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Surto Entrevista: Luis Felipe Freitas - parte 1 - A preparação para os Jogos Olímpicos

 

De agasalho preto, Luis Felipe Freitas fala ao microfone enquanto olha para o lado. Ele é branco e moreno com barba
Foto: Divulgação/Cazé TV

Quase 15 anos dentro de uma emissora esportiva que bagunçou o mercado e colocou sua identidade na cobertura esportiva. Ao sair dela, ele vai lá e faz história na primeira Copa do Mundo transmitida ao vivo no Youtube e na Twitch e agora, vai fazer a primeira Olimpíada a ser transmitida nestas duas plataformas. 

Estamos falando de Luís Felipe Freitas, o homem que narrou Champions no Esporte Interativo e deu voz a histórica final entre Franca e Argentina na Copa do Mundo masculina da FIFA em 2022 na Cazé TV. Agora, ele irá emprestar sua voz a mais momentos durante os Jogos de Paris-2024 mais uma vez no canal gerido pelo streamer Casimiro e a Livemode.

O Surto Olímpico teve a oportunidade de conversar com ele sobre a preparação para os Jogos Olímpicos, a carreira, sua história olímpica com a Rio-2016 e até as críticas que a emissora recebeu durante a transmissão dos Jogos Pan-Americanos de Santiago-2023. Nesta primeira parte, ele foca na sua preparação. Ao longo dos próximos dias, serão divulgadas as outras partes da entrevista

Confira a primeira parte:

Surto: Quais são as suas expectativas, até como narrador principal e torcedor, para Paris-2024? 

Luís: Eu sempre sonhei em ser narrador e fazer logicamente grandes eventos. A gente teve aqui, a Olimpíada do Rio-2016, que foi a primeira que eu pude ir a eventos e tive aquele sabor de cobrir de certa forma, a gente (Esporte Interativo) não tinha os direitos de transmissão, mas fez uma cobertura muito grande dos Jogos Olímpicos e agora narrar uma com toda essa responsabilidade, eu acho que é algo assim que qualquer narrador, qualquer comunicador, sempre quis fazer.

Eu fico pensando muito nas histórias que a gente vai poder contar, na emoção que a gente vai viver com os brasileiros e as brasileiras que vão pegar medalhas, com os grandes atletas do esporte mundial que a gente vai ter oportunidade de apresentar para um grande público na internet. Então eu estou profissionalmente me sentido desafiado.

Eu estou com esse desafio realmente de entregar o melhor de poder fazer uma cerimônia de abertura de um jeito Cazé TV, com lógico muita informação, mas com muito entretenimento, muita leveza. A gente tem um desafio grande aqui no Brasil, porque não é nenhum nenhum problema falar do tamanho da cobertura que o Grupo Globo sempre entregou, então acho que existe um padrão de excelência a ser a ser cumprido por qualquer um que vai transmitir não só o Grupo Globo como quando a ESPN também transmitiu os Jogos Olímpicos. 

S: Ao longo do tempo, tivemos vários narrações lendárias nos Jogos Olímpicos, você tem alguma inspiração para narrar os Jogos?

L: Me inspiro em companheiros narradores da minha época, principalmente de mais moleque que eu era uma audiência mais do que assim companheiro. É algo que foi muito natural na construção do narrador que eu sou hoje.

Atualmente, quando vou me preparar para uma narração, eu tento me cercar de conhecimento de toda a história de todo mundo que tá envolvido e deixo essa história e o evento ali meio que invadir os meus pensamentos e acaba saindo muito naturalmente, não é algo que eu prepare um discurso específico para determinado atleta para ter determinado momento da narração.

Sobre inspiração, acho que o Galvão Bueno é alguém que todos os narradores que vocês perguntarem, eles vão citá-lo. Eu tive muitos anos ao lado do André Henning, um amigo, um cara que antes mesmo de eu virar narrador, sempre me ajudou muito na ideia de como me transformar em um e eu acho que eu bebia muito da fonte dele. Outros caras que eu gostaria de citar aqui o Everaldo Marques, o Luiz Carlos Júnior são outros dois narradores também que são multifacetados né que narram de tudo e que acabaram também lá atrás me inspirando.

Para citar narrações só de esportes olímpicos, eu vou citar a prata do revezamento em Sydney-2000 do Galvão, qualquer um que gosta de de Olimpíada vai lembrar com muito carinho dessa dessa narração.  Outra de atletismo é do Luiz Carlos Junior que ele fala "Bolt, os braços de Bolt" no Mundial de Berlim, 2009 e do André Henning no Mundial de handebol feminino quando o Brasil ganhou o título mundial.

S: Já a sua preparação, a pouco menos de 100 dias dos Jogos, como está?

L: Olha eu basicamente me preparo do ponto de vista mais amplo todos os dias, fico de olho nas notícias, acompanho o que vem acontecendo nas modalidades, assisto o que dá para assistir que não conflite com minha agenda de algum tipo de transmissão e estar antenado a tudo que tá rolando especialmente com os brasileiros em praticamente todas as modalidades.

Paralelamente à isso, eu tenho a minha forma de preparação para cada transmissão, ela é pautada muito no estudo, basicamente e primeiramente nas regras de cada modalidade, no sistema de classificação, nos que mais ganharam medalhas naquela modalidade ou naquela prova, os últimos campeões. Eu tento me preparar para a narração do evento como se ele fosse amanhã, então eu já por ordem alfabética, comecei no tiro com arco (primeiro na ordem alfabética em inglês), fui passando pra atletismo com todas as suas provas, boxe, badminton e ciclismo e por aí vai. Como não sei exatamente o que vou narrar durante os jogos olímpicos, eu fui montando e ainda estou nesse processo de montagem, do material para cada uma das provas então do atletismo tem pros 100, masculino, feminino, com barreiras, 400m, então cada prova tem o seu material específico que estou preparando com informações históricas com informações dos brasileiros com conteúdos como o recorde mundial, olímpico e os resultados recentes dos campeonatos mundiais.

Então eu vou tentando me cercar de todas as informações possíveis para eu poder chegar na hora da narração e só selecionar esse material para poder narrar e sustentar uma transmissão com isso. São dois caminhos que eu sigo em paralelo, acompanhar o máximo possível das notícias dos campeonatos assistindo e ficando por dentro da  modalidade, atualizado e em paralelo a isso fazer minha preparação de material mesmo de dados e estatística, além de informações sobre regras do jogo e tudo mais. Eu não sei quem é que vai estar na final olímpica, mas o material ele tá pronto independentemente de quem vai disputa-la e depois é só introduzir as informações de quem estiver na prova que eu for narrar".

Nesta sexta, sai a parte 2, com a sua relação com a Rio-2016


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