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Maria Eduarda Arakaki: a líder, a capitã, a abençoada e a resiliente

Com collant preto, Duda está deitada na frente das meninas e faz um sinal de positivo no final da coreografia
Foto: Ricardo Bufolin/CBG

 

Maria Eduarda Arakaki é uma das grandes responsáveis pelo momento que a ginástica rítmica brasileira vive e é candidata a destaque em 2024. Ela é a capitã do conjunto e esteve no título do Pan da modalidade em 2022, os ouros e pódios de 2023 e a vaga olímpica para Paris-2024, junto da melhor campanha do Brasil em Mundiais de GR.

A "braçadeira" é resultado de sua liderança natural. Está nas mãos de uma mulher que desde cedo demonstrou preferir fazer o que ama junto de outras pessoas, que nesse caso, são como sua família. É uma atleta que sintetiza o que significa seu esporte e o alto rendimento, se dedicando de corpo e alma.

Duda, que sempre foi encantada por dança e esporte, começou a praticar a ginástica rítmica aos 6 anos e três anos depois, começou em competições nacionais e teve seus primeiros resultados. Aos 12, já em Aracaju, ela começou a trabalhar com Camila Ferezin - treinadora do conjunto - para sua série individual, mas lá, ela já sabia que o conjunto ia fazer parte da sua vida.

A atleta não teve dúvidas que fazer o que ama em quadra junto de mais pessoas, não tem preço, é mais gostoso. Foi assim que ela começou a se inclinar para o conjunto, mas antes, ela participou dos Jogos da Juventude Buenos Aires-2018 na categoria individual, ficando na 34ª posição no geral. Veja uma série dela no individual.



Em 2019, ela foi convocada pela primeira vez pro conjunto, após uma cirurgia no joelho. Dali em diante, apenas a história foi escrita. Ela esteve em Tóquio-2020, na sua primeira Olimpíada e agora, classificou o Brasil para Paris-2024, com chance de medalha.

Duda deixa em sua pele, a marca de suas façanhas, como o símbolo dos Jogos Olímpicos por ir a Tóquio e um leão após o Mundial deste ano. O destaque fica para a que representa a etapa de Atenas da Copa do Mundo de 2023, quando o Brasil foi bronze no geral. Elas escolheram eternizar o momento com a palavra grega "meraki", que significa de corpo e alma e chama a atenção pela semelhança com o nome da atleta, o que talvez não seja coincidência.


Ela se descreve com três palavras: abençoada, resiliente e alegre. Sua presença no Mundial, que foi posta em cheque com uma lesão antes da competição, é o exemplo perfeito disso. Em todos os momentos, ela esteve acompanhada da sua fisioterapeuta e a psicóloga do time para se recuperar e estar pronta para levar o conjunto para Paris-2024 e bater na trave do pódio nos cinco arcos.

Ela manteve sua fé em todos os momentos, junto de toda a equipe, que sempre contou com ela no Mundial. Mesmo perdendo o treino de pódio, momento no qual ela pensou que poderia ficar fora, ela não deixou de rezar e acreditou no milagre, que veio com sua atuação fundamental para o melhor resultado brasileiro em Mundiais. Veja a apresentação brasileira no Mundial neste link (clique aqui).

Conjunto brasileiro comemorando depois da apresentação nos 5 arcos. Elas estão de collant dourado com arcos laranjas
Foto: Divulgação/FIG

Ela sempre apresentou características de liderança, por isso, ainda aos 16 anos, ouviu de Camila Ferezin que ela seria a nova capitã do conjunto. Ela adorou e como uma atleta movida por desafios, pegou a responsabilidade e a fez de combustível para que ela busque ser ainda melhor. 

Duda tem uma relação de amizade com as outras 11 atletas. Às vezes dá uma bronca ou outra, um pouco brava, mas sempre com respeito. Elas também brincam entre si, principalmente quando acontece alguma coisa engraçada durante a apresentação. Acima de tudo, elas se apoiam e torcem pelo sucesso de cada uma, afinal, o sucesso de um é o sucesso de todas.


Foto: Divulgação/CBG

Numa conversa com ela, todo interlocutor percebe uma coisa, ela sempre está sorrindo durante uma conversa. Em 2023, muito da razão deste sorriso é o seu orgulho pelo que foi feito em quadra com o conjunto. Não apenas os resultados esportivos, mas se tornar uma referência para as novas gerações, espalhar ainda mais a GR e trazer pela primeira vez o Mundial da modalidade para a América do Sul, marcado para agosto de 2025 no Rio de Janeiro. A capitã terá sua cara estampada por todo o RJ e ela está preparada para isso.

Sem dúvidas, Maria Eduarda Arakaki merece todo este reconhecimento, foi uma peça crucial para que a sua modalidade crescesse exponencialmente nos últimos anos. Ela não sabia disso quando entrou para a modalidade, mas a ginástica rítmica com certeza sabia quando a escolheu.


1 Comentários

  1. Que linda matéria! Duda é tudo isso mesmo, guerreira, resiliente, determinada, persistente, fiel aos seus princípios e valores, de uma humanidade e humildade que inspira!

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