito, por isso, a gente tinha uma confiança internamente na nossa família de que ela poderia brigar por uma medalha. Uma prova longa como foi, ficava em casa com a minha mulher vendo a prova e falando "Olha, tô achando que dá hein".  

Fomos pra Copacabana, a gente tinha ingresso para ver a chegada quando chegamos, aí foi loucura completa porque todas as vezes que ela era mostrada no telão a galera começava a gritar o nome dela, do Brasil e eu chorava igual uma criança. E aí a gente vendo a chegada, ela ficou a 20 segundos da medalha, terminou na sétima colocação dos Jogos Olímpicos, 

Tem o vídeo que sou entrando numa área ali, acho delimitada para atletas e comissões técnicas e organização. Para um comum como eu certamente não era, mas eu acabei conseguindo entrar ali pra abraçá-la e enfim comemorar o resultado. E é um vídeo que até hoje mostra muito do que é o esporte brasileiro. Eu  acho que no Brasil naquela circunstância depois de uma sétima posição, não é normal um atleta ficar sozinha e depois de uma prova de tantas horas não deveria ser normal, né, mas acabou acontecendo então.



O que gerou tanta comoção além da nossa emoção, foi também o fato dela ter ficado sozinha depois de uma prova em que ela teve o melhor resultado da história do Brasil e que a primeira pessoa a chegar para falar com ela, tenha sido um parente, no caso eu que sou completamente descompensado, e que saiu gritando lá de longe para abraçá-la e assim acho que é um momento que a nossa família celebra muito como um momento que simboliza o que é a nossa união, do que é também a nossa paixão pelo pelo esporte, porque foi realmente um dia inesquecível".

O choro na hora da escolha do Rio

Foto: Reuters


Como todo carioca, Luis ficou muito feliz no dia 2 de outubro de 2009, quando o Rio de Janeiro foi escolhido cidade-sede. Porém, um detalhe marca essa história, ele estava dirigindo para ir até o Esporte Interativo e estava no caminho na hora do anúncio, dali até chegar no trabalho, foram só lágrimas (de alegria, é verdade).

"Eu fico arrepiado só de lembrar. A gente transmitiu lá à época no Esporte Interativo em 2009, o evento que sacramentou o Brasil como a sede das Olimpíadas de 2016, eu lembro de estar no carro indo para o trabalho e e já naquela época o EI já tinha transmissão no celular.

É aquela coisa toda, foi ver o anúncio que o Brasil seria sede e eu comecei a chorar, eu estava ali a 6 km do trabalho ainda e ficava chorando no carro, foi dali até a hora que eu cheguei a emissora. 

Foi ali que eu já comecei a viver esse sonho olímpico de poder primeiro, nutrir essa expectativa de fazer a cobertura em 2012. Eu fiz a cobertura remotamente, mas a do Rio, eu sabia que eu faria a cobertura e que no momento que eu não estivesse no ar, eu estaria no Parque Olímpico assistindo porque pra gente é a confirmação de que os melhores do mundo estão aqui na nossa frente", contou o narrador.

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